EM MÁRIO QUINTANA - 2008
O projeto superou as expectativas. Foi realizado através de confecções de brinquedos com materiais recicláveis. Utilizou-se tinta guache de cores primárias e outros materiais como: pincel grosso e fino, broxa, esponja, dedos, mãos etc, com o objetivo de descobrirem através das brincadeiras, as cores secundárias de uma forma prazerosa.
Iniciamos as construções com um símbolo, um binóculo com rolo de papel higiênico, visando através de informes, a compreensão dos pais em relação as atividades, o porque da roupa suja.
Como as crianças adoram as músicas infantis, tivemos a idéia de acrescentarmos a letra de músicas com os objetivos de brincar, cantar e interagir com os familiares. Os outros brinquedos construídos foram: minhoca (meia fina e bolinha de jornais), aranha (garrafa PET),sapo (embalagem de leite), peixe”aquaplay”(garrafa descartável), borboleta(rolo de papel higiênico), tatu-bola(jornal) e cobra(dobradura com papel reciclável.
As músicas infantis tiveram muito sucesso e no decorrer observamos a encenação da música da barata entre as crianças.
No decorrer do projeto, tentamos envolver os pais, através de bilhetes, na entrada ou saída, na reunião de pais ou de bilhete informativo, inclusive pedindo a autorização dos pais para uso das imagens, principalmente através da fotografia.
Fizemos um paralelo com o projeto da escola,”Da Vila do Sapo a Vila Nogueira”, com um informativo para os pais sobre o PROJETO ÚNICO DA ESCOLA-EDUCAÇÃO INFANTIL E EJA).
Na Amostra de Artes bem como na Mostra Cultural foram apresentadas todas as produções. Ficou lindo! Percebemos que os parentes que estavam em outras salas apreciaram os trabalhos e comentaram com os professores.
Observamos também insetos e outros animais inclusive confeccionando alguns como:
-Peixe-animal de estimação do Lucas e da professora Susana.
-Borboleta que apareceu no parque.
-Formiga.
-Gafanhoto.
-Minhoca.
-Percevejo, popular”Maria Fedida”.
-Pomba que viram no passeio ao PARQUE São Bernardo.
-Joaninha.
-Aranha.
-Lagartixa.
-Mosca.
-Mariposa.
-Abelha.
-Tartaruga-animal de estimação da professora Cleusa.
-Ramister do aluno do Jardim II.
-Tatu-bola.
-Tatu empalhado(exploração do tema- extinção dos animais).
-Pássaro João de barro( o pássaro contruiu sua casa na árvore em frente a escola e apareceu na porta, foi uma festa para todos nós).
-Fizemos o minhocário, que falhou. Diante disto, as professoras resolveram junto com as crianças pesquisar na Internet, no computador da escola (site pesquisado anteriormente) e descobriram que para fazer um minhocário, não basta querer fazer, há necessidade de pesquisar como fazer.
Como avaliação do projeto podemos destacar vários pontos: a melhora no comportamento de algumas crianças, que no início apresentavam agressividade, introspecção, a falta de cuidado com os pertences e a baixa auto estima, depois,colaboradora, comunicativa, com auto estima e feliz; a organização e limpeza dos espaços da escola com novos olhares; a formação de novos leitores (atividade permanente) e a troca de livros entre os amigos.
Ao utilizar parte do PPE da escola Herbert de Souza, em virtude da clareza e objetividade tornou-se a mola propulsora do trabalho realizado com a turma, deixando de lado a timidez, o medo de expor, aliado as contribuições, as críticas construtivas, ao compromisso da dupla de professores, a volante, as coordenadoras, aos pais e outros professores colaboradores, houve uma base e enriquecimento do nosso trabalho, visando a qualidade da Educação, no ensino e na aprendizagem.Além disso, com a assessoria de Fabio Cassino, fez-se uma reflexão sobre a prática em sala de aula, com novos olhares para o espaço da CRECHE: o lixo, a higiene pessoal, a organização de seus pertences etc.
Por tudo isto, a dupla de professores resolveu apresentar o projeto nas TROCAS METODOLÓGICAS de 2008.
Blog Criado para compartilhar saberes, uma forma de ampliar reflexões levantadas durante o curso Educação para Diversidade e Cidadania oferecido pela parceria UNESP/Bauru e SECAD/MEC.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Projeto: Quanta gente diferente e Sabor do saber( berçário)-1
ESCOLA MUNICIPAL MÁRIO QUINTANA – 2009
Inicialmente o projeto estava voltado para as atividades relacionadas especificamente para o desenvolvimento da identidade, uma construção gradativa através da interação com o outro. Os objetivos traçados através dos eixos foram contemplados durante o ano letivo e a finalização do projeto. Quanta gente diferente encerrou com a construção e apresentação do álbum do bebê.
A construção do álbum foi uma experiência muito gratificante, pois foi possível perceber o interesse e a participação dos pais para ajudar a confeccioná-lo.
Possibilitou a pesquisa da origem das crianças e dos pais; o porquê do nome do bebê, enfim, registrar um pouco da sua história no berçário, através da rotina e das atividades registradas por foto. Neste álbum, os pais puderam observar o desenvolvimento do trabalho na creche e principalmente o desempenho na construção da identidade e autonomia do bebê. No final do ano foi entregue aos pais o álbum, eles ficaram contentes com o trabalho da creche.
Embora este projeto “Quanta coisa diferente”, tivesse como objetivo de se desenvolver ao longo do ano, no segundo semestre voltou-se para o auto conhecimento e as sensações produzidas pelo corpo pelos alimentos. Trabalharam--se então, os sentidos: a sensação pelo tato, visão, paladar, audição e olfato, objetivo dentro das diferentes linguagens, da diversidade e do humanismo, do meio ambiente, do cuidar do próprio corpo, dentro da matriz curricular do PPP e do Projeto Único da Escola, “da Vila do Sapo a Vila Nogueira”.
As atividades trabalhadas foram fatores determinantes para a motivação e aprendizagem.
Durante a colação, as crianças maiores manusearam a fruta, perceberam cores, texturas e ao tomarem o suco, sentiram o sabor, desenvolvendo também a percepção do cheiro (olfato) da fruta.
Através de móbiles e painel das frutas, as crianças visualizaram, reconheceram e verbalizaram as diferentes frutas.
Foi uma experiência bastante interessante, não só o desenvolvimento das crianças, mas principalmente, o seu envolvimento.
Durante o ano também tiveram contacto com animais como a tartaruga e o tatu, o que despertou bastante interesse para a continuidade do projeto meio ambiente.
Inicialmente o projeto estava voltado para as atividades relacionadas especificamente para o desenvolvimento da identidade, uma construção gradativa através da interação com o outro. Os objetivos traçados através dos eixos foram contemplados durante o ano letivo e a finalização do projeto. Quanta gente diferente encerrou com a construção e apresentação do álbum do bebê.
A construção do álbum foi uma experiência muito gratificante, pois foi possível perceber o interesse e a participação dos pais para ajudar a confeccioná-lo.
Possibilitou a pesquisa da origem das crianças e dos pais; o porquê do nome do bebê, enfim, registrar um pouco da sua história no berçário, através da rotina e das atividades registradas por foto. Neste álbum, os pais puderam observar o desenvolvimento do trabalho na creche e principalmente o desempenho na construção da identidade e autonomia do bebê. No final do ano foi entregue aos pais o álbum, eles ficaram contentes com o trabalho da creche.
Embora este projeto “Quanta coisa diferente”, tivesse como objetivo de se desenvolver ao longo do ano, no segundo semestre voltou-se para o auto conhecimento e as sensações produzidas pelo corpo pelos alimentos. Trabalharam--se então, os sentidos: a sensação pelo tato, visão, paladar, audição e olfato, objetivo dentro das diferentes linguagens, da diversidade e do humanismo, do meio ambiente, do cuidar do próprio corpo, dentro da matriz curricular do PPP e do Projeto Único da Escola, “da Vila do Sapo a Vila Nogueira”.
As atividades trabalhadas foram fatores determinantes para a motivação e aprendizagem.
Durante a colação, as crianças maiores manusearam a fruta, perceberam cores, texturas e ao tomarem o suco, sentiram o sabor, desenvolvendo também a percepção do cheiro (olfato) da fruta.
Através de móbiles e painel das frutas, as crianças visualizaram, reconheceram e verbalizaram as diferentes frutas.
Foi uma experiência bastante interessante, não só o desenvolvimento das crianças, mas principalmente, o seu envolvimento.
Durante o ano também tiveram contacto com animais como a tartaruga e o tatu, o que despertou bastante interesse para a continuidade do projeto meio ambiente.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Atividades Permanentes- Leituras de histórias e Contos Africanos
ESCOLA MUNICIPAL MÁRIO QUINTANA – 2009
Atividades Permanentes- Leituras de histórias e Contos Africanos
Eixo: Dignidade e Humanismo , Cultura e Diferentes linguagens.
Tempo estimado: 6 Meses (Maio a Novembro) – 2 x por semana.
Turma: Berçário
Professores: Célia, Lúcia, Percedes e Raquel.
Objetivos:
Conhecer as histórias e Contos Africanos;
Explorar e apreciar as diferentes linguagens (Gestual e Oral).
Conteúdos: Leitura e Contação de histórias e Contos Africanos
Linguagens Gestual e Oral;
Apreciação de imagens.
Desenvolvimento:
Na primeira etapa os profissionais estarão selecionando os livros que serão utilizados, apropriando dos conteúdos, organizando formas de contar as histórias, resumindo e adaptando os textos, montando blocões com as histórias, confeccionando fantoches, bonecas, adereços para que os momentos de contação de história sejam o mais prazeroso e significativo possível.
Livros que serão utilizados:
Bruna e a Galinha de Angola- Gercilga de Almeida.
O Menino Nito- Sonia Rosa
Tanto, tanto!- Trish Cooke.
A Menina Bonita do Laço de Fita- Ana Maria Machado.
O Filho do Vento- Rogério Andrade Barbosa.
A Botija de Ouro- Joel Rufino.
O Menino Marrom- Ziraldo.
Uana e Marran de Terra- Lia Zatz
Tenka, Preta Pretinha- Lia Zatz
Luanda, Filha de Iansã- Lia Zatz
Papi, o Construtor de Pipas- Lia Zatz
As Tranças de Bintou- Sylviane Diouf
Berimbau- Raquel Coelho
O Presente de Ossanha- Joel Rufino
O Reizinho do Congo- Edmilson de Almeida Pereira.
Etapas:
- Oferecer os livros para serem manuseados (todos os selecionados) e ir registrando o que acontece, ou seja, reações e atitudes das crianças.
- Mostrar imagens e intervir com comentários.
- Pegar o livro Bruna e a Galinha D’Angola primeiramente e fazer a leitura e ir mostrando as imagens,
- Contar a mesma história utilizando a Galinha D’Angola (feita com papel mache)
- Assistir o livro eletrônico do Projeto da Cor da Cultura: Bruna e a galinha d’angola, parando as imagens e fixando a personagem.
- Convidar a turminha de 2 anos para ouvir a história contada com diferentes recursos galinha, Bruna (será escolhida uma criança para ser a Bruna, para fazer dramatização), Baú com objetos da história.
- Contar a história com o apoio de fantoches
- Brincar com os objetos da história: Baú, objetos, galinha e fantoches.
- Convidar a Turminha de 5 anos para ouvir a história da galinha e junto montar as personagens utilizando massinhas.
Tanto,Tanto!
- Ler a história mostrando as imagens do livro.
- Contar a história usando um boneco (fantoche)
-Selecionar imagens de diferentes bebes e fazer com eles colagem em caixas (grandes, pequenas e médias) e brincar com as mesmas verbalizando sobre as imagens.
- Organizar as fotos das crianças e afixar nas paredes de forma que possa ser visualizada pelas mesmas (Atividade feita com as crianças).
- Organizar com ajuda de uma funcionária (Sueli C.) a construção de dois bebes (Bonecas) Ex: Nessa atividade, deverá se deitar um bebe sobre um papel e fazer o contorno do corpo do mesmo para utilizar como base para o tamanho do bebe a ser confeccionado (menina e menino), neste processo ir citando com as crianças as partes do corpo, recortar e colar na recreação.
- Em outro dia organizar roda com o contorno do corpo, ir apresentando a tinta para se pintar com as crianças.
- Em outro momento ir vestindo os bonecos.
- Apresentar para eles a história dos nossos bebes- esse texto deve ter o nome e características das crianças do berçário. Ex: Essa é a história de dois bebes que apareceram no Mário Quintana. Ela se chama Helena e é muito lindo- Esse é o Gustavo que tem um sorriso lindo.
Obs: Histórias criadas oralmente pelas professoras utilizando os nomes dos alunos do Berçário e suas características, as mesmas poderão ser digitadas e socializadas. Esta seqüência será registrada por escrito e fotos.
A Menina Bonita do Laço de Fita
- Organizar na mesa o biombo de contar história e utilizando fantoche (coelho, boneca, mamãe e o narrador não aparece)- nessa história chamar as crianças de 3 anos para ouvir.
Obs: Um professor ir registrando por escrito e fotografando as reações das crianças.
-Um outro dia um professor lê a história com apoio de blocão.
- Assistir o livro eletrônico do Projeto da Cor da Cultura, parando e fixando algumas imagens, fazendo comentários sobre a beleza da menina.
- Oferecer diferentes bonecas feitas com diferentes materiais para ser tocadas e uma professora intervem mostrando algumas características, outra registra por escrito as reações das crianças.
- Enviar para os pais ou responsáveis informações sobre o trabalho com a questão racial e resumo da história “Menina Bonita do Laço de Fita”.
- Convidar um profissional para confeccionar a boneca a menina bonita utilizando meia e outros tecidos.
