segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA PRÁTICA ESCOLAR

Postado por: ELIANE LIBIA WESTHOFER MOREIRA

Conforme Tozoni-Reis, a educação ambiental não se restringe mais só ao estudo da ecologia, ou de se modificar um comportamento ecologicamente incorreto, é sim uma construção da relação humana com o ambiente onde os princípios da responsabilidade, da autonomia, da democracia, entre outros, estejam presentes. É o índice de humanização e de cidadania dos indivíduos no qual averiguamos o grau de democracia da sociedade na qual se encontram.

A Educação ambiental foi internacionalmente reconhecida como estratégia para o desenvolvimento sustentável em 1975 e somente em 1977 e, Tbilisi é que foram estabelecidos os objetivos, os princípios e as estratégias que promoveriam a educação ambiental.

Já no Brasil, a educação ambiental teve respaldo com a criação da Política Nacional do Meio Ambiente, com a aprovação da Lei Nacional do Meio Ambiente, Lei 6938/81, e na Constituição Brasileira de 1988, no Capítulo VI – Do Meio Ambiente, com o artigo 225.

Nosso país possui um código de leis ambientais invejável, o que falta são recursos e mão de obra especializada para se fazê-lo cumprir.

A Educação ambiental com estas Leis passou a fazer parte do currículo escola, o que se observa, no entanto é que em várias escolas ela foi destinada a ser trabalhada somente pelos professores de ciências e de biologia,quando na realidade deve ser trabalhada por todos,sem distinção.

Não podemos trabalhar com a educação ambiental nas escolas, sem antes compreendermos o contexto em que nos situamos onde os aspectos associados à degradação do ambiente físico como aqueles relacionados à exploração de outros seres vivos, inclusive dos outros seres humanos, não são levados em conta como devem ser. As características principais da sociedade humana como o individualismo, a falta de solidariedade e a competitividade, nos remetem a uma aparente incapacidade de reconhecermos a importância das inúmeras interações existentes entre os seres humanos, bem como destes com o meio que os cercam, ou destes com outros seres vivos com os quais convivem. Após esta compreensão, devemos buscar um desenvolvimento que viabilize a inclusão na sociedade daqueles que hoje são marginalizados, mediante a sua participação política, permitindo que eles sejam transformados em cidadãos. Desta maneira, todos terão acesso ao conhecimento sobre a importância de se evitar o desperdício, e de como se fazer uso racional dos recursos naturais,objetivando-se assim que estes conhecimentos lhes permitam participar ativamente num processo coletivo que lhes permitam ter uma vida melhor.

Não adianta querermos esperar que os alunos mudem radicalmente seus comportamentos, mas podemos sim através de projetos escolares, onde todos estejam engajados, permitir que os próprios alunos através de pequenas ações, construam o conhecimento necessário para pequenas mudanças que serão a base para o desenvolvimento de um futuro cidadão que saiba exercer plenamente a cidadania.

Verificamos que nas escolas há certos comportamentos que através da construção do conhecimento, podem ser mudados, por exemplo, as folhas dos cadernos escolares servem sempre para a construção de bolinhas ou de aviõezinhos, há um consumo exagerado de balas e chicletes que tem sempre seus envoltórios jogados no chão, as paredes servem para se fazerem desenhos e anotações, há muita destruição de cadeiras, carteiras, portas, desperdício de merenda, de água nos banheiros e outros mais.

Se conseguirmos que através da apropriação de conhecimentos, os alunos compreendam a extensão de seus atos e possam assim modifica-los, estaremos aos poucos inserindo a educação ambiental na escola.

Projetos que possam levar os alunos a se envolverem e serem desta forma multiplicadores devem ser retomados anos após anos, pois assim as probabilidades de termos alunos multiplicadores serão maiores.

As comunidades no entorno das escolas são de modo geral difíceis e nada parceiras das escolas. Com alunos multiplicadores com certeza muitas barreiras serão quebradas, afinal estes também fazem parte da comunidade e assim poderemos ter a comunidade também participando de projetos junto com a escola, como por exemplo, no controle de baratas e ratos, no cuidado de árvores no entorno da escola e dos jardins que geralmente existem pertos das escolas.

Minha escola participou de um projeto junto com a Prefeitura de Diadema onde eu com os alunos de uma sétima série fomos levados por dois monitores da Prefeitura a conhecer o lixão do Alvarenga, fomos conhecer um local onde as pessoas faziam a triagem de alguns materiais para serem levados a reciclagem, fomos conhecer um córrego próximo da escola e fizemos à análise da água. Foi muito interessante para os alunos, mas infelizmente ao término deste projeto os alunos não haviam se apropriado do conhecimento e assim, não mudaram em nada sua postura.

No ano de 2009, iniciei um projeto com as sextas séries para que eles ajudassem a escola a se manter mais limpa, com menos carteiras quebradas, menos lixo no chão e menos merenda desperdiçada. Neste ano estarei com eles nas sétimas séries e o projeto deverá continuar para que realmente possamos obter algum sucesso.

Um comentário:

  1. Olá Eliane.. concordo com você quando diz que nem sempre trabalhamos as relações humanas e convido para visita o blog do Gregório Bezerra para perceber como o seu texto está presente no nosso projeto"A escola que a gente quer depende do ambiente que a gente constrói" Abraços Raquel

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