domingo, 28 de fevereiro de 2010

Era uma vez outra Maria

Dica de hoje:

Menina não joga futebol! Brinca de casinha e de boneca. Menina não senta de perna aberta! Aprende a arrumar a cozinha.
Será que as meninas só podem ser assim? Este vídeo apresenta a história de Maria, uma menina, como muitas outras, que questiona os padrões culturais que ditam o que uma mulher deve ou não deve ser, o
que pode e não pode fazer. Entre lembranças da infância e sonhos para o futuro, Maria nos traz reflexões sobre o que é ser mulher e discute a educação das meninas e como essa educação muitas vezes limita seus
desejos, comportamentos, atitudes e valores.
"Era uma vez outra Maria" é um vídeo educativo que apresenta experiências comuns a mulheres jovens e aborda assuntos como saúde sexual e reprodutiva, violência, gravidez, maternidade e trabalho. Pode ser usado com mulheres e homens jovens ou com profissionais de saúde e educação que buscam novas formas para discutir a saúde e a autonomia das mulheres jovens.
 
Vale a pena conferir e trabalhar esse material!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O que são os Orixás

 
 
 
Os Orixás são elementos da natureza.

Cada orixá representa uma força da natureza.

Quando cultuamos os orixás, cultuamos as forças elementares da água, da terra, do ar, do fogo, da mata, entre outros.

Essas vibrações em equilíbrio produzem uma enorme energia, chamada de “Axé”, que nos auxilia no nosso dia-a-dia, de forma que o nosso destino se torne cada vez mais favorável e próspero.

Quando dizemos que adoramos deuses, referimo-nos a estarmos a venerar as forças da natureza, forças essas, pertencentes a criação do grande Pai, conhecido por nós como "Olorum" (o Deus supremo).

Erroneamente diz-se que “Oxalá” é o pai maior. Na verdade, “Oxalá” é o orixá mais idoso e respeitado por todos os orixás.

A grande maioria das nações africanas anterior a era cristã, conheciam a existência de Olorum como grande criador, como o Ser fundamental.

 Acreditamos que nosso Deus é o conjunto, e o conjunto é a natureza com todos os seus integrantes, como sendo os animais, vegetais, homens, planetas, etc...

Como já dissemos, o conjunto dos orixás, nada mais são que a junção das energias de todo os elementos da natureza, em que cada elemento da natureza é por nós representado por um Orixá.

Aprendemos a sentir essas energias individualmente, através de cada orixá, os filhos de santo, por nós chamados de “Yawos”, nascidos sobre a influência de um orixá detém mais energia do seu orixá regente, do que os filhos nascidos com a influência de outros orixás.

Exemplo: os filhos de Omolú possuem mais energia voltada para as curas que os filhos de Ogum que possuem por sua vez mais energia voltada para o caminho da vitória, a segurança, etc.

Em resumo, quase todos os orixás tiveram uma passagem pelo nosso mundo, após actos heróicos ou divinos, encantaram-se e retornaram ao Orum (céu), deixando para nós, segredos e ensinamentos, fazendo a ligação do material à espiritual mais curta, ligação essa, que nós preservamos e usamos não só para nós, mas também para as pessoas que nos procuram, mesmo sem ter ligações directas com a religião.

Nessa religião, é fundamental a integração com a natureza, pois quanto maior o contacto com a natureza, maior será seu desenvolvimento, sua energia, seu axé e, portanto, maior será o cordão (elo) de ligação com seu orixá aproximando mais de Olorum (deus criador/construtor de todo o universo).
http://sites.google.com/site/ileaxeoxumareaveiro/o-que-sao-os. Acesso em 25/Dez/2010

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA PRÁTICA ESCOLAR

Postado por: ELIANE LIBIA WESTHOFER MOREIRA

Conforme Tozoni-Reis, a educação ambiental não se restringe mais só ao estudo da ecologia, ou de se modificar um comportamento ecologicamente incorreto, é sim uma construção da relação humana com o ambiente onde os princípios da responsabilidade, da autonomia, da democracia, entre outros, estejam presentes. É o índice de humanização e de cidadania dos indivíduos no qual averiguamos o grau de democracia da sociedade na qual se encontram.

A Educação ambiental foi internacionalmente reconhecida como estratégia para o desenvolvimento sustentável em 1975 e somente em 1977 e, Tbilisi é que foram estabelecidos os objetivos, os princípios e as estratégias que promoveriam a educação ambiental.

Já no Brasil, a educação ambiental teve respaldo com a criação da Política Nacional do Meio Ambiente, com a aprovação da Lei Nacional do Meio Ambiente, Lei 6938/81, e na Constituição Brasileira de 1988, no Capítulo VI – Do Meio Ambiente, com o artigo 225.

Nosso país possui um código de leis ambientais invejável, o que falta são recursos e mão de obra especializada para se fazê-lo cumprir.

A Educação ambiental com estas Leis passou a fazer parte do currículo escola, o que se observa, no entanto é que em várias escolas ela foi destinada a ser trabalhada somente pelos professores de ciências e de biologia,quando na realidade deve ser trabalhada por todos,sem distinção.

Não podemos trabalhar com a educação ambiental nas escolas, sem antes compreendermos o contexto em que nos situamos onde os aspectos associados à degradação do ambiente físico como aqueles relacionados à exploração de outros seres vivos, inclusive dos outros seres humanos, não são levados em conta como devem ser. As características principais da sociedade humana como o individualismo, a falta de solidariedade e a competitividade, nos remetem a uma aparente incapacidade de reconhecermos a importância das inúmeras interações existentes entre os seres humanos, bem como destes com o meio que os cercam, ou destes com outros seres vivos com os quais convivem. Após esta compreensão, devemos buscar um desenvolvimento que viabilize a inclusão na sociedade daqueles que hoje são marginalizados, mediante a sua participação política, permitindo que eles sejam transformados em cidadãos. Desta maneira, todos terão acesso ao conhecimento sobre a importância de se evitar o desperdício, e de como se fazer uso racional dos recursos naturais,objetivando-se assim que estes conhecimentos lhes permitam participar ativamente num processo coletivo que lhes permitam ter uma vida melhor.

Não adianta querermos esperar que os alunos mudem radicalmente seus comportamentos, mas podemos sim através de projetos escolares, onde todos estejam engajados, permitir que os próprios alunos através de pequenas ações, construam o conhecimento necessário para pequenas mudanças que serão a base para o desenvolvimento de um futuro cidadão que saiba exercer plenamente a cidadania.

Verificamos que nas escolas há certos comportamentos que através da construção do conhecimento, podem ser mudados, por exemplo, as folhas dos cadernos escolares servem sempre para a construção de bolinhas ou de aviõezinhos, há um consumo exagerado de balas e chicletes que tem sempre seus envoltórios jogados no chão, as paredes servem para se fazerem desenhos e anotações, há muita destruição de cadeiras, carteiras, portas, desperdício de merenda, de água nos banheiros e outros mais.

Se conseguirmos que através da apropriação de conhecimentos, os alunos compreendam a extensão de seus atos e possam assim modifica-los, estaremos aos poucos inserindo a educação ambiental na escola.

Projetos que possam levar os alunos a se envolverem e serem desta forma multiplicadores devem ser retomados anos após anos, pois assim as probabilidades de termos alunos multiplicadores serão maiores.

As comunidades no entorno das escolas são de modo geral difíceis e nada parceiras das escolas. Com alunos multiplicadores com certeza muitas barreiras serão quebradas, afinal estes também fazem parte da comunidade e assim poderemos ter a comunidade também participando de projetos junto com a escola, como por exemplo, no controle de baratas e ratos, no cuidado de árvores no entorno da escola e dos jardins que geralmente existem pertos das escolas.

Minha escola participou de um projeto junto com a Prefeitura de Diadema onde eu com os alunos de uma sétima série fomos levados por dois monitores da Prefeitura a conhecer o lixão do Alvarenga, fomos conhecer um local onde as pessoas faziam a triagem de alguns materiais para serem levados a reciclagem, fomos conhecer um córrego próximo da escola e fizemos à análise da água. Foi muito interessante para os alunos, mas infelizmente ao término deste projeto os alunos não haviam se apropriado do conhecimento e assim, não mudaram em nada sua postura.

No ano de 2009, iniciei um projeto com as sextas séries para que eles ajudassem a escola a se manter mais limpa, com menos carteiras quebradas, menos lixo no chão e menos merenda desperdiçada. Neste ano estarei com eles nas sétimas séries e o projeto deverá continuar para que realmente possamos obter algum sucesso.