O Menino Nito
- Fazer a leitura utilizando o livro e oferecer o livro para ser manuseado.
- Contar a história imitando as ações –Chorando (utilizar as crianças e os adultos nas dramatizações).
- Convidar a turminha de 4 anos para assistir o vídeo animado da Cor da Cultura, mostrando as imagens e parando em algumas cenas com intervenções.
- Contar a história usando o biombo e fantoches representando os personagens, a atividade será realizada no pátio convidando todas as turmas da creche.
- Ler o resumo da história afixado na parede da recreação com imagem representando “O Menino Nito”.
Rodas de Histórias:
Em espaços pré- determinados como: Pátio, Recreação, Solarium, Refeitório, Centro Cultural, arredores da escola, Parque interno, organizar com apoio de um profissional, tapete e vestimenta dos professores para realizar a contação das histórias readaptadas dos livros: O Filho do Vento; A Botija de Ouro; O Menino Marrom; Uana e Marram de Terra; Tenka; Preta Pretinha; Luanda, filha de Iansã; Papi, o construtor de pipas; As Tranças de Bintou; Berimbau; O presente de Ossanha; O Reizinho do Congo.
Obs: Nesta atividade as professoras estarão realizando todo o ritual de contação de história. Ex; Roda, para as crianças se visualizarem, combinados antes da leitura e registros por escrito em um cartaz, das histórias lidas. Esse cartaz será afixado no mural do berçário com registro por escrito de fotos de todo o processo.
Ocorrerá por meio de observação das atitudes das crianças em relação a concentração, interação com os objetos e as histórias.
As professoras estarão também refletindo sobre as atividades e com base nos registros socializando com os pares.
terça-feira, 18 de maio de 2010
Sequência Didática- Música no Berçário
ESCOLA MUNICIPAL MÁRIO QUINTANA – 2009
Eixos Contemplados: Diferentes Linguagens, Cultura, Cuidar e Educar e Meio Ambiente.
Duração: Anual.
Objetivos: Desenvolver as linguagens orais, gestuais, corporais e musicais.
Conhecer instrumentos musicais da Bandinha
Exploração de diversos sons e timbres
Conteúdos: Linguagem oral, gestual
Dramatizações utilizando o corpo.
Audição musical
Instrumentos da bandinha.
Etapas:
Cantar diversas músicas utilizando gestos e movimentos corporais, explorando a atenção das crianças. Ex: Trá-la, A Pantera, Meu Pintinho Amarelinho, O Sapo, O Jacaré,O peixinho, Aleluia, Borboletinha, tartaruguinha, etc.
Aproveitar momentos coletivos para explorar a poesia e utilizar o blocão da Arca de Noé- Vinícius de Morais.
Colocar CD para ser ouvido som de instrumentos, som das Águas, explorando o ritmo.
Apresentar DVD- Ouro Negro- Moacir Santos.
Apresentar DVD de Cantigas de Roda 1, 2, e 3, com teatros de fantoches para apreciação das crianças.
Organizar roda na recreação cantando com o apoio da escrita das cantigas de roda e outras que serão selecionadas.
Assistir DVD Palavra Cantada enfocando a Música da Sopa do Neném explorando os alimentos.
Oferecer os instrumentos musicais para serem manuseados.
Explorar cada instrumento por vez: Ex: Cantar ao som do chocalho e depois de outro instrumento e por fim cantar músicas utilizando todos os instrumentos.
Utilizar a letra e a música “Canto de povo de um lugar”, Caetano Veloso e cantar várias vezes utilizando gestos.
Organizar a seleção de parlendas para entreter e brincar com ritmos e rimas.
EX; Dorme Neném; A casinha da vovó; Serra, Serra, Serrador; Um dois feijão com arroz...; Rei capitão...., Escravos de Jó...
Brincar de roda utilizando a música “ A linda Rosa Juvenil” e realizar dramatizações com um a proposta de primeiro fazer apresentação com adultos e depois com crianças.
“A criança é um ser essencialmente musical. Cabe à escola possibilitar e garantir a afloração dessas qualidades. E através da competência pedagógica e eficiência didática”
Geraldo e Maria Lúcia Suzigan
Eixos Contemplados: Diferentes Linguagens, Cultura, Cuidar e Educar e Meio Ambiente.
Duração: Anual.
Objetivos: Desenvolver as linguagens orais, gestuais, corporais e musicais.
Conhecer instrumentos musicais da Bandinha
Exploração de diversos sons e timbres
Conteúdos: Linguagem oral, gestual
Dramatizações utilizando o corpo.
Audição musical
Instrumentos da bandinha.
Etapas:
Cantar diversas músicas utilizando gestos e movimentos corporais, explorando a atenção das crianças. Ex: Trá-la, A Pantera, Meu Pintinho Amarelinho, O Sapo, O Jacaré,O peixinho, Aleluia, Borboletinha, tartaruguinha, etc.
Aproveitar momentos coletivos para explorar a poesia e utilizar o blocão da Arca de Noé- Vinícius de Morais.
Colocar CD para ser ouvido som de instrumentos, som das Águas, explorando o ritmo.
Apresentar DVD- Ouro Negro- Moacir Santos.
Apresentar DVD de Cantigas de Roda 1, 2, e 3, com teatros de fantoches para apreciação das crianças.
Organizar roda na recreação cantando com o apoio da escrita das cantigas de roda e outras que serão selecionadas.
Assistir DVD Palavra Cantada enfocando a Música da Sopa do Neném explorando os alimentos.
Oferecer os instrumentos musicais para serem manuseados.
Explorar cada instrumento por vez: Ex: Cantar ao som do chocalho e depois de outro instrumento e por fim cantar músicas utilizando todos os instrumentos.
Utilizar a letra e a música “Canto de povo de um lugar”, Caetano Veloso e cantar várias vezes utilizando gestos.
Organizar a seleção de parlendas para entreter e brincar com ritmos e rimas.
EX; Dorme Neném; A casinha da vovó; Serra, Serra, Serrador; Um dois feijão com arroz...; Rei capitão...., Escravos de Jó...
Brincar de roda utilizando a música “ A linda Rosa Juvenil” e realizar dramatizações com um a proposta de primeiro fazer apresentação com adultos e depois com crianças.
13 de maio é dia de reafirmação da luta identitária.
Por: Arísia Barros
Liberdade é força-motriz que nos possibilita a autonomia de ser pessoa, ter uma identidade própria.
A menina que tomou água sanitária para ficar branca e igual às outras, até hoje enfrenta dores gástricas. Porque a menina tomou água-cloro?
Pergunte a turma que tem 11 anos, como ela. Não, ainda não somos livres!
Estaremos em uma silenciosa guerra civil que nos restringe a mobilidade de ser pessoa?
A hierarquia de valores alimenta a ferocidade do racismo,categorizando,seccionando o corpo social. Tia porque dói tanto ser negro? A dor do menino da escola ainda transborda como uma violação a auto-estima da infância no Brasil. O racismo é cruel!
A Lei Federal nº 10.639/03 ainda enfrenta o quadro neutro em uma contundente e cotidiana batalha por uma igualdade essencial. Não, ainda não somos livres!
Liberdade é ter alternativas, um caminho de escolhas e possibilidades, sem as fronteiras punitivas e limitantes.
Mariazinha que um dia sonhou em ter seu "baile" de formatura descobriu (Eureka!) que era negra, feia e tinha cabelo ruim. Os sonhos de Mariazinha tropeçaram no batente da intolerância alheia: Dá licença !
Não, ainda, não somos livres!
Estaremos nós condenados a essa abstração de liberdade ou a esses lugares do nada ser?
O menino de guias no pescoço que um dia incorporou sua ancestralidade foi banido por códigos de valores distintos e exclusivos da escola. Encarceraram a alma do menino em territórios com atalhos para a fórmula do descarte étnico. Estado laico? As escolas ensinam religião. E hierarquizam o reino dos céus.
A polícia mata moto boy negros como represália por eles serem negros. Afinal,é preciso agir de acordo com a cartilha que ensina que negro, até prova ao contrario, é "elemento suspeito".
Mataram meu filho porque ele era negro, diz a mãe, Elza Pinheiro dos Santos, pedagoga, 62 anos, em uma difícil travessia de sentimentos. E continua: "Acho que, sem dúvida nenhuma, existe aí a questão da cor da pele. Sabemos que o nosso Brasil é preconceituoso. Já conseguiu alguns avanços. Mas o preconceito parece uma erva daninha que, se você não arrancar bem a raiz, ela brota. E brotou. Acho que teve preconceito".
Hoje não somos mais elementos suspeitos estamos nos transformando em cadáveres.
122 anos após a abolição inconclusa ser negro no Brasil é transgressão.
E nós ainda nos permitimos calar como cúmplices de uma chacina cotidiana.
Vivemos aprisionados em nossos valores de cargos e tradições. Não, ainda não somos livres!
13 de maio é dia de reafirmação da luta identitária.
Liberdade é força-motriz que nos possibilita a autonomia de ser pessoa, ter uma identidade própria.
A menina que tomou água sanitária para ficar branca e igual às outras, até hoje enfrenta dores gástricas. Porque a menina tomou água-cloro?
Pergunte a turma que tem 11 anos, como ela. Não, ainda não somos livres!
Estaremos em uma silenciosa guerra civil que nos restringe a mobilidade de ser pessoa?
A hierarquia de valores alimenta a ferocidade do racismo,categorizando,seccionando o corpo social. Tia porque dói tanto ser negro? A dor do menino da escola ainda transborda como uma violação a auto-estima da infância no Brasil. O racismo é cruel!
A Lei Federal nº 10.639/03 ainda enfrenta o quadro neutro em uma contundente e cotidiana batalha por uma igualdade essencial. Não, ainda não somos livres!
Liberdade é ter alternativas, um caminho de escolhas e possibilidades, sem as fronteiras punitivas e limitantes.
Mariazinha que um dia sonhou em ter seu "baile" de formatura descobriu (Eureka!) que era negra, feia e tinha cabelo ruim. Os sonhos de Mariazinha tropeçaram no batente da intolerância alheia: Dá licença !
Não, ainda, não somos livres!
Estaremos nós condenados a essa abstração de liberdade ou a esses lugares do nada ser?
O menino de guias no pescoço que um dia incorporou sua ancestralidade foi banido por códigos de valores distintos e exclusivos da escola. Encarceraram a alma do menino em territórios com atalhos para a fórmula do descarte étnico. Estado laico? As escolas ensinam religião. E hierarquizam o reino dos céus.
A polícia mata moto boy negros como represália por eles serem negros. Afinal,é preciso agir de acordo com a cartilha que ensina que negro, até prova ao contrario, é "elemento suspeito".
Mataram meu filho porque ele era negro, diz a mãe, Elza Pinheiro dos Santos, pedagoga, 62 anos, em uma difícil travessia de sentimentos. E continua: "Acho que, sem dúvida nenhuma, existe aí a questão da cor da pele. Sabemos que o nosso Brasil é preconceituoso. Já conseguiu alguns avanços. Mas o preconceito parece uma erva daninha que, se você não arrancar bem a raiz, ela brota. E brotou. Acho que teve preconceito".
Hoje não somos mais elementos suspeitos estamos nos transformando em cadáveres.
122 anos após a abolição inconclusa ser negro no Brasil é transgressão.
E nós ainda nos permitimos calar como cúmplices de uma chacina cotidiana.
Vivemos aprisionados em nossos valores de cargos e tradições. Não, ainda não somos livres!
13 de maio é dia de reafirmação da luta identitária.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
O que é Consciência Negra pra você?
Compartilho uma notícia de muito interesse:
Qui, 13/05/10 - 09h01
Goldman lança Campanha Consciência Negra 2010
O governador Alberto Goldman lançou nesta quinta-feira, 13, a quarta edição da Campanha Consciência Negra, que desafia a população a explicar, por meio de imagens e palavras, o que significa "Consciência Negra". O concurso de cartazes "Consciência Negra em Cartaz - O que é Consciência Negra para Você?" é uma iniciativa da Secretaria da Cultura e as inscrições abertas hoje, vão até 1º de setembro. A participação é livre, aberta ao público de todas as idades, e os cartazes podem ser enviados pelos Correios ou até mesmo criados no site da campanha.
Em novembro, a Secretaria vai escolher os melhores trabalhos com a ajuda de uma banca de especialistas em publicidade. "É importante que as pessoas cheguem à consciência que somos todos iguais, independentemente de cor de pele, de origem, de raça, de pensamento político e de religião. Somos todos iguais", disse o governador. O cartaz vencedor será utilizado na divulgação do Show da Consciência Negra, ponto alto da campanha, tradicionalmente realizado na Praça da Sé, no dia 20 de novembro de cada ano.
"Depois de lembrar personalidades negras da nossa história, receber cartas sobre o racismo e o preconceito, e mostrar a influência negra na vida brasileira por meio de fotos, a campanha dá um passo à frente. Convidamos os participantes a descrever, com imagens e palavras, o que falamos desde 2007", afirma o assessor para Gêneros e Etnias da Secretaria, Leandro Rosa, ao relembrar as edições anteriores.
Além de designers, publicitários, artistas plásticos e estudantes, a Secretaria espera receber a contribuição da população em geral. Para isso, o site estará inteiramente no ar a partir de 24 de maio. Além de fonte de informações, ele pode ser usado para envio de frases e imagens por qualquer pessoa. As contribuições enviadas para o site vão integrar um acervo de ideias e sugestões. Com uma ferramenta interativa, o internauta vai poder juntar frases e imagens e montar o seu próprio cartaz. "Uma campanha desse tipo, ainda que seja uma gota no oceano, é essencialmente para a luta pela igualdade", completou Goldman.
Outra atração do site é o Blog Consciência Negra, que oferecerá explicações e exemplos de cartazes, bem como mostras virtuais de cartazes temáticos. Contribuições dos visitantes também serão bem-vindas.
A campanha não é novidade, visite a página do Governo do Estado SP para conhecer o Regularmento e notícias das Edições anteriores.
Além do concurso de cartazes, a Assessoria de Cultura para Gêneros e Etnias lança também um pacote de medidas que integram a Campanha Consciência Negra 2010, entre elas, o Edital de apoio a cidades para a comemoração no dia 20 de novembro; um curso de capacitação para o edital de Hip Hop e o 4º Encontro Paulista de Hip Hop, previsto para o dia 27 de novembro, no Memorial da América Latina. Em 20 de novembro, a Secretaria da Cultura promoverá um grande show, na Praça da Sé, para marcar o dia da Consciência Negra.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
ENCICLOPÉDIA CONSTRUÍDA
No curso Diversidade e Cidadania, foi solicitado a criação de uma enciclopédia envolvendo as relações étnico-raciais. Uma atividade que dependeu de todos e foi muito gostosa de ser realizada, por isso gostaria de compartilhar nesse espaço utilizando as pesquisas dos colegas.
ÁFRICA
por ELIDA FERRARI PENHALVER - sábado, 30 janeiro 2010, 07:39
África é o terceiro continente mais extenso (atrás da Ásia e das Américas) com cerca de 30 milhões de quilômetros quadrados, cobrindo 20,3 % da área total da terra firme do planeta. É o segundo continente mais populoso da Terra (atrás da Ásia) com cerca de 900 milhões de pessoas, representando cerca de um sétimo da população do mundo, e 53 países independentes; apesar de existirem colônias pertencentes a outros países fora desse continente, principalmente ilhas, por exemplo Madeira, pertencente a Portugal, Ilha de Ascensão pertencente ao Reino Unido entre outras.
Apresenta grande diversidade étnica, cultural e política. Nesse continente são visíveis as condições de pobreza, sendo o continente africano o mais pobre de todos; dos trinta países mais pobres do mundo (com mais problemas de subnutrição, analfabetismo, baixa expectativa de vida, etc.), pelo menos 21 são africanos.
Em nenhuma outra parte do mundo a questão racial assumiu questões tão graves como na África do Sul. Embora os negros, mestiços e indianos constituam 86% da população, eram os brancos que detinham todo o poder político, e somente eles gozavam de direitos civis.
A origem desse sistema, denominado apartheid, data de 1911, quando os africânderes (descendentes de agricultores holandeses que emigraram para a África do Sul) e os britânicos estabeleceram uma série de leis para consolidar seu domínio sobre os negros. Em 1948, a política de segregação racial foi oficializada, criando direitos e zonas residenciais para brancos, negros, asiáticos e mestiços.
Na década de 1950, foi fundado o Congresso Nacional Africano (CNA), entidade negra contrária à segregação racial na África do Sul. Em 1960, o CNA foi declarado ilegal e seu líder Nelson Mandela, condenado à prisão perpétua. De 1958 a 1976, a política do apartheid se fortaleceu com a criação dos bantustões, apesar dos protestos da maioria negra.
Diante de tal situação, cresceram o descontentamento e a revolta na maioria subjugada pelos brancos; os choques tornaram-se frequentes e violentos; e as manifestações de protesto eram decorrência natural desse quadro injusto. A comunidade internacional usou algumas formas de pressão contra o governo sul-africano, especialmente no âmbito diplomático e econômico, no sentido de fazê-lo abolir a instituição do apartheid.
O tráfico de escravos para o Brasil refere-se ao período da história em que houve uma migração forçada de Africanos para o Brasil. Portugueses, brasileiros e mais tarde holandeses dominaram um comércio que envolveu a movimentação de milhares de pessoas.
A coroa Portuguesa autorizou a escravatura com a bênção papal, documentada nas bulas de Nicolau V Dum diversus e Divino Amorecommuniti, ambas de 1452, que autorizavam os portugueses a reduzirem os africanos à condição de escravos com o intuito de os cristianizar.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tr%C3%A1fico_de_escravos_para_o_Brasil
http://marcospinheiro.files.wordpress.com/2009/02/globo-africa.jpg
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Afro-brasileiro
por ANA CAROLINA PERES - quinta, 28 janeiro 2010, 18:47
O termo afro-brasileiro designa tanto pessoas com ascendência da África subsaariana quanto a influência cultural trazida pelos africanos escravizados para o Brasil.
Origens
O tráfico negreiros classificava os escravos utilizando vários termos como Nagôs, Jejes, Mina, Angolas, Congos e Fulas, os quais se referem mais propriamente à região de origem do que a nações ou culturas. Cada um destes termos inclui, portanto, diferentes etnias. Outra fonte de confusão é que muitas vezes os escravos eram classificados pelo tráfico negreiro de acordo com a língua que falavam ou entendiam como, por exemplo, Nagôs (que entendiam Iorubá) e Haúças (que entendiam a língua haúça, língua comercial espalhada por toda África Central, antigamente chamada de sudanês).
Os africanos mandados para o Brasil são divididos grosso modo em dois grandes grupos: os Bantu e os oeste-africanos.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Afro-brasileiro
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Apartheid
por ANA LUZIA GOMES DE OLIVEIRA ISPADA - domingo, 31 janeiro 2010, 11:59
Apartheid (significa "vidas separadas" em africano) era um regime segregacionista que negava aos negros da África do Sul os direitos sociais, econômicos e políticos. Embora a segregação existisse na África do Sul desde o século 17, quando a região foi colonizada por ingleses e holandeses, o termo passou a ser usado legalmente em 1948. No regime do apartheid o governo era controlado pelos brancos de origem européia (holandeses e ingleses), que criavam leis e governavam apenas para os interesses dos brancos. Aos negros eram impostas várias leis, regras e sistemas de controles sociais. Entre as principais leis do apartheid, podemos citar: - Proibição de casamentos entre brancos e negros - 1949.- Obrigação de declaração de registro de cor para todos sul-afriacanos (branco, negro ou mestiço) - 1950.- Proibição de circulação de negros em determinadas áreas das cidades - 1950- Determinação e criação dos bantustões (bairros só para negros) - 1951- Proibição de negros no uso de determinadas instalações públicas (bebedouros, banheiros públicos) - 1953- Criação de um sistema diferenciado de educação para as crianças dos bantustões - 1953Este sistema vigorou até o ano de 1990, quando o presidente sul-africano tomou várias medidas e colocou fim ao apartheid. Entre estas medidas estava a libertação de Nelson Mandela, preso desde 1964 por lutar com o regime de segregação. Em 1994, Mandela assumiu a presidência da África do Sul, tornando-se o primeiro presidente negro do país. Links relacionados Nelson Mandela - biografia, luta contra o apartheid, presidência África do Sul - informações, dados geográficos, econômicos e sociais Continente Africano - informações, dados econômicos e sociais História da África História da África do SulDisponível em: http://www.suapesquisa.com/o_que_e/apartheid.htm, acesso em 29/01/2010
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Banzo
por CRISTIANE RAMOS CORDEIRO - terça, 2 fevereiro 2010, 22:04
Banzo: a melancolia negra
A depressão e o suicídio dos escravos eram fatos corriqueiros
por Renato Pinto Venâncio*
"Apareceu ontem enforcado com um baraço [corda de fios de linho], dentro de um alçapão, na casa da rua da Alfândega, nº 376, sobrado, o preto Dionysio, escravo de D. Olimpya Theodora de Souza, moradora na mesma casa. O infeliz preto, querendo sem dúvida apressar a morte, fizera com uma thesoura pequenos ferimentos no braço ...” Essa nota, publicada no Jornal do Commercio, no Rio de Janeiro, em 22 de junho de 1872, revela uma faceta pouco conhecida da escravidão: os escravos se suicidavam. E como. O índice de “mortes voluntárias” entre eles, quando comparado ao de homens livres, era duas ou três vezes mais elevado. Os suicídios de escravos também se diferenciavam noutros aspectos. O mais notável deles era o fato de atribuir-se o gesto ao banzo.
Ainda hoje se discute o significado dessa palavra. O mais aceito tem uma remota origem africana, equivalendo a “pensar” ou “meditar”. O termo também, há tempos, designou uma doença. Em 1799, por exemplo, Luiz António de Oliveira Mendes apresentou, na Academia Real de Ciências de Lisboa, um estudo sobre “as doenças agudas e crônicas que mais freqüentemente acometem os pretos recém-tirados da África”. O banzo constava entre elas. Os sintomas? Os escravos ficavam entristecidos, paravam de falar e, acima de tudo, deixavam de se alimentar, mesmo “oferecendo-se-lhes” – afirma o médico – “as melhores comidas, assim do nosso trato e costume, como as do seu país...”, falecendo pouco tempo depois.
No século 19, com o desenvolvimento das primeiras teorias psicológicas, o comportamento dos escravos banzeiros foi reconhecido como distúrbio mental. Em 1844, Joaquim Manoel de Macedo, na tese médica intitulada Considerações Sobre a Nostalgia, afirma o seguinte: “[...] estamos convencidos de que a espantosa mortandade que entre nós se observa nos africanos, principalmente nos recém-chegados, bem como de que o número de suicídios que entre eles se conta, tem seu tanto de dívida a nostalgia [...]”
Aos poucos, a associação entre nostalgia e banzo se tornou popular. No Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, de 1875, de Joaquim de Macedo Soares, é possível ler a seguinte definição: “banzar: estar pensativo sobre qualquer caso; triste sem saber de quê; sofrer do spleen dos ingleses; tristeza e apatia simultânea; sofrer de nostalgia, como os negros da Costa quando vinham para cá, e ainda depois de cá estarem”.
Hoje, a palavra “nostalgia”, difundida na literatura, é sinônimo de “saudade”, um sentimento. Situação bem diferente é pensá-la como doença. Tal rótulo – assim como o de banzo – provavelmente encobria uma vasta gama de problemas psicológicos ou psiquiátricos, que iam da depressão à esquizofrenia; ou eram provocados pela desnutrição, por doenças contagiosas, ou por consumo excessivo de álcool e drogas – como a maconha, apreciada por muitos escravos, que a chamavam de “pango”.
Não faltam exemplos de aproximações entre suicídio e doença mental. O citado Jornal do Commercio registra ocorrências de mortes voluntárias associadas a delírios: “Valentim, escravo de Faria & Miranda, estabelecidos na rua dos Lázaros nº 26, sofria há dias violenta febre, e era tratado pelo Dr. Antonio Rodrigues de Oliveira. Anteontem [20 de maio de 1872], às 9 horas da noite, ao que parece, em um acesso mais forte, Valentim feriu-se com um golpe no pescoço”. Outras vezes se reconhecia explicitamente a loucura: “Suicidou-se ontem [8 de março de 1872] à 1 hora da tarde, enforcando-se, a preta africana Justina, de 50 anos, escrava de Narciso da Silva Galharno. O Sr. 2º Delegado tomou conhecimento do fato e procedeu a corpo delito. Consta que a preta sofria de alienação mental”.
Como todos os testemunhos do passado, os textos acima devem ser lidos com olhos críticos: o registro de suicídio pode encobrir assassinatos praticados por senhores. Tal fato não implica em diminuir o banzo como uma das expressões trágicas da loucura comum a milhões de pessoas vítimas do tráfico de escravos. Por outro lado, a divulgação desse sofrimento nos jornais deve ter contribuído para a formação da sensibilidade abolicionista na sociedade imperial. Por isso, o banzo pode ser entendido como uma forma não intencional de protesto político, um exemplo primário de luta pela não-violência.
*Professor de história da Universidade Federal de Ouro Preto e co-autor do livro Ancestrais: Uma Introdução à História da África Atlântica, Campus, 2003
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Brinquedos
por VIRGINIA TURINI DE CARVALHO IMAI - terça, 2 fevereiro 2010, 19:01
Brinquedos cantados na africanidade
Os brinquedos geralmente são cantigas anônimas acompanhadas de movimentos expressivos, saltitante, dramatizados e cantados surgem na espontaneidade da cultura popular A oralidade que caracteriza o processo de transmissão das brincadeiras e brinquedos cantados de certa forma transformou as cantigas e os modos de brincar, ocorrendo a mistura dos costumes africanos com os lusitanos, além das variações regionais de uma mesma brincadeira . No entanto, os ritmos e danças africanas deram um tempero mais brejeiro ao legado lúdico brasileiro.
Muitas crianças brancas eram criadas pelas escravas africanas juntamente com seus filhos negros, os quais eram mais habilidosos com a natureza, mais dados a traquinagens e a criatividade devido a sua condição servil.
Nos brinquedos cantados encontra-se o canto, a poesia, a dança, a brincadeira africana, o compartilhar, devido a simplicidade musical, riqueza simbólica e ludicidade peculiar; as vivências através destes elementos lúdicos, conquistam a criança como aquilo que é próprio do seu tempo.
Exemplos curiosos dos brinquedos cantados na africanidade. O primeiro se chama “Uma, duas angolinhas”, é um brinquedo cantado tipo parlenda em roda, com as crianças sentadas, e um solista ao meio dando beliscos nas mãos de cada colega enquanto cantam as quadrinhas:
Uma, duas angolinhas,
Finca o pé na pampulhinha.
O rapaz que faz o jogo, faz o jogo de capão
Capão sobre capão, Fica aí Mané João
Além do beliscão refletindo a idéia da galinha d’angola beliscando as mãos de cada participante, a protagonista da música, uma ave, é um dos mais importantes mitos iorubanos sobre a origem da criação do mundo; que “a galinha d’angola ciscou sobre as águas iniciais uma porção de terra e a espalhou por todas as direções fazendo nascer terra firme”. Por este mito e conto africano, outras razões ela também é considerada a primeira iaô e é o animal mais importante dentro da tradição dos orixás.