Candomblé - Origem - Funções

por ELIANE LIBIA WESTHOFER MOREIRA - terça, 2 fevereiro 2010, 22:19

“Candomblé – Origem – Funções”

Candomblé = Tendo como a origem de Nações Bantu, do idioma kimbundo. Se originando da palavra “Kandombe” (ka = costume, uso; + ndombe = preto, costume dos pretos), que quer dizer em africano: Dança antiga africana de Nações Bantu, sem nenhum sentido religioso na África, espécie de batuque ou batucada, com vários instrumentos, inclusive com tambores. Dando a origem da palavra Candomblé na fronteira da Argentina, Uruguai com o Brasil (RGS) como dança de escravos nas fazendas (farra africana, como nem, hoje, são as rodas de sambas). Os baianos e outros; adotaram e copiando essa terminologia de origem espanhola Sul Americana, como sendo, o termo correto a dar aos cultos afro-brasileiros. E, os mesmos, desejam induzir que os cultos/rituais baianos e outros difundidos pelos mesmos, idênticos, ou seja, cópia fiel africana, se nem o nome é original africano! Isto, mais uma vez, prova que o Batukàjé – Batuque do RGS., sendo o mais próximo aos rituais religiosos praticados na África, ao menos, não temos nomes falsos ou de origem espanhola!

A função do Candomblé / Afro-Brasileiro (baianos e outros). Relaciona-se ao local onde se realizam as cerimônias de certos cultos que abrange rituais de origens africanas e o sincretismo católico e indígena (nativo do brasileiro). Com relação a certos rituais, como nem, o jogo de búzios, houve muita reserva, razão porque, hoje poucos são os que têm “mão-de-jogos” (oná – ifá = mão de Ifá / Òrìsà da adivinhação e do destino = odu). Hoje, no Candomblé / Afro-Brasileiro, o “jogo de búzios”, toda ação é procedida de um oráculo já pré-estabelecido, sendo a fórmula mais fácil de aprendizado. Dando, desde a origem da pessoa até os procedimentos cotidianos, passa-se pelo diagnóstico dos problemas que afetam a vida do consulente e pela prescrição dos sacrifícios de animais, caso sejam necessários à sua solução. Usando, na maioria das vezes, a feitura de orixás, como recurso pela inexperiência de outros recursos. Possuindo um custo elevadíssimo, totalmente fora dos recursos e padrão de vida financeira dos brasileiros, sendo poucos que possuem condições de realizá-los.

Orixás, afinal o que são? E quais são as posições ocupadas pelas divindades (Status)?

Os Orixás (Òrìsàs) são: Os que governam, à sua discrição, a vida e o destino dos seres humanos. São caprichosos, amam e odeiam, beneficiam e castigam, curam ou perseguem com doenças, e se fazem respeitar e temer. Têm suas cores, os seus animais prediletos e suas comidas, os seus toques e as suas andanças, as suas insígnias e os seus cânticos, as suas preferências e as suas antipatias – e ai! - daqueles que, devendo-lhes obediência, os irritar!

Embora sejam todos Orixás, há uma hierarquia poderosa e rígida em relação ao “status” – posições ocupadas pelas “Divindades”, os mais poderosos entre eles são, como na África: Òòsàálá => Oxalá (Brasil) => (ou Obàtálá / Odùdúwà ); Óbara; Ògún ; Oyá; Songó; Sakpatá ou Sakponã /Sapanã, também chamados de Homulú e Obaolúayé; Òsún (Oxum no Brasil); Yémonja (Yemanjá no Brasil).

Superior = Deus. O lóòrun (Olórun) que , depois de ter criado o mundo, dividiu o cosmo e deu a cada Òrìsà (Orixá) um domínio sobre o qual reinar.

Obàtálá (deus criador do homem) / Odùdúwà (deus criador, distribuidor da justiça) => filhos de Olórun que, no Brasil, receberam o nome de Oxalá ( Òòsàálá ).

Óbara => Aquele que, inicia ou termina / o que abre ou fecha. Sendo o pólo oposto ao de Òòsàálá . Sem Óbara, não se vai a lugar ou chega-se em algum objetivo almejado, pois sendo, o grande mensageiro entre os homens e as Divindades. Resumindo: Sem Óbara, não se faz nada ritualisticamente.

Intermediários = Orixás com muitos elementos, constituindo-se o resultado dos extremos como, por exemplo: Ògún ; Oyá; Songó; Sakpatá ou Sakponã / Sapanã; Òsún ; Yémonja e sucessores.

Inferiores = (Culto aos Ancestrais). Egún ou Egúngun , espíritos, almas dos mortos que retornam a Terra, dependendo das cerimônias ritualísticas. Tanto pode ser da família, como antepassados da Religião Africana, e devem ser honrados. Já o Bàbá Eégún = São espírito reencarnado de uma Ancestral, que muitos chamam, somente, de Eégún. Esse, até pode ser, o primeiro grau de algumas iniciações, que podem variar de “uma” até “sete” cerimônias, mudando em cada delas a classificação do candidato.

Exu = Em primeiro lugar, nunca foi de origem africana e sim, hebraico e de língua palli (o que quer dizer: o inverso de Deus), pois, os negros-africanos os temem. E nem tão pouco, como sendo, mensageiros entre deus e homens, como o Candomblé o apregoa, são personagens muito controvertidos. O surgimento desta “entidade” veio com a formação de Umbanda, pertencendo, principalmente, a facção de Quimbanda, o Exu como sendo escravo direto de Caboclos e Pretos Velhos e, sendo sim, está “entidade” o verdadeiro mensageiro dos homens para “Magia Negra”, bem como, nos rituais praticados na religião primitiva Celta e outras.... Africanos, evitam Exus; porque, os temem, em vista disto, consta em seus “orins” e “oríkìs” (rezas) a presença da “entidade Exu”. E tendo como, umas das atribuições principais, os Orixás Óbaras, com a obrigação de cuidar e de evitar os Exus. Não é como muita gente pensa, que Óbara é um Exu, isso não é verdade! Eles cuidam sim, dos Exus, para não perturbarem de modo geral o negro – africano e seus Rituais. Assim como, o Orixá Oyá cuida dos Egúns.

Observações: A verdadeira Doutrina dos Cultos de Religião de Matriz Africanas, e o aprendizado da mesma, por um Feitor ou Feitora, tem que ser paralelo, como nem trilhos de trem, ou seja, deve aprender todos os rituais de Orixás, assim como, cultuar seus Antepassados (Ancestrais), caso contrário, e nesses casos, os Feitores ou Feitoras, sempre, serão chamados de “pernetas” ou “manetas”! Como queiram....

Como esclarecimento, muita gente não conhece ou não sabe distinguir entre “Obàtálá e Odùdúwà ”:

Obàtálá = Nome africano de Oxalá ( Òòsàálá ), filho de Olórun, o Deus Supremo. Divindade às vezes masculina, às vezes hermafrodita, é o Orixá da “criação”.

Mitos: O lórun começou o mundo e encarregou “Obàtálá” de terminá-lo. Também fez o “homem e a mulher”, grosseiramente, de barro, e Obàtálá deu-lhes membros e feições, tendo-lhes então Olórun insuflado a vida.

Outro mito: Obàtálá é o único criador do primeiro casal humano, e ainda outro lhe atribui a formação da criança no ventre materno, sendo os portadores de defeitos físicos – albinos, coxos, corcundas etc... – vistos como erros seus e por isso seus protegidos, ou então um sinal de seu desagrado para com os pais.

Devemos externar que seus fieis usam roupas brancas e comem só comidas brancas e manteiga vegetal (ori) que é branca, em lugar do óleo de dendê, vermelho. Também como os caracóis comestíveis ìgbín (conhecido no Brasil por “ebi”) são lhe oferecidos. Seus filhos usam colares brancos e são proibidos de beber vinho de palmeira e de se alimentar com alimentos contendo sal.

Importante: Deve constar em seu assentamento, entre outros objetos de seu culto “os bolos redondos de pembas (cal)” – nome africano => “sésé efun”; é sua arma de encantar.

Título: Chamado de “ Òrìsàálá (e no Brasil de Orixalá), cuja contração deu Oxalá ( Òòsàálá ), sendo seu nome chamado no Brasil.“Obàtálá” => deus criador do homem.

Odùdúwà : Orixá de origem dos povos sudaneses (nagô), ora masculino, ora feminino. Irmão de “Obàtálá” => Òòsàálá (Oxalá), esposa deste, simbolizando a “mãe terra” e Obàtálá o “céu”. Esta união é simbolizada por dois objetos formando uma bola (o Universo) que contém a vida e deve constar, dentro de um “Ilé”, e que traz prosperidade ao mesmo, sendo um “eró”, sendo proibido sua divulgação, só pode dar-se aquém têm àse (axé).