No divertido brinquedo cantado “O Saci Pererê”, as crianças em pé na roda, devem cantar e imitar as habilidades do saci mostradas na música:
O Saci Pererê, pula numa perna só,
Ele toca o tambor, toca como ele só.
O Saci Pererê, pula numa perna só,
Ele toca o pandeiro, toca como ele só. (...)
Esta brincadeira é aberta a improvisações na letra, onde se podem colocarquantos instrumentos quiser para o Saci tocar e consequentemente para as crianças imitarem. O Saci Pererê, elemento tradicional no nosso folclore, aproxima-se de várias figuras da mítica iorubana como: Exu (em suas traquinagens); Arôni (duende iorubano de uma perna só, ligado a Ossãim, e que vive nas matas); e ainda é referenciado a uma palavra do campo semântico da magia e do sortilégio em ioruba “Ásasí”,
Outro brinquedo cantado de significado muito expressivo é o Tangolomango; as crianças brincam em roda também para contagem de números decrescentes, no qual um participante deve deixar a roda ao final de cada verso. Eis algumas quadras desta:
Eram dez irmãs numa casa, Uma delas foi tocar o fole,
Deu um Tangolomango nela, E das dez ficaram nove.
Eram nove irmãs numa casa, Uma delas foi fazer biscoito,
Deu um Tangolomango nela, E das nove ficaram oito.
Eram oito irmãs numa casa, Uma delas foi amolar canivete,
Deu um Tangolomango nela, E das oito ficaram sete. (...)
A simbologia contida nesta brincadeira onde a cada momento uma criança deixa de fazer parte do grupo acometida pelo Tangolomango, vai de encontro as diversas referências a esta palavra como “Uma doença atribuída a feitiçaria, bruxedo, azar, infelicidade, morte” . Nota-se que este assunto é bastante difícil para o entendimento das crianças e carregado de discriminação e preconceito racial, social entre outros.
Como é de praxe, vamos terminar em samba com uma brincadeira muito conhecida no sudeste brasileiro, onde as crianças finalizam a música sambando conjuntamente na roda - como fazem os adultos.
Samba Samba Lelê ta doente,
Tá com a cabeça quebrada,
Samba Lelê precisava, É de umas boas lambadas,
Samba, samba, samba ô Lelê, Samba, samba, samba ô Lalá. (bis)
Nosso velho conhecido samba não poderia ficar de fora das brincadeiras das crianças. Samba é um nome genérico para várias danças brasileiras e para a própria música; contudo, foi registrado em Angola o verbo samba querendo dizer “cabriolar, brincar, divertir-se”; é remetido também a palavra semba de origem Bantu significando o mesmo que umbigada. A propósito, “Lê” é o nome do menor dos três atabaques da orquestra ritual dos candomblés jeje-nagô). As crianças se divertem aprendendo e ensinando a dança do samba umas às outras. Este parece ser o maior objetivo dos brinquedos cantados: transmitir a cultura pela oralidade e pela corporeidade,favorecendo a vivência, a elaboração e o desenvolvimento da criança.
Dentre outras brincadeiras, tem o escravos de Jô mais conhecida. Vários jogadores se dispõem ao redor de uma mesa, com um objeto (ou uma pedra) na mão. Ao ritmo e ao som de uma música com letra, ficam trocando as peças com os jogadores ao lado. Quem erra a disposição das pedras é eliminado da competição.
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Cafundó
por RAQUEL RODRIGUES DO PRADO - quinta, 28 janeiro 2010, 19:58
Cafundó: comunidade remanescente de quilombo localizada na zona rural da cidade de Salto do Pirapora, a 122 km da capital paulista.
As comunidades remanescentes de quilombos são povoadas de descendentes diretos de escravos negros, que se constituíram a partir de uma grande diversidade de processos, que incluem não só as fugas. Mas, também, heranças, doações, recebimentos de terras como pagamento de serviços prestados ao Estado, a simples permanência nas terras que ocupavam e cultivavam no interior de grandes propriedades, além da compra das mesmas, tanto durante a vigência do sistema escravocrata quanto após sua abolição.
Fonte: http://www.quilombocafundo.com.br/resgate_de_cultura.php
Vídeo mostra um pedacinho da comunidade e depoimento de moradores
Hoje são reconhecidas pelo Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) vinte e duas comunidades remanescentes de quilombos em todo o estado. Destas, apenas seis já obtiveram o título de propriedade da terra, garantido pela Constituição de 1988. Cafundó não é uma delas.
A origem de Cafundó , segundo seus moradores e algumas pesquisas, foi a doação de terras feita pelo antigo senhor do casal de escravos Ricarda e Joaquim Congo pouco antes da assinatura da Abolição da Escravatura, em 1888. Posteriormente, os dois trocaram as terras recebidas pela área ocupada atualmente pela comunidade, que, vítima da especulação imobiliária, da invasão dos fazendeiros de propriedades vizinhas e da falta de documentação legal, foi reduzida de 210 hectares para os atuais 21.
Um processo foi aberto pela comunidade em 1972, para obter a terra por usucapião (lei que garante a posse da terra para quem more e produza nela por cinco anos ininterruptos). A causa foi vencida, mas contestada em seguida pelos fazendeiros da região. Marcos, que é o presidente da associação de moradores, diz que sempre lutou pela titulação dos limites de Cafundó, e que seu reconhecimento como comunidade remanescente de quilombo só houve em 1999. Contudo, o líder conta que há dez anos o processo de reconhecimento da propriedade das quatro glebas de terra referentes à área original de seus antepassados está parado na Justiça. “O problema que a gente tem é motivo de vida... sempre tem essas políticas públicas do governo, que vai dar prioridade [SIC] para as comunidades quilombolas, mas só fica no papel” , lamenta.
Na comunidade, até o final de 2008, havia 105 pessoas, que usavam o pouco espaço ao qual legalmente têm direito para cultivar mandioca e cana-de-açúcar e criar porcos e galinhas, tudo em pequena escala. Marcos diz que a vida dos quilombolas de sua comunidade é muito difícil devido à falta da terra e que as pessoas do povoado, entre elas muitos jovens, tiveram que ir trabalhar em outros lugares para trazer seu sustento por não terem perspectivas vivendo apenas em Cafundó. “Não tem uma renda sustentável até hoje.”
Além de faltar renda, falta educação. As crianças têm dificuldades para chegar até a escola e entre os 105 moradores, 13 são analfabetos.“E são essas que não são alfabetizadas que estão brigando por alguma coisa para a comunidade. A grande dificuldade está aí” , diz Regina Pereira, moradora do Cafundó há cinco anos, companheira de Marcos e secretária da associação de moradores.
No tocante à religião, os moradores de Cafundó herdaram a tradição dos escravos, que, por serem obrigados a abandonar suas crenças tribais, ao mesmo tempo em que eram impedidos de entrar nas igrejas católicas, desenvolveram uma espécie de culto que mistura elementos de ambas as tradições religiosas, com predominância cristã. Apoiados nessas tendências, os moradores mantêm suas festas religiosas tradicionais, como a Festa de Santa Cruz, São Benedito e Nossa Senhora Aparecida, que há mais de 100 anos é celebrada e segue a tradição deixada pela matriarca Dona Ifigênia, defensora ferrenha dos costumes transmitidos a ela por seu pai, Joaquim Congo.
É com esse espírito que os habitantes de Cafundó lutam para manter não só as tradições que os caracterizam como também evitar a perda de mais terras enquanto aguardam sua tão sonhada regulamentação, que para Marcos traria finalmente a tranqüilidade e prosperidade da qual seu povo anda tão longe. “Se resolvesse esse problema da terra ia ter a subsistência, a gente poderia plantar mais para o consumo e para vender. Se for ver essa terra toda... já morreram meus antepassados e eu também vou morrer e não vou conseguir ver”, lamenta o líder de Cafundó.
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Características geográficas dos quilombos
por ANDREIA ALVES DE SOUZA - sexta, 22 janeiro 2010, 19:14
Os kilombos de Angola e os quilombos do Brasil guardam consigo outra similaridade que é o fato de estarem situados em regiões antes desocupadas, de grandes contingentes populacionais, ou sem qualquer grupo nas imediações. Eles procuraram ocupar áreas estratégicas, seja do ponto de vista do relevo, a partir de uma topografia de difícil acesso e que propiciaria a vista de movimentações de grupos hostis, seja da perspectiva da qualidade da terra, à medida que se buscava por áreas agricultulráveis, posto que eram guerreiro, mas vinculados ao trabalho com o plantio de uma agricultura de subsistência do grupo, seja na busca de áreas com boa irrigação de córregos, rios, cachoeiras, em que pudessem usar a água com facilidade para transportar-se, para alimentar-se com os peixes e outros animais ribeirinhos, como também para beber, banhar-se e irrigar as áreas cultiváveis.
Fonte:FONSECA, Dagoberto José. Sujeitos e saberes da educação quilombola. Módulo 3, unidade 4, 2009.
http://www.palmares.gov.br/003/00301009.jsp?ttCD_CHAVE=197
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Cokwe
por SHIRLEY DE SOUZA - sexta, 29 janeiro 2010, 12:18
Um dos povos mais destacados de Angola, a sua origem, como a maioria dos povos africanos, é bastante obscura.
A sua língua pertence ao grupo bantu, e sendo naturais da Província da Lunda, nordeste de Angola, expandiram-se pelo centro até ao sul do país, ocupando áreas importantes na Província do Bié e entre os Ganguelas.
É seguramente o povo com maior acervo artístico, com admiráveis esculturas e alegres pinturas parietais, e rico em lendas e tradições.
Regime social baseado no matriarcado, deles terão saído os valentes jagas, que dominaram o que veio a ser o reino N´Gola.
Consta ter sido o primeiro povo a dominar a tecnologia do ferro, donde virá o nome n'Gola, ferreiro, o que fez dele um povo de guerreiros e conquistadores.
É na sua região, na Lunda que se encontra a maior exploração de diamantes de Angola.
http://zukumuna.blogspot.com/2008/08/os-cokwe-ou-tchowe-ou-txocue-ou-quicos.html
Para conhecer uma rica lenda Cokwe sobre a horigem do mundo siga o link e aprecie.
http://www.tucokwe.org/cultura/artigos/Lenda_cokwe_o_pricipio_do_mundo.html
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Comunidade Quilombola Camburi
por ROSELI A. ACRAINE OLIVEIRA - quarta, 27 janeiro 2010, 20:39
CAMBURI ( comunidade quilombola do litoral norte de São Paulo)
Ecoturismo e Desenvolvimento sustentável: o passaporte para o futuro da comunidade
A sobrevivência física e cultural é um desafio cotidiano e urgente que se coloca para os integrantes da Comunidade Camburi.
Preocupados em buscar uma alternativa para a melhoria das condições de vida da população do Camburi, a Associação dos Moradores do Bairro do Camburi, a Associação do Quilombo do Camburi, o Instituto Gondwana, o Parque Estadual da Serra do Mar/Núcleo Picinguaba e a Comissão Pró-Índio de São Paulo uniram-se para elaborar e executar o projeto Ecoturismo e Desenvolvimento Sustentável — o passaporte para o futuro da comunidade do Camburi.
Devido à grande beleza das paisagens locais, a presença de inúmeros atrativos naturais e o acesso relativamente fácil, a atividade turística tem-se intensificado nos últimos anos, porém de maneira desordenada e descontinuada ao longo do ano.
Embora constitua um importante complemento de renda para as famílias locais, o turismo, como vinha sendo praticado, ameaçava a saúde dos moradores e degradava o meio ambiente.
Assim, o projeto foi concebido com o objetivo de ordenar e incrementar o turismo já praticado nas terras do Camburi.
A iniciativa buscou também contribuir para o fortalecimento da cidadania, da identidade étnica e da organização dos quilombolas e caiçaras que constituem a comunidade do Camburi.
O projeto, implementado entre 2002 e 2003 com o apoio financeiro do Instituto Souza Cruz, teve as seguintes linhas de ação:
* Capacitação dos moradores como monitores de ecoturismo
* Levantamento dos atrativos terrestres, costeiros e marinhos e elaboração de roteiros para passeios “de terra e de mar”
* Produção de material de divulgação
* Aquisição de equipamentos para a atividade de turismo
http://www.cpisp.org.br/comunidades/html/brasil/sp/litoral_norte/camburi/camburi_desenvolvimento.html
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Crime de Lesa Humanidade
por SHIRLEY DE SOUZA - sábado, 30 janeiro 2010, 11:35
Crime contra a humanidade é um termo de direito internacional que descreve atos de perseguição, agressão ou assassinato contra um grupo de indivíduos, ou expurgos, assim como o genocídio, passíveis de julgamento por tribunais internacionais por caracterizarem a maior ofensa possível. São crimes que não prescrevem.
Em outubro de 1999, a revista Mundo Estranho publicou uma lista dos dez piores crimes contra a humanidade, na qual constam:
* Holocausto 1939–1945
Vítimas: 6 milhões de judeus
Autor: Nazistas
* Genocídio ucraniano 1932-1933
Vítimas: 3 milhões de ucranianos
Autor: União Soviética
* Sangue no Vietnã 1959-1975
Vítimas: 1,7 milhão de pessoas
Autor: Estados Unidos Da América
* Guerra no Leste Europeu' 1915–1917
Vítimas: 15 milhão de Leste-Europeus mortos, 10 mil judeus deportados
Autor: Facistas
* Massacre em Ruanda abril de 1974
Vítimas: 700 mil tútsis mortos e 200 mil refugiados e centenas de hútus mortos
Autor: Milícias hútus
* Porajmos, a caçada aos ciganos 1939–1945
Vítimas: 500 mil romanis (ciganos)
Autor: Nazistas
* Revolta Circassiana últimas décadas do século XIX
Vítimas: 400 mil circassianos mortos, 1,2 milhão de exilados
Autor: Império Russo
* Crueldade na Bósnia 1972-1975
Vítimas: 200 mil bósnios mortos, 2 milhões de refugiados
Autor: Milícias e exército sérvio
* Terror em Timor-Leste 1965-1979
Vítimas: 150 mil timorenses
Autor: Indonésia
* Hererós e Namaquas 1904-1907
Vítimas: 65 mil hererós e 10 mil namaquas
Autor: Alemanha
* Sangue Angolano 1960-2003
Vítimas: 1,3 milhões de Angolanos
Autor: Países Socialista
* Holocausto armênio 1915 a 1917
Vitimas cerca de 1,2 Milhões de Armênios
Autor Império Turco-Otomano
Wikipeia, Crime contra a humanidade, disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Crime_de_lesa_humanidade, acesso 30/01/2010.
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Danças do Quilombos
por ROSA MARIA RODRIGUES FERREIRA - quinta, 28 janeiro 2010, 15:22 DANÇA DOS QUILOMBOS
A LENDA DO MACULELÊ
Sua origem, porém, como ocorre em relação a todas as manifestações folclóricas de matriz africana, é obscura e desconhecida. Acredita-se que seja um ato popular de origem africana que teria florescido no século XVIII nos canaviais de Santo Amaro, e que passara a integrar as comemorações locais. Há quem sustente, no entanto, que o Maculelê tem também raízes indígenas, sendo então de origem afro-indígena.
Conta à lenda que a encenação do Maculelê baseia-se em um episódio épico ocorrido numa aldeia primitiva do reino de Iorubá, em que certas vezes saíram todos juntos os guerreiros para caçar, permanecendo na aldeia apenas uns poucos homens, na maioria idosos, junto das mulheres e crianças. Disso aproveitou-se uma tribo inimiga para atacar, com maior número de guerreiros.
Os homens remanescentes da aldeia, liderados pelo guerreiro de nome Maculelê, teriam então se armado de curtos bastões de pau e enfrentado os invasores, demonstrando tanta coragem que conseguiram pô-los em debandada. Quando retornaram os outros guerreiros, tomaram conhecimento do ocorrido e promoveram grande festa, na qual Maculelê e seus companheiros demonstraram a forma pela qual combateram os invasores. O episódio passou então a ser comemorado freqüentemente pelos membros da tribo, enriquecido com música característica e movimentos corporais peculiares. A dança seria assim uma homenagem à coragem daqueles bravos guerreiros.
MACULELÊ
Todo dia 2 de fevereiro é dia de Maculelê em Santo Amaro da Purificação, Recôncavo baiano. Segundo Maria Mutti (1978), o Maculelê é uma mistura de dança e luta de origem negra e escrava e tem em Santo Amaro o seu reduto e em mestre Popó o único mestre conhecido.
Vários estudiosos contestam a sua origem achando alguns que se trata de uma dança indígena, outros de luta negra.
Mestre Popó, mais antigo lutador de Maculelê reconhecido popularmente, diz que o Maculelê chegou da costa da África junto aos escravos, até os engenhos de Santo Amaro. Era uma mistura de luta e dança, defesa e ataque misturados aos cantos negros que disfarçavam a luta. Uma forma de treinar a luta sem despertar a desconfiança dos feitores, que só enxergavam a dança.
Para o Maculelê são usados três tambores (atabaques), agogô e ganzá que produzem o ritmo negro da dança. Um par de bastões é usado por cada lutador e único pelo chefe, todos feitos de madeira polida. Cada integrante usa uma gurita na cabeça (touca de ponta), lenço no pescoço, camisa comum ao estilo africano, calça igual e pés descalços. Usam o rosto muito pintado de negro com a boca exageradamente vermelha e cabelos brancos de farinha de trigo.
A dança é composta de leves volteios e um levantar de pés sincronizados às batidas dos bastões . Entre as músicas que acompanham, poucas são aquelas usadas nas senzalas que eram cantadas em línguas africanas. Muitas foram criadas em Santo Amaro pelos filhos e seguidores de mestre Popó. Cada uma delas tem um significado e um objetivo Há música para sair às ruas, para a chegada ao local da apresentação, para saudação a Princesa Isabel pela libertação dos escravos, para Virgem Santa, par recolher doações chamada Ritual do Vaqueiro e aquela que tornou-se a que mais caracteriza o Maculelê: “sou eu, sou eu, sou eu Maculelê, sou eu…”.
Fonte: http://capoeirars.en.eresmas.net
DANÇA DO FOGO
Ao ritmo contagiante dos atabaques os guerreiros demonstram total domínio sobre o elemento de Xangô - O FOGO.
Com movimentos unidos ao brilho das tochas os dançarinos desafiam tal elemento extraindo dele seu poder e força mística.
DANÇA GUERREIRA
Dança com lanças e escudos, onde os guerreiros, numa combinação de movimentos plásticos e agressivos fazem saudações aos deuses africanos e representam ataques correspondentes à sua dança de guerra.
PUXADA DE REDE
Mantida em poucas praias do litoral baiano, a Puxada de Rede é uma importante manifestação folclórica do estado com traços da cultura negra africana. Ela permite a integração entre os pescadores e a preservação de traços africanos na cultura do povo que vive do mar, já que toda a atividade da pesca realizada é acompanhada de danças, mímicas, poesias e cantos dos pescadores africanos trazidos para o Brasil.
A Puxada de Rede acontece entre outubro e abril, época em que os peixes procuram as águas quentes e rasas do litoral nordestino. Nessa época a pesca é realizada na beira da praia com uma gigantesca rede de arrasto e não em alto amor, como de costume. A armação e a puxada da rede são comuns em praias como Armação, Chega Nego e Carimbamba.
A grande rede usada leva ate mil metros de corda e cinco meses de trabalho para ficar pronta. Para manipulá-la são necessários 63 homens, 1 chefe , 1 mestre de terra , 1 mestre de mar, 20 catadores, 20 homens do mar e 20 homens da terra. A rede aberta liga barcos em círculo na água e homens na terra que, assim que encontram peixe puxam a rede à praia.
Cantos simples são repetidos como aqueles cantados pelos antepassados negros e alguns até se referem à terra de origem como Aruanda. A última canção entoada é sempre o canto de saudação à rainha do mar em agradecimento pelo sucesso da puxada.
Fonte: www.visiteabahia.com.br
SAMBA DE RODA
O Samba de Roda começou, provavelmente nos tempos da colonização, quando os negros, na sua primeira pausa para descanso, dançavam a moda da sua terra.
O ritmo contagiante do samba marcado por palmas e passos excitantes fez com que, aos poucos, o samba saísse da senzala e fosse para as ruas e até para a casa dos brancos.
Hoje, o Samba de Roda é freqüente nos mais diversos festejos baianos como o carnaval, por exemplo.
A dança do samba de roda em si é considerada simples, mas é preciso muito “molejo” para realizar com os pés ou passos marcados com as mãos. Existem passos específicos da roda que representam diversas atividades do cotidiano, como, por exemplo, o corta jaca paço no qual o sambista representa com os pés o ato de cortar uma jaca, retirar o “visgo” e recolher o caroço. Cada ação é representada por um conjunto específico de movimentos sempre marcados pelas palmas dos outros sambistas. Outros exemplos são o miudinho, amarrado, barra-vento e sapateado.
A dança acontece quando ao som de samba forma-se uma roda com um sambista ao centro que apresenta sua ginga, dançando por algum tempo. Logo, ele desafia um componente da roda com um sinal como a umbigada ou um simples aperto de mão, que toma o seu lugar no meio da roda. Tudo transcorre ao som de marimbas, viola pandeiros, ganzás, atabaques, berimbaus e outros instrumentos de percussão. Mas, o samba não deixa de acontecer por falta de instrumentos, pois o improviso é muito freqüente e até mais original.
Na falta de instrumentos, facas arranham a borda de pratos, colheres são batidas como castanholas, pentes e papeeis são soprados e tampas de panelas são batidas com as pontas dos dedos, enquanto o tirador lança frases simples que são cantadas repetidamente.
O Samba de Roda é uma tradição em cidades como Cachoeira, Candeias, Santo Amaro, Muritiba e outras.
Fonte: www.visiteabahia.com.br
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DIA DA CRIANÇA AFRICANA
por NUBIA ARAUJO - domingo, 7 fevereiro 2010, 19:32
16 de Junho - Dia da Criança Africana
O Dia da Criança Africana institucionalizado pela Organização de Unidade Africana “OUA” em Addis-Abeba, Etiópia, desde 1991, é comemorado a 16 de Junho de todos os anos, em memória dos meninos negros do Soweto, massacrados em 1976 por terem protestado contra a discriminação no ensino.
Neste acontecimento, milhares de estudantes negros do Soweto, África do Sul, na sua manifestação exigiram às autoridades de Pretoria uma melhor educação e aprendizagem das línguas nativas em vez de unicamente o inglês. Apesar dos acontecimentos tristes, foram reconhecidas 11 línguas nacionais entre o “Afrikaans” nas escolas, sendo o inglês ficado na 12ª posição oficial.
A data em questão tornou-se em mais um ato de incentivo para a juventude africana, desvirtuando a idéia inicial de ajuda aos filhos que nasceram e nascem sem ter qualquer garantia do seu futuro.
A manifestação juvenil, na qual durante 14 dias morreram mais de cem pessoas e 1000 outras feridas, pretendia ter um caráter pacífico, mas acabou na extrema violência, cujo episódio de coragem das crianças e estudantes ficou conhecido como o “Levante do Soweto”.
Por isso, a efeméride suscitou a necessidade de uma infância condigna, uma educação para todos sem distinção de sexo, crença e raça para prevenir os perigos que afetam a comunidade (doenças transmissíveis, miséria e pobreza) e a garantia do seu desenvolvimento.
No continente africano, particularmente nos países afetados pelas guerras, epidemias, pelo neo-colonialismo e outras catástrofes naturais, colocam as crianças numa situação de sofrimento, miséria, analfabetismo, delinquência e outras calamidades.
Fonte: http://www.africanidade.com/articles/1074/1/16-de-Junho-Dia-da-CrianAa-Africana/Paacutegina1.html
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Escolas Quilombolas
por Elisabete Fernandes Pita de Melo - domingo, 24 janeiro 2010, 14:17
De acordo com a Fundação Cultural Palmares, órgão do Ministério da Cultura, até dezembro de 2008 foram reconhecidas 1.305 comunidades remanescentes de quilombos no país. Segundo o Relatório da UNICEF há 1.253 escolas quilombolas em 2007, das quais estão distribuídas por quase todos os estados brasileiros com exceção dos estados de Roraima, Acre e o Distrito Federal, que não possuem comunidades quilombola. Em geral, é bastante precária a situação da qualidade e até mesmo o acesso. Além disso, os professores, em sua maioria, não têm a formação adequada para dar aulas.
Nos últimos anos, o Censo Escolar tem registrado uma evolução da oferta educacional nessas comunidades. Em 2006, o número de escolas localizadas em áreas remanescentes de quilombos cresceu 94,4% em relação a 2005, chegando a 1.283 unidades e 161.625 matrículas. A maior parte se localiza na Região Nordeste. O Maranhão é o estado com maior número de escolas em áreas quilombolas totalizando 423 escolas. E infelizmente, no estado de Amazonas há uma comunidade quilombola, mas não tem escola específica.
Quadro de escolas em área remanescente de quilombos
Unidade da Federação
Quantidade de:
Matrículas Docentes Escolas
Rondônia 39 2 2
Pará 16.138 652 181
Amapá 1.078 77 12
Tocantins 880 66 18
Maranhão 34.229 1.705 423
Piauí 1.160 58 23
Ceará 2.724 84 11
Rio Grande do Norte 1.093 55 17
Paraíba 1.990 103 18
Pernambuco 8.695 337 46
Alagoas 3.545 120 16
Sergipe 2.915 162 16
Bahia 57.437 1.748 246
Minas Gerais 6.845 441 81
Espírito Santo 558 35 15
Rio de Janeiro 2.570 144 9
São Paulo 1.409 120 26
Paraná 2.228 128 17
Santa Catarina 73 6 6
Rio Grande do Sul 3.230 263 30
Mato Grosso do Sul 1.228 87 6
Mato Grosso 285 13 2
Goiás 1.433 87 32
Total Brasil 151.782 6.493 1.253
Fonte: INEP/2007
“O Direito de Aprender: Potencializar avanços e reduzir desigualdades”, coordenação geral Maria de Salete Silva e Pedro Ivo Alcântara. – Brasília, DF: UNICEF, 2009, pág. 28 e 29.
http://portal.mec.gov.br/index.phpoption=com_content&view=article&id=12398&Itemid=688
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Etnia
por CLARICE TEODORO DE OLIVEIRA SOARES - quinta, 28 janeiro 2010, 20:50
Uma etnia ou um grupo étnico é, no sentido mais amplo, uma comunidade humana definida por afinidades lingüisticas e culturais e semelhanças genéticas. Estas comunidades geralmente reinvindicam para si uma estrutura social, política e um território.
A palavra etnia é usada muitas vezes erroneamente como um eufemismo para raça, ou como um sinônimo para grupo minoritário.
Fonte: pt.wikipédia.org/wiki/etnia
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FESTA E A RELIGIOSIDADE EM ALGUMAS DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS NEGRAS E QUILOMBOLAS NO ESTADO DO PARANÁ
por SILVANA APARECIDA DOS SANTOS - terça, 26 janeiro 2010, 18:56
A religião e a festa são temas muito importantes na vida diária das Comunidades Tradicionais Negras e Quilombolas em nosso Estado. O dia a dia se interrompe muitas vezes ao longo do ano, pela organização e participação em diversas festas para homenagear aos “Santos de devoção da Comunidade”, ou em particular para o “Santo de devoção de alguma família”.