Mito: Como irmão de Obàtálá, Odùdúwà, segundo os mitos, criou o mundo no lugar de seu irmão que dormia, em vez de cumprir a tarefa que lhe dera Olórun, embriagado pelo demasiado vinho de palmeira que bebera (razão pela qual esse vinho de palmeira, bem como, o óleo de dendê é proibido aos filhos de Obàtála / Òòsàála / Oxalá).

Odùdúwà , ascendente dos povos Nagô, por seu filho “ Òron Yòn ” (pronunciando-se no Brasil como: Oranhiã ) => deus progenitor dos povos Nagô (Nações Sudaneses Africanas). Seu nome verdadeiro era “Odé-dé” (caçador-chegado), dá longa vida, e aos anciãos honoráveis (africanos) que possuem um desses (símbolos) em sua casa (Ilé) abrem-na quando desejam morrer. É bom que se diga, no Brasil, de modo geral não é cultuado, ou seja, não existe culto e muito pouco lembrada. Porque, seu culto sempre se constitui, baseados, em grandes segredos africanos. Conhecemos alguns, mas nem todos! Por exemplo: Na Nação de Òyó (Pelotas – RS., e arredores) usa-se ou usava-se como Orixá de frente. Empregando-se o “awo eró” (segredos secretos). Odùdúwà => odù = cabaça para o àgbo + du = jorrou + wà = existe (cabaça [porongo] de onde jorrou a vida).Tendo sua atribuição como: Criador, distribuidor da justiça, neste Mundo.

“Predominantes nos Cultos/Rituais Africanistas”

Os aspectos predominantes nos Cultos/Rituais Africanistas são leitura de “búzios”; linguagem específica; de uso junto às “divindades” e de costumes africanos ou de africanistas (Brasil). Outros rituais, e de facções umbandistas/quimbandistas, bem como, madames que colocam cartas, todos são embuste à leitura de “búzios”, assim como, até africanistas pára-quedistas de cidade em cidade ou tenda em tenda à cata de clientes. Os africanistas só podem ler seus búzios em seu Ilé (Casa) e perante aos seus Orixás, caso contrário, é duvidoso ou logro, também são chamados de embusteiros.

Como também, são predominantes e belas, as oferendas de frutas; flores; comidas de origem africana e o respeitoso voto de sacralização de animais aos Orixás, sendo uma obrigação milenar, oriundo primitivo africano.

Vestuário de acordo com os Orixás (ornamentos, guias, cores, etc...), altar das Divindades; cerimônias públicas para diversos fins, inclusive para apresentação dos futuros seguidores; diversos instrumentos musicais primitivos e específicos.

Os Orixás, nos rituais e cultos africanistas, têm como predominante o seu grande repositório, dominando mar; céu; terra; cachoeiras; rios e o homem, bem como, todas as forças cósmicas do Universo. Têm suas preferências pela natureza, roupagem simples, cor, flores, grutas, nascentes, animais, dias, instrumentos de guerra e musicais, melodias e ritmos.

Em suas “lendas”, há tipos que se apresentam como figuras com características humanas como, por exemplo: Oyá; Yémonja; Òsún; Nanã; Ògún; Songó e Òòsàálá, significando, respectivamente, a mulher lutadora, a dona das águas do mar, a dos rios e cachoeiras, a mais velha, o guerreiro, como sendo o ministro da guerra, o julgador, justiceiro e também guerreiro e por fim o sábio experimentado.

Feitura - para não deixar dúvidas para muitas pessoas, com relação à feitura de Orixás pessoal. As pessoas, em sua maioria, só têm dois Orixás; mas, há possibilidade de até três, a fim de equilibrar a personalidade e a individualidade, caso contrário é piada! Ou, outros interesses, como financeiros etc...

O Orixá de cabeça (Olórí) e o de frente / corpo (Eléèdá ou Eléèmí => Orixá protetor pessoal). Mas não é muito fácil compreender, devemos ir analisando vários fatores, após um estudo mais apurado e de confirmações com outros Feitores, dá-se melhores informações sobre os Orixás de cada um (pessoal).

“Umbanda”

Pode-se dizer, hoje, como sendo, uma das religiões dos brasileiros. Tomando o significado geral da religião dos negros do Rio de Janeiro e também como em outros Estados do País.

É a religião, dos cultos de ancestrais (Egúns com luz), de caboclos, boiadeiros, pretos – velhos, certas falanges de ciganos, marinheiros e crianças, bem como, de escravos e subordinados aos demais, já citados, são os exus e também a exu fêmea (pomba-gira), destes nascendo a “quimbanda”, sendo esta, um dos caminhos, para tão chamada de “Magia-Negra brasileira”. É bom ressaltar, que este culto e ritual de quimbanda, nada tem haver com as doutrinas de cultos/rituais praticados pelos africanistas ou como chamados por muitos de afro-brasileiro.

Uma das diferenças existente e básica entre a Umbanda e com as demais, religiões de matriz africana, encontra-se (diferença) na doutrina de uma e de outra, bem como, também na concepção sacral e na explicação da experiência de mediunidade. A Umbanda, não deixa de ser um culto como os africanos intitulam, para Bàbá Eégún (Egúns com luz => Guias [caboclos; pretos velhos, etc...]). Já na tradição africana, é o Orixá ( Òrìsà ) que toma o corpo dos filhos de Orixás (omoòrìsàs); ao passo que, a Umbanda, é o espírito desencarnado de um ancestral ou antepassado que se manifesta no médium. Possuindo um linguajar bem diferente e misturando várias línguas, ou seja, falam através da matéria do médium. Ao passo que, em alguns rituais de origens africanos, principalmente, no Candomblé, o Orixá “não fala e nem canta, mas sussurra e grita”; porque, não existe no Candomblé (de forma geral) uma doutrina, assim como, de ensinamento do linguajar (idiomas) africano aos seus sacerdotes, e extensivo aos adeptos religiosos.

É bom, esclarecer, que no “Batukàjé” (batuque – RS.), em seu início, havia uma doutrina do linguajar africano, tanto de Nagô, Anago e Bantu e, com o tempo foi se perdendo e agravou-se na década de 60, pela discriminação racial nos USA. Isto, vindo a repercutir nos afro-descendentes, da época e até os dias de hoje, no Rio Grande do Sul e, os mesmos, passaram obliterar o linguajar africano em troca da língua oficial do País, em suas comunicações diárias; mas, ainda existe, pouco é verdade, não com a mesma intensidade do passado, nos cultos/rituais religioso. O linguajar africano, que aos poucos, estamos resgatando, principalmente, o idioma yorùbá.

A Umbanda tradicional ou de antigamente baseava-se nos ensinamentos dos orixás, dos guias e protetores, cuja essência era fornada pelo ABCDEF, como sendo a sigla representativa de amor; bondade; caridade; desprendimento; evolução e fé, tanto que seus rituais e trabalhos sérios não tiravam o caráter benevolente para com as pessoas.

Hoje, como a Umbanda cruzada ou também chamada de popular, e com o desenvolvimento de Quimbanda em nosso País, devido, as facilidades e influência de drogas e vícios existentes, a mesma, vem soterrando a própria Umbanda e demais religiões de matriz africanas em nosso País, na conquista de novos adeptos religiosos.

A base dos aspectos predominantes de Umbanda tradicional em no País, são rituais de várias origens; roupas simples e brancas; imagens de santos católicos; pretos-velhos; caboclos e índios; desenvolvimento de doutrinas umbandistas ao médium, através de freqüência permanente e de acordo com sua capacidade mental e espiritual, atinge graus ascendentes; com o auxílio dos palmeados e de instrumentos simples e rústicos. Cultuando às vezes, alguns orixás de origem africana e instrumentos como tambores e outros, sendo esta, chamada de popular ou cruzada.

O nome de Umbanda de Linha Branca é dado quando somente há magia branca, ou seja, elevação espiritual e mediúnica, não se utilizando a Linha da Esquerda (Preta) que trabalha com exus, praticando o mal, praticados por pessoas nódoas e sem escrúpulos e sendo escroques. Notificando, que vem nulificando a sublime, Umbanda tradicional. Desejo notificar; que ambas não têm nexo aos Cultos/Rituais Africanistas. Que a sociedade brasileira realiza sua judicatura envolvendo todas em uma só religião.

É de bom alvitre dizer que a Umbanda tradicional trabalha para a evolução espiritual; mental e mediúnica dos vivos. No século XXI, existe a necessidades de elucidar e de externar ao ser humano as facções de escroques existentes em nosso meio, confundindo o leigo. Em breve, a tendência é de unir as facções religiosas que trabalham para o bem e a evolução do homem.Temos que buscar na formação intelectual de cada pessoa e suas aptidões, sendo importante, para feitura de futuros sacerdotes. Já que a Umbanda não é um culto, mas sim uma religião popular. Caso contrário, será um niilismo para as religiões populares neste País.

A principal finalidade de Umbanda seria o serviço aos espíritos humanos “encarnados ou desencarnados”, seja por meio da doutrinação ou do auxílio espiritual, se destacando nas dificuldades materiais e morais, alívio ou cura de doenças.

“O Sincretismo”

Com a dificuldade dos africanos cultuarem seus costumes religiosos na nova Terra, optaram por fazer uma aproximação dos santos católicos aos Orixás, por eles, cultuados na África-Negra. Tornando-se assim, mais compreensível os usos e costumes dos escravos pelos seus patrões e representantes da Igreja Católica; mas, mesmo assim, com a perseguição e discriminação de muitos.

Assim, os escravos, embora “convertidos” ao catolicismo (cristianismo), continuavam a praticar seus rituais, com muitas restrições, em idiomas de origens de sua Nação - África-Negra.

É bom que se diga; as relações que os escravos faziam entre o Orixá e o Santo Católico eram interessantes e com muita esperteza, como por exemplo: Entre muitas, as comparações feitas, entre Ògún e São Jorge; Xapanã / Sakpatá e São Lazaro / São Roque; sendo este Orixá, o deus da varíola e, o santo tem o corpo coberto de feridas. Observação: Na verdade, o sincretismo nos leva apenas a comparações, havendo na conversão dos negros-escravos-africanos e seguido até pouco tempo por alguns afro-descentes ao catolicismo uma grande ilusão de catequese. Hoje, lutamos para desfazer esse sincretismo; mas, o leigo insiste em mantê-lo! O sincretismo, criado na época como fuga ou disfarce, para o negro-africano poder cultuar seus rituais religiosos de origem. Hoje, não existe mais a necessidade, embora, ainda exista a discriminação religiosa neste País, principalmente, em um Estado como nem o Rio Grande do Sul, sendo colonizado, em sua maioria por povos de origens européias.

As religiões de matriz africana tiveram no Brasil, em seu princípio e até os dias de hoje, existindo perseguições e discriminações, embora, tenha um vasto campo de proliferação e sendo muito fácil, e como ainda sendo utilizado, por muitos, do sincretismo permanente. Embora, não exista mais essa necessidade. Assim, iremos encontrar no País:

Candomblé = Nome falso das origens dos negros-africanos, sendo de origem espanhola (Argentina / Uruguai). Se fosse o nome africano, seria então “kandombe” do idioma Bantu, dialeto Kimbundo => (costume dos pretos) dança sem fins religiosos na África-Negra. A prova do que o sincretismo está no próprio “Candomblé”, é só notarmos as “Confrarias religiosas na Bahia”. Aos leigos ou desinformados, o Candomblé se diz o núncio das verdadeiras religiões de matriz africana, estão nefando.

Bàbásuê = No Pará e Piauí, tendo fluência da Casa Grande das Minas (Jèje).

Tambor = Chamado de Tambor de Mina ou de Nagô. Culto de ritual “daomeano” principalmente no Estado do Maranhão.

Xangô = Nome usado por leigos para designar os cultos de matriz africana em Recife e nas Alagoas.

Macumba = Nome dos Cultos afro-brasileiros, do Estado do Rio de Janeiro.

Catimbó = Nome dos Cultos relacionado à pajelança, com várias procedências. Muito comum no Nordeste Brasileiro.

Batukàjé = Nome original do idioma Bantu, dialeto Kimbundo. Passando a chamar-se; genericamente, ou de forma geral de “Batuque” no Estado do Rio Grande do Sul. Sendo este o Estado, um dos últimos a introduzir os serviços de escravos negros. E, em princípio, a maioria de escravos-negros de origem, de povos, sudaneses e depois os póstero escravos-negros, os de origem de povos Bantu, os quais, deram o nome dos Cultos e Rituais Religiosos de Matriz Africana no Rio Grande do Sul. Possuindo hoje, em nosso País, os rituais mais semelhantes e tradicionais existentes da África-Mãe. Mas, também existe, entre muitos, Africanistas o sincretismo, devido, há várias influências, perseguições e discriminações.

www.paijulioesteio.kit.net/religioes_de_matriz_africana_no_contexto_geral_no_brasil_9.htm -

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Projeto: Heranças, Valores Civilizatórios Afro-Brasileiros

Versão em Vídeo:



Versão em Apresentação de slides:

Diadema ganha prêmio por Projeto Racial


Novembro é considerado o mês da Consciência Negra. Em geral, a data é marcada por manifestações e reflexões que tentam trabalhar com a sociedade o respeito às diferenças, o combate ao racismo e a discriminação.
Diadema, por ser a quarta cidade do país em número de população negra, sempre teve a preocupação em desenvolver projetos que destacassem a cultura, a participação, a herança e os valores africanos.
Um exemplo disso é o projeto “Heranças: Valores Civilizatórios Afro-Brasileiros” realizado na E.M Mário Quintana. A importância do trabalho foi reconhecida recentemente no CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades) quando o projeto ganhou o primeiro lugar da 4ª edição do Prêmio “Educar para a Igualdade Racial”.
O prêmio, idealizado em 2001, busca valorizar experiências de promoção da igualdade racial no ambiente escolar, mapear, analisar e divulgar as práticas educacionais que abordam a cultura afro-brasileira, sensibilizar e incentivar professores para a inclusão da temática étnica nos projetos pedagógicos, além de auxiliar e impulsionar a implementação da Lei 10. 693/2003 que regulamenta as diretrizes curriculares da Educação das Relações Étnico-Raciais em todo país.
“Heranças: Valores Civilizatórios Afro-Brasilieros” foi implementado pelas professoras Raquel Rodrigues do Prado e Anne Carvalheiro de Souto em 2007 na escola municipal Mário Quintana e tem como objetivo abordar a questão da diversidade racial, valorizando e respeitando as diferenças, mostrar a contribuição dos negros no patrimônio cultural, resgatar a história da África, reconhecer o racismo e opor-se a ele, discutir valores e padrões impostos.

“Pesquisei as heranças africanas, os valores e descobri que a oralidade, a circularidade, a cooperação, a alegrias total (axé), a musicalidade eram todas heranças africanas. Muitas vezes trabalhamos com as crianças esse temas, mas não nos damos conta que é de origem africana”, relata a professora.

Por meio de contos africanos, exibição de filmes, dramatização das leituras e dos vídeos, rodas de conversa, contação e construção de histórias afro-brasileiras, colagens, montagem de painéis e telas, brincadeiras com o corpo, jogos e músicas foram trabalhados com as crianças, pais, professores e funcionários da unidade escolar conceitos étnico e raciais.

“Decidi montar um projeto racial, porque percebi as dificuldades das pessoas em trabalhar esse tema com as crianças, mas também percebi a dificuldade nos adultos. Por isso, desde o inicio meu objetivo era envolver não apenas as crianças, mas também os pais e a equipe escolar”, explica Raquel.

Como resultado foi possível perceber docentes mais atentos na seleção de conteúdos, leituras e imagens a serem apresentados aos alunos. Crianças mais seguras e orgulhosas dos seus pertencimentos étnico-raciais. E pais participantes e envolvidos com as atividades pedagógicas desenvolvidas.