Para os organizadores, a festa representa além de momentos de lazer, muito trabalho, tanto no seu preparo como na sua realização. A religiosidade no Quilombo e nas Comunidades Tradicionais Negras no Paraná caracteriza-se pela presença da festa. As comemorações anuais dos Santos, as obrigações do calendário de cada festa são assinaladas com toques, danças, cânticos e oferendas de alimentos especiais. Cada um destes grupos familiares organiza anualmente algumas festas que se tornaram tradição, para eles e para a população do entorno, algumas maiores, com apoio da Igreja católica chegando há durar uma semana ou mais, outras com um, dois ou três dias de duração.
É comum que os participantes realizem festas em sua casa convidando o restante da comunidade os vizinhos para participar do evento e até mesmo colaborar com doações para o seu abrilhantamento. Assim, o ano se caracteriza, para as comunidades, por uma sucessão de festas, com calendário marcado entre o plantio e a colheita (mutirão) que é outra festa específica e tradicional. Relatamos aqui algumas destas festas e onde elas ocorrem:
QUILOMBO DE JOÃO SURÁ
A MESADA DOS ANJOS
Dona Joana conta que a Mesada dos Anjos é feita no mês de junho, no dia de Santo Antonio, na hora do almoço, época final da colheita. Quando iniciam a preparação do terreno para a roça as pessoas fazem a promessa de fazerem a mesada para os anjos protegerem o plantio e a colheita. Durante o período de cultivo e colheita engordam porcos, frangos e patos. No dia de Santo Antonio, final da colheita, em agradecimento preparam uma mesa com uma diversidade de pratos — preparados com os animais criados nos quintais, produtos da roça e da horta e oferecem para as crianças da comunidade, menores de 7 anos. Depois que as crianças estão satisfeitas e também se serviram dos doces, bolos e balas que compõem a sobremesa os adultos são autorizados a se servirem.
FESTA DE SANTO ANTONIO
Acontece em 11 - 12 e 13 de junho, são três dias de festa porque as pessoas começam a chegar no dia 11 para os preparativos, no dia 12 a novena e no dia 13 missa.
FESTA DO DIVINO
Novena no mês de junho, a bandeira do Divino visita todas as casas, passa a noite, a família serve a janta na chegada, café da manhã, e almoçam na saída para a outra casa.
Foguete em comemoração na chegada da bandeira do Divino na casa que vai hospedar o Santo e a comitiva dos que estão vindo de fora, os foliões chegam e pedem uma oferta, em dinheiro para que a festa possa continuar, e também pedem uma prenda em alimento, o que a família puder ofertar, quem tem criação, para pagar promessas pelas graças alcançadas, que a roça, as criações, a família e tudo que possuem, sejam abençoadas pelo Divino. Todas as doações são relacionadas em um caderno, as prendas, as doações em dinheiro, com o nome das pessoas que doaram.
Depois que o Santo visita as casas do quilombo de João Surá, de todos que se dispuseram á recebê-lo, atravessa o rio Pardo de barco e é levado para o quilombo da Praia Grande, no município de Iporanga São Paulo os negros deste quilombo são aparentados com os negros de João Sura, são da mesma família então lá permanece a bandeira, até o próximo ano quando visitará todas as casas de lá e voltando perfazendo o mesmo trajeto de barco vindo pelo rio Pardo e visitando todas as casas do quilombo de João Sura novamente e permanece deste lado até o próximo ano e assim sucessivamente desde o tempo dos ancestrais.A festa é organizada pela Igreja Católica no dia 13 de junho, as bandeiras do Divino tanto as do Paraná como as de São Paulo, vão para a Igreja, neste dia e a festa é realizada com, leitão, porco assado,espetinho, bingo — a renda é para a Igreja.
VENERAÇÃO A SÃO GONÇALO
São vários os nomes dados ao culto de São Gonçalo: Romaria de São Gonçalo, Voltas de São Gonçalo, Terço de São Gonçalo, Dança de São Gonçalo, Reza de São Gonçalo, Festa de São Gonçalo, Trocado para São Gonçalo, Roda de São Gonçalo.
A Festa se dá na maioria das vezes sobre o seguinte acontecimento: uma pessoa faz uma promessa e em agradecimento à graça alcançada convida amigos, vizinhos, parentes e músicos (violeiros), para realizar a Dança.
Em alguns locais a Dança é realizada em áreas abertas localizadas pertos das casas (Terreiro), dentro de casas ou em Capelas. Sempre com um altar armado para o Santo.
A Dança acontece seguindo alguns padrões de respeito obrigatórios:
- Só se pode dançar de frente para o Santo, mesmo saindo da Dança nunca ficar de costas para o Santo.
- Evitar conversas, risos e demais barulhos.
- Deve-se cumprimentar o Santo ao sair da Dança, faz-se um Sapateado, finalizando beijando o Santo, o Altar, ou as fitas que enfeitam o seu altar.
- Os violeiros ficam entre duas filas de dançarinos, uma de homens e outra de mulheres,lado a lado (a maneira desta organização pode variar).
- Pode ser em um fim de semana – um sábado, por exemplo, usam também a bandeira do Divino na hora do mestre cantar seus versos.
Há muitas Lendas sobre São Gonçalo, dizem os quilombolas que a sua dança vêm do começo do quilombo com os mais antigos. Dizem também que ele “o santinho” foi muito farrista e para pagar suas dívidas, dançava à noite toda com pregos nos sapatos, contam também que era muito alegre, gostava de tocar viola e por meio dos versos ensinava a Religião.
RECOMENDA DAS ALMAS
A “Recomenda das Almas”, ritual que tem início na quarta-feira de cinzas e acontece todas as noites de segundas, quartas e sextas durante a quaresma. Para os quilombolas, nesse período as almas ficam soltas e é para elas em especial, que é realizado o ritual. Os grupos são formados em sua maioria por pessoas idosas.
Para participar, os integrantes precisam obedecer a regras a baixo: os componentes do grupo não podem olhar para trás, pois correm o risco de verem as almas.
1. Os donos das casas que não podem olhar para fora de suas residências.
2. A ordem dos integrantes frente às casas, e também nas cruzes á beira da estrada e onde sinaliza que ali morreu alguém, deve ser de acordo com a colocação de voz de cada um. (Clemilda Santiago Neto)
fonte: http://quilombosnoparana.spaceblog.com.br/
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Gibi Quilombos
por Gilmara Ap. Guedes dos S. Dadie - sexta, 29 janeiro 2010, 20:37
Título: GIBI Quilombos
Autor: SECAD
Editora: MEC/SECAD.
Edição: 1. Edição.
Páginas: 0.
Resenha: O Gibi Quilombos: Espaço de Resistência de Crianças, jovens, mulheres e homens negros, criado pela REDEH – Rede de Desenvolvimento Humano - ,apresenta a história de todas as meninas(os), jovens, homens e mulheres quilombolas que, espalhados pelo país, lutam há muito tempo pela preservação de sua cultura, seus valores e principalmente, pelo direito de contar sua verdadeira história. É um convite à reflexão, aumentando ainda mais a auto-estima dos cerca de 49.722 alunos(as) quilombolas, segundo dados no INEP, matriculados em 364 escolas localizadas em áreas de remanescentes de quilombos.
Para baixar o gibi acesse: http://futraco.wikispaces.com/file/view/gibi_quilombos.pdf
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Grandes personagens por APARECIDA DE FATIMA SIMAO DA SILVA - domingo, 31 janeiro 2010, 09:31
Pixinguinha (1897 – 1973)
O apelido de Alfredo da Rocha Filho tem uma história, ele era chamado pela avó de Pizindim, que significa “menino bom" em um dialeto africano. Quando ainda era criança, pegou uma doença chamada varíola e começou a ser chamado de Bexiguinha. A combinação dos dois nomes gerou o apelido Pixinguinha, pelo qual o o músico é conhecido até hoje. Desde pequeno ele teve contato com a música, e em 1911 já tocava em bailes e quermesses. Ele era presença garantida em carnavais, peças de teatro e orquestras, surpreendendo as platéias com o som de sua flauta. Pixinguinha compôs sambas e chorinhos famosos, como Carinhoso, Samba de nego e Ai, Eu queria.
Era o décimo-quarto filho de uma família musical. Seu pai era músico e vários de seus irmãos também. Ainda novo começou a acompanhar seu pai, flautista, em bailes e festas, tocando cavaquinho. Aos 12 anos fez a sua primeira obra, o choro “ Lata de Leite” que foi inspirado nos chorões, músicos boêmios que depois de noitadas regadas a bebidas e música, tinham o hábito de tomar o leite alheio que ficava nas portas das casas... Aos treze, passou a estudar o bombadino e a flauta. Aos 17 grava as suas primeiras composições: “ Rosa” e “ Sofre Porque Quer”. Em 1922, vai para o exterior com o grupo “ Os Oito Batutas” e estende para seis mesues sua turnê, marcada para durar somente um mês. Conhece a fama internacional.
Até este ponto, pode-se pensar que é um caminho natural de um músico aplicado. Mas Pinxinguinha não foi somente um músico capaz. É reconhecido até hoje como um exímio flautista, talvez o maior que o país já teve, foi maestro, arranjador e intérprete. O primeiro maestro-arranjador a ser contratado em uma época que a maioria dos músicos era amadora. Misturou a sua formação erudita basicamente européia com os ritmos negros brasileiros e a música negra norte-americana. Deu uma guinada no som do Brasil!! Trouxe um tempero, um sotaque nacional, marcou com classe e com estilo a nossa música.
Sua história se mistura com a própria história do rádio e da música nacional. É o grande mestre entre todos os outros grandes mestres que o Brasil já teve. Não é possível pensar em música nacional sem se curvar diante deste músico maravilhoso que morreu em 1973.
Fontes: http://www.mpbnet.com.br
http://www.direitos.org.br
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Grileiros
por SHIRLEY DE SOUZA - sexta, 29 janeiro 2010, 12:44
Já é mais do que conhecida a origem dos substantivos grilagem e grileiro. Os termos surgiram a partir de uma prática muito antiga de colocar um papel (contendo um tipo de “comprovação" de propriedade) dentro de uma gaveta junto com alguns grilos. O papel, após algumas semanas, passa a ter uma aparência envelhecida em razão dos dejetos daqueles insetos. Com este papel envelhecido pela ação dos grilos, a pessoa visa comprovar a antiguidade de sua ocupação.
Para além da origem do termo, a Grilagem constitui-se hoje num “Sistema ou organização ou procedimento dos grileiros". Estes últimos são "indivíduo[s] que procura[m] apossar-se de terras alheias mediante falsas escrituras de propriedade"3. A definição presente no dicionário permite-nos compreender de imediato a ilegalidade, ou melhor, a ação criminosa conhecida como grilagem. Ela, porém, não nos ajuda a entender três questões a serem aqui discutidas: 1) a luta entre posseiros e fazendeiros tem uma história, cuja marca é o fenômeno da grilagem empreendida na maior parte das vezes pelos terratetentes. Neste sentido, a grilagem não é recente, constitui-se, pois num processo histórico e secular de ocupação ilegal;2) a grilagem deve ser compreendida à luz da dinâmica e transmissão de patrimônio dos grandes fazendeiros, ou melhor, grilar não é uma prática isolada, mas tem a ver com os esforços dos senhores e possuidores de terra em expandir suas propriedades ad infinitun e 3) a grilagem não é somente um crime cometido contra o verdadeiro proprietário (seja um indivíduo, no caso de terras particulares invadidas, seja em áreas pertencentes ao Estado, no caso mais freqüente de invasão de terras devolutas), mais é um crime cometido contra a nação.
Motta, Márcia Maria Menendes, A GRILAGEM COMO LEGADO disponível em http://www.historia.uff.br/artigos/motta_grilagem.pdf.
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HERANÇA CULTURAL NEGRA
por LUCIANA APARECIDA ORBETELLI DE FREITAS - domingo, 31 janeiro 2010, 14:33
A contribuição cultural de escravos-negros é enorme. Na religião, música, dança, alimentação, língua, temos a influência negra, apesar da repressão que sofreram as suas manifestações culturais mais cotidianas.
INFLUÊNCIA RELIGIOSA
No campo religioso, a contribuição negra é inestimável, principalmente porque os africanos, ao invés de se isolarem, aprenderam a conviver com outros setores da sociedade.
Favoreceu esta convivência, a mentalidade comum a ambos os grupos étnicos - brancos e negros -, de que a prática religiosa estava voltada para a satisfação de algum desejo material ou ideal. As promessas a santos, pagas com o sacrifício da missa, apresentavam semelhanças com os pedidos feitos aos deuses e espíritos africanos em troca de oferendas de diversos tipos.
Mas, nos primeiros séculos de sua existência no Brasil, os africanos não tiveram liberdade para praticar os seus cultos religiosos. No período colonial, a religião negra era vista como arte do Diabo; no Brasil-Império, como desordem pública e atentado contra a civilização.
Assim, autoridades coloniais, imperiais e provinciais, senhores, padres e policiais se dividiram entre tolerar e reprimir a prática de seus cultos religiosos.
A tolerância com os batuques religiosos, entretanto, devia-se à conveniência política: era mantida mais como um antídoto à ameaça que a sua proibição representava, do que por aceitação das diferenças culturais.
Outras manifestações culturais negras também foram alvo da repressão. Estão neste caso o samba, revira, capoeira, entrudo e lundú negros.
www.ibge.gov.br/brasil500/negros/hercultural.html -
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Identidade Negra
por Gilmara Ap. Guedes dos S. Dadie - sexta, 29 janeiro 2010, 21:28
A identidade negra é entendida, aqui, como uma construção social, histórica, cultural e plural. Implica a construção do olhar de um grupo étnico/racial ou de sujeitos que pertencem a um mesmo grupo étnico/racial, sobre si mesmos, a partir da relação com o outro.
Construir uma identidade negra positiva em uma sociedade que, historicamente, ensina aos negros, desde muito cedo, que para ser aceito é preciso negar-se a si mesmo é um desafio enfrentado pelos negros e pelas negras brasileiros(as). (...) Para entender a construção da identidade negra no Brasil é importante também considerá-la não somente na sua dimensão subjetiva e simbólica mas sobretudo no seu sentido político, como uma:
tomada de consciência de um segmento étnico-racial excluído da participação na sociedade, para a qual contribuiu economicamente, com trabalho gratuito como escravo, e também culturalmente, em todos os tempos na história do Brasil (MUNANGA,1994: 187).
Fonte: Livro Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal nº 10.639/03 - Ministério da Educação. Brasilia, 2005. pg. 42-43.
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Irmandades negras
por FRANCILENE DE SOUZA TAVARES - sábado, 6 fevereiro 2010, 11:02
As irmandades criadas em várias partes do Brasil, sobretudo a partir do século XVII, têm origem na Europa Medieval e tinham como objetivos principais a devoção católica e a caridade, fornecendo assistência técnica aos associados. Para fazer parte dessas associações, era preciso pagar um valor de entrada e as esmolas anuais, destinadas aos gastos com as festas, missas, sepulturas e cortejos fúnebres.
As irmandades eram divididas de acordo com a cor da pele e a condição social, existindo aquelas para brancos e, dentre estas, para os da elite. As associações mais ricas eram as do Santíssimo Sacramento e as das ordens terceiras do Carmo e de São Francisco. Como negros e pardos eram proibidos de participar das irmandades de brancos, criaram-se, então, associações específicas para esses grupos sociais. Dessa maneira, era-lhes incentivada a integração à doutrina católica, mas sem a ocupação do mesmo espaço físico dos brancos.
Em geral, as irmandades de negros tinham devoção por santos negros como Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, Santo Elesbão, Santa Efigênia e São Benedito. Essas associações, compostas por negros, escravos e libertos, eram importantes para amenizar as agruras da escravidão e promover relações de solidariedade. Elas ofereciam assistência em casos de doença ou de dificuldades financeiras, conseguiam sepulturas, realizavam enterros dignos e ainda podiam ajudar na compra de alforria.
As irmandades dos homens de cor, como eram conhecidas as destinadas aos negros, ainda organizavam-se com base na origem, dividindo -se entre as dos crioulos e as dos africanos. Já entre os africanos, existiam as separações por "nações" ou as que reservavam os cargos mais importantes as "nações" específicas. É o caso das irmandades de Nossa Senhora do Rosário que, em geral, escolhiam para os cargos de direção os africanos de "nação" angola.
Na cidade de São Paulo, existiam três irmandades dos homens de cor: a de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, a de Santo Elesbão e Santa Efigênia, e a de São Benedito. Uma vez por ano as irmandades realizavam uma festa em homenagem ao seu santo de devoção, compreendendo missas, sermões e procissões. Mas a festa não acabava na igreja, continuando pelas ruas da cidade com desfiles de reis e rainhas ao som de batuques.
O memorialista Antonio Egídio Martins deixou esta descrição da celebração na cidade de São Paulo, no século XIX:
"Por ocasião das solenidades que, antigamente, se efetuavam na igreja de Nossa Senhora do Rosário, em honra desta Santa, se realizavam também, em frente à mesma igreja, festejos populares, postando-se aí um numeroso bando de pretos africanos, que executavam, com capricho, a célebre música denominada Tambaque (espécie de Zé Pereira), cantando e dançando com as suas parceiras, que adornadas de rodilha de pano branco na cabeça, pulseira de prata, e de rosário de contas vermelhas e de ouro no pescoço, pegavam no vestido e faziam requebrados, sendo por isso vitoriados com uma salva de palmas pela numerosa assistência (...)".
Em 14 de novembro de 1758, foi provisionada pelo bispo D. Frei Antônio de Madre de Deus Galrão a Irmandade de Santo Elesbão e Santa Efigênia, com sede na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, na cidade de São Paulo. Somente em 1794 as imagens dos santos e a Irmandade foram transferidas para uma capela e, no início do ano seguinte, rezada a primeira missa. Mas o príncipe regente só autorizou a transferência da Irmandade em 1801, em provisão datada de 13 de fevereiro.
No início do século XIX, a região que abrangia a capela se desenvolveu e mais residências foram edificadas, compondo o que seria em 1809 a freguesia de Santa Efigênia. Em 1817, uma nova igreja, maior, começou a ser construída, obras promovidas pelo vigário colado Antonio Joaquim da Silva. Esta igreja, com estilo colonial, foi demolida em 1905 e reerguida, em estilo gótico, em 1912, em frente à ladeira do Seminário e ao Viaduto Santa Ifigênia.
A igreja Nossa Senhora do Rosário da Penha de França foi erguida em 16 de junho de 1802 com o intuito de reunir africanos e seus descendentes em torno da fé católica. Esta irmandade apoiava aqueles que não possuíam recursos financeiros, conseguindo um local digno para serem enterrados,num cemitério próximo a Igreja. Também realizava festa da cultura afro-brasileira, como a congada e o maracatu.
Em 1934, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário da Penha de França passou a abrigar a Associação de São Benedito, que igualmente auxiliava nos trabalhos de apoio à população carente. Por volta da década de 1970, as festividades da Igreja e São Benedito foram interrompidas, sendo retomadas apenas em 2002 para a comemoração dos 200 anos da Igreja. Essas festas, com músicas, grupos de congada, moçambique e maracatu e missas-afro, acontecem sempre no mês de junho, em homenagem ao aniversário da Igreja.
Referência bibliográfica:
MATTOS, Regiane Augusto, etal. Paulicéia afro: lugares,histórias e pessoas. São Paulo: Editora Parma, 2008.
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Influência Indígena na cultura brasileira
por CLARICE TEODORO DE OLIVEIRA SOARES - sexta, 29 janeiro 2010, 17:54
Indígena brasileiro, representando sua rica arte plumária e de pintura corporal
Os indígenas
A colonização do território brasileiro pelos europeus representou em grande parte a destruição física dos indígenas através de guerras e escravidão, tendo sobrevivido apenas uma pequena parte das nações indígenas originais. A cultura indígena foi também parcialmente eliminada pela ação da catequese e intensa miscigenação com outras etnias. Atualmente, apenas algumas poucas nações indígenas ainda existem e conseguem manter parte da sua cultura original.
Apesar disso, a cultura e os conhecimentos dos indígenas sobre a terra foram determinantes durante a colonização, influenciando a língua, a culinária, o folclore e o uso de objetos caseiros diversos como a rede de descanso. Um dos aspectos mais notáveis da influência indígena foi a chamada língua geral (Língua geral paulista, Nheengatu), uma língua derivada do Tupi-Guarani com termos da língua portuguesa que serviu de lingua franca no interior do Brasil até meados do século XVIII, principalmente nas regiões de influência paulista e na região amazônica. O português brasileiro guarda, de fato, inúmeros termos de origem indígena, especialmente derivados do Tupi-Guarani. De maneira geral, nomes de origem indígena são frequentes na designação de animais e plantas nativos (jaguar, capivara, ipê, jacarandá, etc), além de serem muito frequentes na toponímia por todo o território.
A influência indígena é também forte no folclore do interior brasileiro, povoado de seres fantásticos como o curupira, o saci-pererê, o boitatá e a iara, entre outros. Na culinária brasileira, a mandioca, a erva-mate, o açaí, a jabuticaba, inúmeros pescados e outros frutos da terra, além de pratos como os pirões, entraram na alimentação brasileira por influência indígena. Essa influência se faz mais forte em certas regiões do país, em que esses grupos conseguiram se manter mais distantes da ação colonizadora, principalmente em porções da Região Norte do Brasil.
Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/cultura_do_Brasil
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ITESP
por JANETE APARECIDA DA SILVA FREITAS - quinta, 28 janeiro 2010, 20:22
ITESP
Criado em 1991, o Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP), assumiu as atribuições do DAF e DRF e unificando as atividades de assentamento e regularização fundiária num mesmo órgão, entretanto com proteção da cidadania. No ITESP foram acrescidas as ações de mediação de conflitos fundiários, capacitação de trabalhadores rurais e atendimento às comunidades de quilombos.
Em 1999 a Lei 10.207, de 8 de janeiro, cria a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo "José Gomes da Silva" - ITESP, regulamentada pelo Decreto 44.294, de 4 de outubro. A criação da Fundação Itesp consolida a experiência institucional paulista na reforma agrária, iniciada no governo de Carvalho Pinto, que elevou São Paulo à condição de modelo nessa área. A Fundação Itesp é sucessora natural e legal de toda uma seqüência de órgãos estaduais ligados às questões agrárias e fundiárias.
A Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) é a entidade responsável por planejar e executar as políticas agrária e fundiária do Estado de São Paulo e pelo reconhecimento das Comunidades de Quilombos. É vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania.
Seu trabalho ocorre no âmbito estadual, realizando a reforma agrária e promovendo a democratização do acesso à terra, em benefício de posseiros, quilombolas, trabalhadores rurais sem-terra ou com pouca terra, além de implementar políticas de desenvolvimento sustentável para as comunidades com as quais atua, numa perspectiva de resgate da cidadania, com vistas ao desenvolvimento humano, social e econômico.
Principais atividades
Assentamentos Rurais
O ITESP presta assistência técnica a mais de 10,2 mil famílias em 172 assentamentos rurais, atuando tanto na implantação de projetos de assentamentos, com a abertura de estradas, perfuração de poços, como no desenvolvimento dessas comunidades, por meio do fornecimento de calcário, mudas, sementes, pequenos animais, reflorestamento, educação ambiental e construção de equipamentos para o apoio à organização das famílias. O Itesp está presente em 54 municípios que possuem assentamentos rurais. A maior parte dos assentamentos está na região do Pontal do Paranapanema: 106, somando mais de 5,7 mil famílias.
Regularização Fundiária
Regularização de áreas urbanas e rurais. As ações de regularização fundiária do ITESP encontra-se em 82 municípios. De 1995 para cá foram concedidos mais de 25 mil títulos de domínio, em parceria com prefeituras e com a Procuradoria Geral do Estado, por meio do Programa Minha Terra.
Formação e capacitação
O acesso a conhecimentos especializados é um importante instrumento para o desenvolvimento dos assentamentos rurais. A compreensão das características, fragilidades e potenciais das unidades de produção familiares, o gerenciamento adequado das unidades produtivas e de empreendimentos cooperativos, conhecimentos sobre as cadeias produtivas e os sistemas de produção e comercialização podem contribuir de forma decisiva para o desenvolvimento sustentável das comunidades rurais com quem o Itesp atua. A promoção da cidadania e o fortalecimento da agricultura familiar são panos de fundo destas ações, com vistas ao desenvolvimento e inclusão social das famílias assentadas e quilombolas.
Comunidades Quilombolas
Atuação junto a quilombos - O Itesp presta assistência técnica para mais de mil famílias quilombolas em 14 municípios. São 24 comunidades remanescentes de quilombos reconhecidas pelo Itesp, seis delas já tituladas.
Mediação de conflitos
A Fundação ITESP busca a pacificação do campo por meio da mediação de conflitos, realizando a identificação e acompanhando os conflitos fundiários no Estado de São Paulo.
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Livro (gratuito) sobre Educação quilombola no Brasil
por Gilmara Ap. Guedes dos S. Dadie - domingo, 31 janeiro 2010, 00:20
Título: Dimensões da inclusão no Ensino Médio: mercado de trabalho, religiosidade e educação quilombola
Autor: MEC /SECAD
Editora: Educacao para Todos.
Edição:
Páginas: 100.
Resenha:A Coleção Educação para Todos, lançada pelo Ministério da Educação e pela UNESCO em 2004, apresenta-se como um espaço para divulgação de textos, documentos, relatórios de pesquisas e eventos, e estudos de pesquisadores, acadêmicos e e d u c a d o re s , n a c i o n a i s e internacionais, no sentido de aprofundar o debate em torno da busca da educação para todos. Representando espaço de interlocução, de informação e de formação para gestores, educadores e pessoas interessadas no campo da educação continuada, reafirma o ideal de incluir socialmente o grande número de jovens e adultos excluídos dos processos de aprendizagem formal no Brasil e no mundo. Para a Secretaria de E d u c a ç ã o C o n t i n u a d a , Alfabetização e Diversidade (SECAD), a educação não pode separar-se, nos debates, de questões c o m o d e s e n v o l v i m e n t o ecologicamente sustentável; gênero e orientação sexual; direitos humanos; justiça e democracia; qualificação profissional e mundo do trabalho; etnia, tolerância e paz mundial A compreensão e o respeito pelo diferente e pela diversidade são dimensões fundamentais do processo educativo.
Veja alguns temas deste livro:
Parte I – Expectativas sobre a Inserção de Jovens Negros e Negras do Ensino Médio no Mercado de Trabalho
Parte II – Afro-brasileiros e Religiosidade no Ensino Médio
Parte III – Educação Formal e Informal nas Comunidades Negras Rurais
• Aprendizado nas comunidades quilombolas: currículo invisível.