Mauro Pedroso/PMD

Os professores premiados (dois de educação infantil e dois de ensino) receberam R$ 5.000, um kit de livros sobre o tema da diversidade humana e pluralidade cultural e ainda participarão de um curso sobre a temática racial desenvolvido pelo CEERT. A docente responsável pelo projeto ganhador de Diadema, Raquel, se diz emocionada com a vitória. “Foi emocionante. O prêmio foi uma realização profissional e pessoal. Também foi uma forma de demonstrar para os outros profissionais como trabalhar a temática racial de maneira mais profunda”.
Políticas afirmativas - Em Diadema, a temática racial começou a ser introduzida no ambiente escolar a partir de 2001, com o objetivo de combater o racismo e a discriminação. Foram realizadas oficinas de sensibilização junto aos professores, alunos e coordenadores de escola pela Educação e a antiga Assessoria de Combate ao Racismo.
“Os fundamentos filosóficos da Proposta Curricular de Diadema estão pautados na convicção de que é necessário o resgate de processos mais humanitários para ensinar e aprender a partir dos conhecimentos diversos que cada sujeito traz. Assim nota-se o papel fundamental do professor e da Educação na luta contra as desigualdades de raça /etnia e de gênero”, complementa Márcia Santos, Secretaria de Educação.
Assim a atual proposta curricular, por meio dos seus sete eixos, entre eles, ‘Dignidade e Humanismo’, contempla a lei federal 10.639, de 9 janeiro de 2003, que instituiu a obrigatoriedade da temática história e cultura afro-brasileira, história da África e dos africanos, entre outros assuntos relacionados.
E para Raquel, o projeto só obteve êxito graças à colaboração e empenho da Secretaria de Educação e da comunidade. “A Secretaria de Educação, a escola, os professores e toda a equipe e parceiros envolvidos também foram fundamentais no projeto. Porque a final, ninguém faz nada sozinho”, complementa.
A política racial da cidade não está apenas nas escolas. Em 2006, Diadema criou o Centro de Referência e Promoção de Políticas para a Igualdade Racial (CREPPIR), fruto do diálogo da Prefeitura com os movimentos negros da cidade. Ligado à Secretaria de Assistência Social e Cidadania, o Creppir visa aprimorar, articular e integrar as políticas raciais nas diversas secretarias municipais e se estrutura para desenvolver ações e atividades com a comunidade negra do município, tendo como metas qualificação profissional, inserção no mercado de trabalho, valorização da cultura, entre outros.

Claudia Mayara

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Compartilhando: Hojoki, Visões de um Mundo em Convulsão

Hojoki, Visões de um Mundo em Convulsão PDF Imprimir E-mail
Monja Coen Sensei

"No final do século XII, a capital do Japão, Kyoto, foi devastada por terremotos, tempestades e fogo. Retirando-se deste mundo hostil, o poeta e sacerdote budista Kamo-no-Chomei deixou a capital, indo viver nas montanhas e florestas de Toyama, onde veio a construir sua famosa "cabana de um metro quadrado".

Nestas alturas solitárias, ele escreveu o Hokoji, um livro extraordinário que descreve tudo o que Chomei viu das misérias humanas, e também de sua nova vida de tarefas simples, caminhadas e atos de bondade. O verso de Chomei revela em suas imagens e cadência a transitoriedade do universo e as oscilações do coração humano. No entanto, no final ele questiona sua própria sanidade e a integridade de seu propósito.

Teria ele se tornado apegado demais a seu desapego, a sua rústica cabana e a seu auto-imposto exílio? Diz ele: "Terá esta minha mente incessante servido apenas para me tornar louco? Para todas estas questões, não há resposta. Então agora, uso minha língua impura para oferecer algumas preces, e então me silencio".Mas seu relato é incrivelmente moderno e atual. Mais adiante, no Hojoki, Kamo-no-Chomei diz:
para entender
o mundo de hoje,
meça-o contra a grandeza
do mundo
de muito tempo atrás".

As calamidades desta vida humana efêmera são retratadas com genialidade no Hojoki.

Nossa era é como a espuma que se forma em uma poça d'água, diz Chomei. Tão real ou tão irreal quanto eras passadas — e tão sentida quanto as calamidades de séculos atrás, tão esquecida como os desastres de outras galáxias e planetas.

http://tinyurl.com/ybwkuow

Abaixo os trechos iniciais.


HOJOKI

visões de um mundo em convulsão

O rio que flui nunca pára
e no entanto a água
nunca permanece
a mesma.

Espuma se forma
nas poças tranquilas
dispersando-se, reformando-se,
nunca durando muito.

Assim é com o ser humano
e todas suas moradas
neste planeta.

*************************************

Em nossa gloriosa capital
os telhados das casas
de nobres e comuns
desfilam todos alinhados, e parecem
estarem em duelo por proeminência.

Parecem ter durado
por geracões, mas olhe mais de perto —
aqueles que estão de pé há muito tempo
são realmente raros.

Um ano são derrubados
e no outro levantados novamente.

Grandes casas caem em ruínas,
para serem substituídas por casas piores.

Assim é também
com aqueles que nelas vivem.

O lugar em si
nunca muda
e tampouco as multidões
Ainda assim, de todas as muitas pessoas
que um dia conheci
apenas uma ou duas permanecem.

Elas nascem ao por-do-sol
e morrem enquanto surge a manhã
como aquela espuma
sobre as águas.

Pessoas morrem
e nascem —
De onde elas vêm
e para onde vão,
eu não sei.

E tampouco compreendo
as casas efêmeras que elas constroem.

Por quem se preocupam tanto?
O que pode ser tão agradável aos olhos?

Uma casa e seu dono
são como o orvalho que se acumula
nas flores da manhã.

Qual será o primeiro a desaparecer?

Algumas vezes o orvalho se vai
enquanto as flores permanecem.

Mas elas certamente secarão
sob o sol da manhã.

Algumas vezes as flores murcham
enquanto o orvalho nelas se agarra.

mas ele não sobreviverá
a este mesmo dia.

*************************************

Nos quarenta e poucos anos
desde que cheguei à idade
de entender o coração das coisas,
presenciei muitos acontecimentos horríveis.

Uma noite, muito tempo atrás,
— terá sido o vigésimo-oitavo dia
do quarto mês
do terceiro ano de Angen (1177) —
um ruidoso vento soprava.

Às oito da noite surgiu um fogo
no sudeste da cidade
e se espalhou para norte e para oeste.

O fogo finalmente atingiu
o portão sul do Palácio.
Este portão, assim como a Câmara do Estado,
a Universidade, e o Escritório do Interior,
todos queimaram até o chão em uma única noite.

Dizem que o fogo começou
em Higuchi-Tominokoji,
nos alojamentos de uma compania de dança.

Os ventos sopravam selvagemente —
para ali! para lá! —
e o fogo se espalhava
como um leque que se abre.

Casas longínquas
engolfadas por fumaça!

E mais perto, chamas famintas
lambiam o chão.

Um céu vermelho em toda parte!
Brasas brilhando,
acesas pelo fogo!

Chamas levadas
por implacáveis rajadas de vento
viajavam por bairros inteiros.

Quem, nisso tudo,
não se assustaria até a morte?

Alguns sufocados pela fumaça
caiam no chão.
Outros engolidos pelas chamas
morreram imediatamente.

Alguns poucos capazes
de se salvarem
perderam todos seus bens mundanos.

Muitos tesouros
reduzidos a cinzas!

Terrível
terrível perda!

O fogo destruiu
dezesseis casas nobres —
e quem sabe quantas mais? —
me disseram que um terço
de toda a capital.

Levas de homens e mulheres pereceram.

Incontáveis cavalos
incontável gado
também morreu.

Todos os afazeres de seres humanos são sem sentido
mas gastar toda sua fortuna
e se tormentar para construir uma casa
nesta cidade perigosa
é especialmente tolo.

*************************************

Então
no quarto mês
do quarto ano de Jisho
veio um grande vento,
que atingiu Nakamikado-Kyogoku
e soprou tão longe quanto Rokujo.

Destruiu três, quatro bairros da cidade.

Nenhuma casa, grande ou pequena,
uma vez tomada por este vento,
escapou intocada.

Algumas foram arrasadas até o chão
e outras deixadas
somente com colunas e vigas.

O vento arrancou portões
e os depositou a quarteirões de distância.

Derrubou cercas
e cada pedaço de terra
se juntou aos vizinhos.

Móveis e objetos das casas
eram jogados para o céu.

Palha e pedras
dançavam loucamente no vento,
como folhas de inverno.

Poeira subia como fumaça
de forma que nada podia ser visto.

O rugir do vento tão intenso
que nenhuma voz humana podia ser ouvida.

Os ventos do próprio inferno
devem ser assim altos!

Não apenas casas
foram destruídas.

Muitas pessoas também
se feriram e perderam partes do corpo
tentando salvar suas casas.

Então o vento se voltou para o sul
e causou mais sofrimento.

Ventos sopram com frequência —
mas alguma vez com tamanha força?

Foi tudo tão estranho e irreal
que pensei que só podia ser
um mau presságio.

(a continuar... este é só o começo das calamidades...)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Por uma Cultura da Paz....

Caminhada Mundial da Paz:

“Sinergia da paz

Momento de sintonizar.

Sinergia da paz

Que não é ausência de conflito

É saber mediá-lo

É saber modificá-lo.


Sinergia da paz

Uma congratulação do diverso, da alegria, da felicidade.

Uma congratulação da Paz

Envolta pelos diversos, pelos diferentes que querem a Paz e

Manifestam a Paz.


Sinergia da paz

Um momento de Ser

Um caminhante da Paz.


Caminhada mundial da paz

Caminhada de diversos jeitos

Em diversas redes

Em diversas práticas

O diferente,

A unidade da Paz.


Sinergia da paz

Estejamos aonde estejamos

Em pensamento

Em ação

Em espírito

Em coração

Em energia.


Sinergia da paz

A energia que traz a paz

A energia que faz a paz

A energia que manifesta a paz

A sinergia da paz” (Genivalda A. C. dos Santos & Convidad@s).


Que possamos continuar o nosso desafio de um minuto pela cultura da paz, um minuto de cultura de paz. Obrigado por você existir e por ter tido a oportunidade de expressar e escutar com a voz do silêncio e a voz do coração.

Genivalda Araújo Cravo dos Santos é signatária da URI Goiás; doutoranda e mestre em Ciências da Religião pela PUC Goiás

Intolerância Religiosa e Direitos Humanos... promovendo a Cultura da Paz

Sobre Educação Ambiental... um outro mundo é possível...

Para Refletir: Senhor dos Anéis

Reconto de Histórias - Berimbau: Raquel Coelho

PROJETO DIDÁTICO DIVERSIDADE: Respeitando as diferenças.

“Ninguém nasce solidário, a solidariedade se aprende e a escola é um dos lugares onde essa idéia deve ser trabalhada.” (Frei Beto).

Público alvo: Corpo docente, discente, pessoal de apoio e pais.
Duração de 6 meses
Produto final: Será apresentada na mostra cultural por meio de painéis, filmagens, exposição fotográfica, peças teatrais, apresentações artísticas dos pais.

O ser humano tende afastar tudo o que é (ou parece) complicado, Morin, prega que se faça com urgência, uma modificação nessa forma de pensar. “Só assim vamos compreender que a simplificação não exprime a unidade e a diversidade presente no todo”.
Sabemos que a escola precisa cada vez mais reunir esforços em busca de um ensino que envolva a questão de inclusão social, pois vivemos no momento transitório de uma cultura discriminatória, pré-conceituosa para uma cultura inclusiva e essa transição não ocorre de forma tranqüila. Sendo assim, a escola necessita de profissionais comprometidos que atue de forma interdisciplinar e coletiva envolvendo outros espaços e outros públicos para trabalhar a questão da diversidade, que estão presente no espaço escolar e na sociedade.
Esse projeto tem como objetivo maior garantir o processo de uma sociedade mais justa, mais solidária onde a dor do outro, seja também a nossa dor, onde as pessoas compreendam que somos seres sociais e as nossas vidas estão vinculada uma as outras.

Desenvolvimento e Etapas
Esse projeto terá duas atividades desencadeadoras como a projeção do filme “Happy Feet, O Pingüim”, seguida de discussões e uma enquête realizada pelas as crianças questionando a questão do preconceito envolvendo a comunidade escolar no qual depositara suas opiniões numa urna que ficara na BEI.
E com o corpo docente será por meio de leitura de um texto para sensibilização e reflexão sobre a questão da diversidade e respeito às diferenças. Passará por várias etapas; na sala serão realizadas leituras compartilhadas utilizando o acervo da BEI tais como: Diversidade, Minha irmã é diferente, Minha avó é um problema, a vida do elefante Basílio, Roda pião, O gambá que não sabia sorrir, O galo que cantava para o sol nascer, O pobre cocozinho, Abelha chocolateira e O patinho feio. Essas leituras serão acompanhadas por rodas de conversas, com reescrita ou produção de texto com ênfase do tema em questão. Em cada atividade serão levantados os conhecimentos breves das crianças.
Utilizaremos outros portadores como jornais, revistas, matérias específicas e jogos cooperativos. Faremos pesquisa em site no laboratório de informática e na base de dados da BEI socializando as informações com diferentes linguagens e suportes.
Assistiremos aos filmes como: Lucas um estranho no formigueiro, Shrek, Cinderela, Procurando Nemo, X-Men, Espanta Tubarões; acompanhado de intervenções pontuais feito pela professora possibilitando discussões e registros.
Usaremos as diferenças individuais entre as próprias crianças para demonstrar que somos diferentes por várias razoes e que essas diferenças não devem ser usadas como forma de discriminação e privilégio.
Em momentos coletivos como reunião pedagógica, reunião de pais e faremos dinâmicas com todos participantes envolvendo (rótulos) com o objetivo de sensibilizá-los ao tema em questão.
Faremos contextualização com fatos ocorridos na atualidade como o PAN exemplo: quais são as modalidades que são preciso cooperação para conseguir seus objetivos.
Convidaremos os pais e outras pessoas para participarem de apresentações artísticas.
As turmas participantes abordaram com maior ênfase um dos conteúdos do projeto de acordo com as necessidades de aprendizagem e a seqüência para realização do seu produto final.


AVALIAÇÃO
Ocorrerá por meio de observação de forma oral e escrita pelo professor e registro fotográfico.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PAAR, Toodd, Tudo bem ser diferente / Todd Paar: Ilustração do autor – Tradução – Marcelo Bueno – São Paulo – Editora Panda 2002.

RIBEIRO, Jonas, Gente que mora dentro da gente – Belo Horizonte – Editora Dimensão, 2001.

www.secretariadaeducaçãosp.com.br/cre/mariocovas acesso disponível em 06/05/2007.

www.novaescola.org.br edições de dezembro de 2004, maio de 2006 e setembro de 2006.


Presença Pedagógica - Editora Dimensão – vol. 9 - jan/fev. 2003
BATISTA, Ivany Picasso. Convivendo com as diferenças. São Paulo: Editora Ática, 2004.

PROJETO: POESIA PARA TODO DIA

  •  1º Ano do Ciclo II

  • Duração de 4 meses, sendo 2 vezes por semana

  • Início em Março e término final de Junho

  • Produto final: Coletânea de poemas para oferecer para biblioteca; elaboração de um DVD com os poemas produzidos para homenagearmos as mães;

  • CD com poemas declamados pelos alunos; 
INTRODUÇÃO  
"Toda a expressão e emoção do poeta estão traduzidas no poema por meio das palavras bem arrumadas, das rimas, da musicalidade produzida pela tonicidade da palavra e – mais do que isso – pelo jogo dos significantes e significados. Ao longo dos estudos da língua, os alunos vão aprendendo a identificar esses elementos formadores dos textos poéticos. Entretanto, é bom que – desde já – a ouvir um poema bem interpretado oralmente e se deliciem com o encantamento que a linguagem poética proporciona." (FANY ABRAMOVICH).
 
JUSTIFICATIVA  
Este projeto será realizado em parceria com o projeto "Estudar pra Valer", especificamente o Projeto Poesia. Com objetivo principal de sensibilizar as crianças para a poesia, de forma que possam apreciá-la e, em suas tentativas poéticas, expressar sentimentos e emoções e ao familiarizarem com a linguagem poética sintam prazer em ler e ouvir poesias.
O projeto será ampliado com apresentação de outros poetas e poetisas, como, Vinicius de Morais, Cecília Meireles e Cora Coralina e outros. E o mesmo se justifica ao possibilitar a ampliação das aprendizagens de Língua Portuguesa, no que se refere tanto a forma como se lê e se produz o texto poético, quanto à proporção do sistema alfabético de escrita e ortografia.
 
OBJETIVO

  • Produzir acróstico;

  • Conhecer características do texto poético;

  • Identificar diferentes ritmos, rimas, o jogo de palavras nos poemas;

  • Recriar poema fazendo relação entre o som e a grafia;

  • Ler e produzir paródia;

  • Socializar poema (pais, amigos, escola);

  • Revisar poemas envolvendo (ex: a diagramação e a ortografia);

  • Ler com ritmo e entonação; 
CONTEÚDOS 
  • Escrita de acróstico;

  • Linguagem oral, leitura e característica do poema;

  • Reescrita de poema fazendo relação entre som e grafia;

  • Leitura e produção de parodia;

  • Linguagem oral é organização do jogral;

  • Revisão de poemas;

  • Organização de sarau, cartaz e convite;
ETAPAS

  • Iniciar com a pergunta sobre acróstico

  • Ler com eles o acróstico e mostrar que é um tipo de poema ( rimado ou não) em que se homenageia uma pessoa

  • Fazer coletivamente um levantamento das características físicas e psicológicas das pessoas que puderam ser feita acróstico

  • Orientar para a produção de acróstico (pessoal), ou seja, com seu nome

  • Escolha alguém conhecido e ou especial (mãe, pai, irmão ou colega da sala).

  • Registrar o acróstico no caderno ler para sala, fazer a revisão e digitar para ser socializada;

  • Leitura de Poema "Identidade (PEDRO Bandeira) – fazer relação com identidade;

  • Explorar o poema (proposta na ficha - 4)- "Estudar pra Valer", ou seja, discutir sobre poema;

  • Ir na biblioteca, ler poemas selecionados pela PABE;

  • Fazer leitura compartilhada de poemas, conversando sobre as características da forma do texto;

  • Oferecer poemas para ler em casa e depois pedir que leiam para sala;

  • Destacar as rimas de um poema, e substituir para outras palavras;

  • Brincar com o ritmo, sonoridade e solicitar a recriação de um poema de forma coletiva. (arca de Noé, ou isto ou aquilo);

  • Desmontar um poema e remontar do jeito que sentiu ou mias gostou (A vida José Lino GRÚ NEWALD – FICHA 4 – Verso – estudar pra Valer);

  • Oferecer momentos de leitura silenciosa selecionar de poemas;

  • Completar poemas com mais dois versos (linhas) sempre fazendo rimas o segundo verso com o quarto. (Rimas e quadras – FICHA – 5 – Estudar pra Valer);

  • Propor apresentação de poema para outra salas na Biblioteca Interativa (jogral, diagramas) declamar;

  • Digitar os poemas produzidas e ilustra-las

  • Produzir um convite para apresentação dos poemas

  • Selecionar os poemas que serão apresentados e seus autores 
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

  • Ao iniciarmos o projeto sabemos que devemos resgatar a experiência dos alunos em relação as diversas formas de expressão da poesia, ou seja, partir do que eles já conhecem;

  • Selecionar poemas e solicitar a pesquisa;

  • Socializar os poemas pesquisados para a sala;

  • Ao iniciarmos o estudo dos poemas, faremos uma leitura mais aprofundada, estimulando os alunos a imaginarem como ele é , antes da leitura,( por meio do título) e com questionamentos:

    • sobre o que vocês acham que o autor vai falar?

    • De que forma ele falará disso?

    • Que palavras ele usará?

  • Organizar forma de socialização do projeto, ex.: enfatizar o "visual do mural", pois ele pode ser enfeitado, bem caprichado, mas é essencial também que seja organizado de maneira que não dificulte a leitura dos poemas expostos.

  • Organizar oficinas para produção de poemas organizando os alunos : individual , em dupla e em grupo;

  • Integrar outros espaços e profissionais como: PETI, BEI e Informática e outra áreas do conhecimento, envolvendo a interdisciplinariedade;

  • Recursos: livros diversos, diferentes poemas e autores, diferentes suportes para registro, computadores, xerocópias de poemas, CD´S para gravações, câmeras fotográficas e filmadora;

  • OBS. Cada turma estará organizando seqüência que envolva o seu produto final; 
OBRAS E AUTORES ( POETA E POETISA)

  • 111 Poemas para crianças , Sérgio Capparelli

  • O Berimbau , Manuel Bandeira

  • Ou isto ou aquilo, Cecília Meireles

  • A arca de Noé, Vinicius de Moraes

  • Tem tudo a ver, Elias José

  • A onda, Manoel Bandeira

  • Cidadezinha qualquer, Carlos Drumond Andrade

  • Trem de Ferro, Manoel Bandeira

  • O buraco do tatu, Ségio Capparelli

  • Para sempre, Carlos Drumond Andrade

  • A noite desabou sobre o cais, Jorge de Lima

  • Poesia fora da estante,

AVALIAÇÃO 
Ocorrerá de forma escrita, oral, fotográfica, com registro reflexivo dos professores, envolvendo as atividades, relatando as impressões, facilidades, dificuldades, o conhecimento prévio do grupo, enfim, o processo vivido pois como diz Madalena Freire : " o registro de suas reflexões cotidianas significa abrir-se para seu processo de aprendizagem"

 
BIBLIOGRAFIA
 
ALTENFELDER, HELENA ANA, POETAS DA ESCOLA-CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO, CULTURA E AÇÃO COMUNITÁRIA- SÃO PAULO;PETRÓPOLIS.2004- Aprender pra valer
Organizadora ,COSTA, MÓNICA RODRIGUES-COLEÇÃO DE HISTÓRIAS INFANTIS- SÃO PAULO, PUBLIFOLHA, 2002- Arco-Íris de letras
Ano 4 nº 37, março 2007. Editora Lua.Cotia SP. Revista do Educador. Guia Prático para professores, Ensino Fundamental -

PROJETO CONTOS E FÁBULAS AFRICANAS

Atividade inicial
A idéia de trabalhar com estas histórias surgiu para que os alunos as conhecessem, pois elas foram deixadas pelo povos da África como cultura oral – onde os anciões das tribos eram valorizados justamente por conhecer muitas coisas e transmiti-las aos mais jovens. E as heranças deixadas por eles foram trazidas para o Brasil com a vinda dos escravos, e até hoje, temos a influencia cultural africana.

Iniciei o trabalho com uma roda de conversa explicando justamente essas heranças e o quanto ela foi importante para a formação do povo brasileiro e fomos para a sala de vídeo assistir o desenho “Kiriku e a Feiticeira”, que mostra exatamente esta realidade, onde os mais velhos transmitem todo o conhecimento para os outros.

No dia seguinte conversamos sobre a história assistida no vídeo, levantei alguns questionamentos para que eles falassem sobre aquele estilo de vida (tribos africanas e suas famílias). Questionei também se os seus avós, os tios e pais contavam histórias ou algum fato passado, e alguns alunos contaram situações transmitidas pelos adultos da família. Percebi também que grande parte dos meus alunos não tinha este tipo de contato com a família.

Leitura e estudo de texto bem escrito
Esclareci para todos que nosso projeto consistia na busca de conhecer melhor os contos e fábulas africanas, recontá-las para socializar com todos, reescrevê-las e, depois, escrever suas próprias histórias, finalizando com um livro criado e ilustrado por eles. Após pronto o livro contaríamos para os alunos das outras salas.

A primeira reescrita deste projeto foi do desenho assistido (“Kiriku e a Feiticeira”). Fizemos coletivamente, eu era o escriba, enquanto eles me descreviam os fatos. Com o texto na lousa, os alunos foram lendo para corrigir possíveis erros gramaticais ou estruturais.

Após esta correção registraram a reescrita no caderno.

Num outro dia, trouxe vários livros com contos e fábulas africanas (conforme bibliografia no primeiro relatório). Distribuí para que os grupos pudessem olhá-los, este primeiro contato os fez mais curiosos.

Como havia muitas histórias, li alguns dos títulos para que escolhessem aquela que fariam a leitura. Neste momento de leitura, eu já havia separado em grupos de quatro ou cinco alunos e explicado que o grupo leria o conto ou fábula escolhida para depois recontar para o grupo. Dividi em dois dias os recontos, para não ficar cansativo para o grupo. A idéia de recontar o que cada grupo lera, tinha o objetivo de diferenciar uma leitura de um reconto, pois teriam que conhecer e compreender muito bem o que leram além de usar suas próprias palavras para contar. Foi muito bom o resultado, eles se mostraram nervosos e empolgados.

Eu iniciei também, neste momento, a leitura da história “O filho do vento” de Joel Rufino dos Santos, eu mesma li, em capítulos, pois era um conto grande.

Na semana seguinte, antes de iniciarmos a reescrita das histórias estudadas, fizemos uma atividade de análise de um texto bem escrito. Escolhi o trecho inicial da história “Negrinha” de Monteiro Lobato, pois relata a vida de uma garotinha escrava do período escravocrata brasileiro, é uma realidade bem triste e um texto com muitas palavras difíceis, exigiria muita reflexão de todos.

Em duplas entreguei o trecho inicial da história digitado e pedi que fossem grifando os trechos onde havia palavras desconhecidas por eles. Enquanto desenvolviam a atividade, passei na lousa o mesmo trecho.

Terminado o estudo, socializaram o que descobriram. Foi muito rico, pois o trecho que escolhi, trouxe muitas palavras pouco utilizadas, algumas bem formais, o dicionário foi muito utilizado e as vezes eu mesma tive que intervir. Durante a socialização fomos desvendando as dificuldades e percebendo o quanto o texto mostrava a discriminação e humilhação sutil que imperava na época, eles se mostraram indignados com a forma que a menina era tratada. Pudemos discutir e comparar com a atualidade, pois enfrentamos preconceito ainda hoje.

Iniciando as reescritas
Dos grupos, passamos a trabalhar em duplas, pois fariam as reescritas dos contos / fábulas que leram. Para acalmá-los, esclareci que poderiam usar suas próprias palavras, porém, se preocupando com a estrutura textual e com os erros ortográficos. Orientei também, para a leitura pós-escrita e o uso do dicionário durante o trabalho. Pensei muito em certas duplas, para que ficassem equilibradas, e mesmo assim, precisei focar um tempo maior em algumas, para intervir mais.

Num outro dia da semana, entreguei as reescritas para eles grifarem o que encontraram de erros ortográficos, neste momento não me preocupei com a estrutura textual.

No mesmo dia destrocaram para que as duplas fizessem as correções, neste momento auxiliei para as dúvidas que surgiram.

Num outro momento de revisão, as duplas iam me consultando para aquelas palavras que ainda não conseguiram desvendar, algumas duplas precisaram de mais atenção como a do Luis e do Thiago, da Bruna Steffane e o David, e do Lucas e o Hervert.

A última e quarta revisão realizada, fui intervindo diretamente, pois a estrutura textual precisava ser melhorada, atendi dupla a dupla para que pudessem realizá-la. Levei mais tempo nesta última revisão, três dias, principalmente com alguns alunos que costumam faltar, com estes, continuei com a revisão, enquanto os outros já começaram a passar a limpo a reescrita já revisada.

Contos e fábulas de autoria própria
O próximo passo foi a escrita de própria autoria de contos ou fábulas. As duplas decidiram quais animais iriam fazer parte de suas histórias, decidiram em duplas, também, qual seria o conflito e solução de suas histórias.

Este momento foi muito bom, pois eles estavam empolgados, se preocuparam mais com a forma textual e com as palavras, me perguntaram bastante como se escrevia tal palavra, ou traziam o texto para ver se era daquela forma, se mostraram bastante interessados.

Fizemos a revisão da mesma forma que anteriormente, mas alguns desenvolveram as escritas mais facilmente, já refletiram melhor nas etapas de revisão.

Finalizamos com os desenhos para compor a capa e partimos para a apresentação das reescritas e das escritas deles.

Apresentação
Conversei com os professores para prepararem seus alunos para receber os meus com interesse. Não foi problema, pois já havíamos socializado as produções em nossa Feira Cultural, então o assunto já havia sido socializado.

Foi muito importante esse momento, pois percebi a realização e a alegria que tiveram de apresentar e depois do livro pronto e encadernado, ficou mais concreto o que cada dupla realizara.

Os desafios
A escrita de alguns alunos foi bem diferente de outros, alguns faltam com muita freqüência e outros apresentam realmente dificuldade, tive que deter mais tempo com eles, refletir junto, pedir para reescrever duas ou três vezes para acertar o que precisava.

Os que faltam bastante são alunos com muita dificuldade, alguns se alfabetizaram este ano, o trabalho em dupla ajudou muito, mas quando faltavam, perdiam aquele momento de reflexão, por isso, precisei acompanhar individualmente alguns deles e por mais tempo.

Adorei o resultado, mesmo com estes alunos, pois puderam refletir, trabalhar com o auxilio de um amigo que sabia mais e ele precisou se envolver se quisesse que sua história fizesse parte do livro.

Anexei a este livro, todas as etapas das escritas revisadas dos seguintes alunos: Vanessa e Bianca Cardoso; Gislaine Rocha e Áquila; Matheus Valencio e Bruno Henrique; Bruna Steffane e David Correia.

‘PROJETO CORRESPONDÊNCIA ENTRE ESCOLAS”


Área: Língua Portuguesa- Desenvolvido com alunos do 1º ano do ciclo II
Duração: 4 meses( início em abril) uma vez por semana
Produto final: A ser discutido com os alunos ( sugestão : mostra de todas as cartas por meio de dossiê, no término do projeto)

JUSTIFICATIVA
Você já mandou ou recebeu cartas? Deve ter sentido que é " conversar" com alguém a distância, sentir alguém bem pertinho, saber seus sonhos, medos, alegria e poder compartilhar as suas descobertas e mais ainda, ampliar o seu círculo de amigos.
As cartas constituem um gênero adequado para comunicação escrita a distância, facilitando o contato com outras pessoas e "traz o mundo para dentro da escola" de uma forma contextualizada e significativa.
Acreditamos que este projeto auxiliará as crianças nas dificuldades de escrita, pois para escrever uma carta eles precisam preocupar-se como escrever, para quem e com certeza farão o melhor possível para serem compreendidos.

OBJETIVO
-    reconhecer a estrutura organizacional de uma carta;
-    preocupar-se com a escrita correta das palavras;
-    escrever texto coerente e coeso, preocupando-se com a pontuação;
-    redigir uma carta, a partir da necessidade específica de comunicação, tendo em vista o destinatário;

CONTEÚDO
-    leitura, escritas e revisão de carta;

ETAPAS
-    fazer leitura compartilhada:"Tem história nas cartas de Marisa";
-    conversar sobre as diferenças das cartas que são citadas no livro e socializar a idéia do projeto;
-    propor escrever uma carta no coletivo para alguém da escola( contextualizar);
-    conversar sobre cartas: Quem recebeu? Quem escreveu? – permitir que se coloquem perguntas: Por que as pessoas escrevam cartas? Como mandar cartas? E as pessoas que não sabem escrever,como fazem?
-    ler várias cartas( pessoais, de amor, formais, comerciais);
-    apresentar outros portadores como: revista, jornais,para serem lidos e discutindo o assunto carta;
-    leituras e interpretações de cartas( pessoais, amor, formais, comerciais, literárias, reclamações);
-    proposta de carta aos pais, mandar pelo correio;
-    revisão de carta com pauta definida:
    a)Minha letra pode ser lida por outra pessoa?
    b)Respeitei a margem da folha, usei letras maiúsculas no início dos parágrafos e após os pontos?
    c)Escrevi o cabeçalho, introdução e despedidas na carta?
    d)Organizei a minha carta em parágrafo?
    e) Usei os pontos de interrogação nas perguntas e o ponto?
    f) Quais as palavras que escrevi de maneira errada?
    -entrar em contato com a professora de outra escola e trazer a lista de alunos para a sala;
    -propor escrita de carta para alunos de outra escola;
    -trabalhar a escrita do envelope (interdisciplinariedade com geografia, endereço);
    -ler as cartas depois de revisada para os colegas;
 
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
    -apresentar cartas do "Estudar pra valer";
    -ler várias cartas, de vários tipos, para os alunos, colocando entonação na leitura;
    -intervir nas revisões em momentos pontuais para não atrapalhar a criação;
    -apresentar vários modelos de cartas;
    -explicar a função social deste gênero(epistolar);
    -providenciar materiais para concluir o projeto;
    -possibilitar momentos de discussão permitindo as colocações de todos;
    -desenvolver um trabalho coletivo e interdisciplinar envolvendo BEI e Informática;
    -Estudar pra valer -módulo 2- clube de correspondência;
 
RECURSOS
-Diversos papéis, envelopes e dinheiro para postagens;
 
AVALIAÇÃO
Ocorrerá no processo no qual a professora e alunos estarão se auto-avaliando de forma escrita ( cartas)
 
BIBLIOGRAFIA
CENPEC – Centro de estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária- Estudar pra Valer;
Ministério da Educação e Cultura. História e Histórias Literatura Infanto Juvenil- Brasília 2001.
____________, Viver e Aprender. Ação Educativa. 1998.
____________,PCN. Ação Educativa . 1998.

 

5º Prêmio Educar para Igualdade Racial

Venho compartilhar com todos um site que tem tudo  a ver com a temática Educação, Diversidade e Cidadania. É o CEERT. Para quem não conhece, é o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades. "Fundado em 1990, é uma organização não-governamental, apartidária e sem fins lucrativos". Sua missão é combinar produção de conhecimento com programas de treinamento e intervenção comprometidos com a igualdade de oportunidades e de tratamento e a superação do racismo, da discriminação racial e de todas as formas de discriminação e intolerância.
Na área da Educação, todos os anos são premiados Projetos experiências de educadores de diferentes regiões do Brasil. As inscrições para a 5ª edição começa no dia 2 de março. Tire seu Projeto da Gaveta, registre sua experiência, e mostre seu trabalho para o Brasil!
Confira o Edital e Boa Sorte!

Esperança

Mário Quintana

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

Texto extraído do livro "
Nova Antologia Poética", Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 118.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...