• Os remanescentes de quilombolas na região do Tocantins (PA): história, cultura, educação e lutas por melhores condições de vida
• Obstáculos e perspectivas dos kalungas no campo educacional
• Trocar saberes e repensar a escola nas comunidades negras do Ausente, Baú e Quartel do Indaiá
• Educação formal e informal: o diálogo pedagógico necessário em comunidades remanescentes de quilombos
(Este livro faz parte uma grande coleção do MEC composta por mais 30 livros que abordam os temas deste curso como: Educação Indígena e os problemas do índio no Brasil, Ed. Jovens e adultos, Negro e educação Quilombola, Educação e diversidade, violência na escola, etc. Para baixá-lo, por favor, acesse meu blog nesta plataforma).
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Livros infantis com personagens negros
por Gilmara Ap. Guedes dos S. Dadie - sexta, 5 fevereiro 2010, 21:22
Livros infantis com personagens negros e contos africanos...
É fundamental que os livros infantis com personagens negros e outras etnias possam fazer parte do dia a dia das crianças desde a mais tenra idade, pois a ausência destes nas histórias faz com que as crianças acreditem que há uma hierarquia racial, ou seja, o negro não deve, não merece ou não pode estar ali. A apresentaçaõ de histórias com personagens negros incentiva em todas as crianças a valorização da diversidade, além de ser fundamental para que a criança negra construa uma auto-imagem positiva.
Os livros aqui sugeridos não abordam necessariamente o tema da etnicidade, e nem devem fazê-lo necessariamente. O mais importante é que apresentem qualidade de texto e ilustração, pois o personagem negro não deve estar presente somente em livros onde há tema referente a sua etnia/ raça. É fundamental que estas e outras obras se tornem rotina no dia a dia das escolas de educação básica!
Livros infantis com personagens negros e contos africanos
Menina bonita do laço de fita
Ana Maria Machado, (Cortez editora)
Este livro narra a história de um coelhinho apaixonado que deseja descobrir como uma linda garotinha ficou pretinha. Ótima opção para ajudar as crianças a refletirem sobre diferenças étnicas e sobre família.
O menino Nito - Sonia Rosa – Pallas
Homem não chora?!? Este é um problema que se coloca diante do menino Nito. "Prato cheio" para pensarmos a respeito dos gêneros e dos diferentes estereótipos que vivenciamos e ajudamos a fortalecer em nosso dia a dia.
Sundjata o leão do Mali – Will Eisner (Cia das letrinhas)
Lenda da região do Mali muito conhecida no continente africano. História com direito a super-herói, vilãos, guerras e muita aventura. Narrada em forma de gibi e com uma ilustração riquíssima, esta lenda vai agitar a galerinha do Ens. Fund.
Há uma versão antiga da Saraiva (narrada em prosa), ideal para o Ensino Fundamental II e E. M.; nesta versão as imagens devem ser alvo de observação e discussão, pois trazem uma representação caricatural das personagens.
Chuva de manga - James Rumford (Brinque Book)
Esta história acontece em um país africano chamado Chade. Lá há épocas de seca e outras de chuva e fertilidade. Tomás nos mostra seu dia a dia, seus brinquedos artesanais, a importância da chuva para seu povo e principalmente, sua cultura e a valorização do fruto que vem da terra. Conhece alguma realidade semelhante ?
Pura poesia... Ideal para Educação Infantil e Ensino Fundamental.
O menino marrom –Ziraldo , (ed. Melhoramentos)
Esta história como o próprio nome diz, fala de um menino marrom e de um menino cor de rosa, que são grandes amigos e juntos vão descobrindo e aprendendo sobre a vida. Aborda em alguns pontos a questão do preconceito e incentiva a valorização da diversidade humana.
Ideal para ser contado na Educação Infantil (em capítulos ou trechos) e no Ensino Fundamental, certamente irá fomentar instigantes discussões e levantamentos de hipóteses durantes as rodas de conversa.
As tranças de Bintou - Sylvanie Diouf – (Cosac Naify)
Tanto, tanto - Trish Cooke (Ática)
Que mundo maravilhoso - Joe Cepeda Julius Lester - (BRINQUE BOOK)
A menina que bordava bilhetes – Lenice Gomes, (Editora Cortez)
Quando eu digo, digo - Lenice Gomes – Paulinas
Ana e Ana – Célia Cristina & FE ed. DCL
Meus Contos Africanos- Nelson Mandela (Org.), Martins Fontes
Por que o Sol e a Lua Vivem no Céu: um Conto Popular Africano –
Andre Koogan Breiman, Ed. Nacional
A mbira da beira do rio Zambeze: canções do povo xona inspiram crianças brasileiras.
Heloisa Pires, Ed. Salamandra
O Zambeze é um rio do Zimbábue, um país africano cujo nome significa “morada das pedras”. Lá vive Chaka, um menino do povo Xona que gosta de tocar mbira, um instrumento que soa como as águas do rio e que agrada os vadzimu, espíritos protetores de seu povo. Com este livro, os leitores vão conhecer a história da mbira e ouvir seu delicado som, no CD que acompanha o livro.
Histórias da preta, Heloisa Pires, Cia das Letrinhas
Outros Contos Africanos Para Crianças Brasileiras,
Rogerio Andrade Barbosa - Ed. Paulinas
Os tesouros de Monifa - Sonia Rosa (Brinque Book)
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Maracatú
por RAQUEL RODRIGUES DO PRADO - quinta, 28 janeiro 2010, 20:15
Maracatu é uma manifestação cultural da música folclórica pernambucana afro-brasileira. É formada por uma percussão que acompanha um cortejo real. Como a maioria das manifestações populares do Brasil, é uma mistura das culturas indígena, africana e européia. Surgiu em meados do século XVIII. Foi criado para formar uma critíca as cortes portuguesas.
Os Maracatus mais antigos do Carnaval do Recife, também conhecidos como Maracatu de Baque Virado ou Maracatu Nação, nasceram da tradição do Rei do Congo, implantada no Brasil pelos portugueses. O mais remoto registro sobre Maracatu data de 1711, de Olinda, e fala de uma instituição que compreendia um setor administrativo e outra, festivo, com teatro, música e dança. A parte falada foi sendo eliminada lentamente, resultando em música e dança próprias para homenagear a coroação do rei: o Maracatu.
Parece que a palavra "maracatu" primeiro designou um instrumento de percussão e, só depois, a dança que se dançava ao som deste instrumento. Os cronistas portugueses chamavam aos "infiéis" de nação, nome que acabou sendo assumido pelo colonizado. Os próprios negros passaram a autodenominar de nações a seus agrupamentos tribais. As nações sobreviventes descendem de organizações de negros deste tipo, e nos seus estandartes escrevem CCMM (Clube Carnavalesco Misto Maracatu).
Mário de Andrade, no capítulo Maracatu de seu livro Danças Dramáticas Brasileiras II, elenca diversas possibilidades de origem da palavra maracatu, entre elas uma provável origem americana: maracá=instrumento ameríndio de percussão; catu=bom, bonito em tupi; marã=guerra, confusão; marãcàtú, e depois maràcàtú valendo como guerra bonita, isto é, reunindo o sentido festivo e o sentido guerreiro no mesmo termo. Mario de Andrade no mesmo texto deixa claro que enumerava os vários significados da palavra "sem a mínima pretensão a ter resolvido o problema. Simples divagação etimológica pros sabedores...divagarem mais." No entanto, sua origem e história não é certa, pois alguns autores ressaltam que o maracatu nasceu nos terreiros de candomblé, quando os escravos reconstituíam a coroação do reis do Congo. Com o advento da abolição, este ritual ganhou as ruas, tornando-se um folguedo carnavalesco.
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Movimento Negro
por SHIRLEY DE SOUZA - sexta, 29 janeiro 2010, 12:37
Movimento Negro (ou MN) é o nome genérico dado ao conjunto dos diversos movimentos sociais afro-brasileiros, particularmente aqueles surgidos a partir da redemocratização pós-Segunda Guerra Mundial, no Rio de Janeiro e São Paulo.
Movimentos sociais expressivos envolvendo grupos negros perpassam toda a História do Brasil. Contudo, até a Abolição da Escravatura em 1888, estes movimentos eram quase sempre clandestinos e de caráter radical, posto que seu principal objetivo era a libertação dos negros cativos. Visto que os escravos eram tratados como propriedade privada, fugas e insurreições, além de causarem prejuízos econômicos, ameaçavam a ordem vigente e tornavam-se objeto de violenta repressão não somente por parte dos classe senhorial, mas do próprio Estado e seus agentes.
A principal forma de exteriorização dos movimentos negros rebeldes contra a escravização, nos cerca de quatro séculos em que a mesma perdurou no país (1549?- 1888), foi a quilombagem.
Com o fim do Império, os grupos negros se incorporaram a diversos movimentos populares, particularmente de base messiânica, como o de Canudos e o do beato Lourenço. Tiveram ainda participação destacada na "Revolta da Chibata" em 1910, capitaneada pelo marinheiro João Cândido. Através da revolta da Armada, Cândido conseguiu fazer com que a Marinha de Guerra do Brasil deixasse de aplicar a pena de açoite aos marujos (negros, em sua maioria). Apesar da vitória e de uma promessa de anistia, a liderança do movimento havia sido praticamente exterminada um ano depois, e o próprio João Cândido, embora tenha sobrevivido ao expurgo, acabou seus dias esquecido e na miséria.
A "Revolta da Chibata" foi praticamente o último ato de rebelião negra organizada – e armada – ocorrido no Brasil. Daí para frente, os grupos negros passaram a buscar formas alternativas de resistência, "especialmente em grupos de lazer, culturais ou esportivos". Esta forma de resistência pacífica já existia durante o período de escravidão, embora não fosse, conforme descrito acima, o único instrumento de contestação existente.
O Movimento Negro no século XX
Tendo como principais centros de mobilização as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, os movimentos sociais afro-brasileiros começam a trilhar novos caminhos a partir de meados dos anos 1910, numa tentativa de lutar pela cidadania recém-adquirida e evoluir para organizações de âmbito nacional. A primeira grande manifestação neste sentido é o surgimento da imprensa negra paulista, cujo primeiro jornal, O Menelick, começa a circular em 1915. Seguem-lhe A Rua (1916), O Alfinete (1918), A Liberdade (1919), A Sentinela (1920), O Getulino e o Clarim d' Alvorada (1924). Esta onda perdura até 1963, quando foi fechado o Correio d'Ébano. Estes jornais possuíam como característica principal, o fato de não se envolverem na cobertura dos grandes acontecimentos nacionais (os quais, cautelosamente, evitavam). Conforme assinala Moura,[9] tratava-se de "uma imprensa altamente setorizada nas suas informações e dirigida a um público específico".
É também graças a esse caldo de cultura ideológico propiciado pela imprensa negra paulistana, que se desenvolve nos anos 1930 um dos mais interessantes movimentos afro-brasileiros de caráter nacional, a Frente Negra Brasileira (FNB). Fundada em 16 de Setembro de 1931, graças a uma forte organização centralizada na figura de um "Grande Conselho" de 20 membros, presidida por um "Chefe" (o que lhe valeu a acusação de movimento fascista), e contando com milhares de associados e simpatizantes, a FNB teve uma atuação destacada na luta contra a discriminação racial, tendo sido, por exemplo, responsável pela inclusão de negros na Força Pública de São Paulo. Depois dos êxitos obtidos, a FNB resolveu constituir-se como partido político, e nesse sentido, deu entrada na Justiça Eleitoral em 1936.
Todavia, a vida da FNB enquanto partido foi curta. Em 1937, com a decretação do Estado Novo por Getúlio Vargas, todos os partidos políticos – inclusive a Frente Negra – foram declarados ilegais e dissolvidos. A partir daí e praticamente até a Redemocratização, em 1945, os movimentos sociais negros tiveram de recuar para suas formas tradicionais de resistência cultural. A única possível exceção neste período (mas que se insere no contexto de resistência cultural), deve-se à ação de Abdias do Nascimento, que em 1944 no Rio de Janeiro, fundou o Teatro Experimental do Negro (TEN). Nascimento foi o responsável por expressiva produção teatral onde buscava dinamizar "a consciência da negritude brasileira" ([10] e combater a discriminação racial
Ressurgimento: 1975-1985
A partir dos anos 1960, a ditadura militar brasileira inviabilizou todas as manifestações de cunho racial. Os militares transformaram o mito da "democracia racial" em peça-chave da sua propaganda oficial, e tacharam os militantes (e mesmo artistas) que insistiam em levantar o tema da discriminação como "impatrióticos", "racistas" e "imitadores baratos" dos ativistas estadunidenses que lutavam pelos direitos civis.
O movimento negro, enquanto proposta política, só ressurgiria realmente em 7 de Julho de 1978, quando um ato público organizado em São Paulo contra a discriminação sofrida por quatro jovens negros no Clube de Regatas Tietê, deu origem ao Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial (MNU). A data, posteriormente, ficaria conhecida como o Dia Nacional de Luta Contra o Racismo.
A constituição do MNU como foro privilegiado de debates sobre a discriminação racial refletiu-se na atitude do Estado em relação ao tema, culminando com a criação em 1984 do primeiro órgão público voltado para o apoio dos movimentos sociais afro-brasileiros: o Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra, no governo Franco Montoro. Foi ainda de Montoro a iniciativa de indicar um representante dos negros para a chamada Comissão Arinos, que criminalizou a discriminação racial na Constituição brasileira de 1988.
Militância: 1988-2000
Os anos pós-Constituição de 1988 registraram avanços nas lutas institucionais dos movimentos afro-brasileiros contra o racismo e mesmo numa maior aceitação por parte da sociedade, da discussão desta temática
Embora esta nova atitude tenha significado uma maior participação da militância negra na política brasileira, nem sempre os partidos de esquerda, como se poderia imaginar, foram os responsáveis pelos avanços mais notáveis na luta antidiscriminação. Na verdade, impregnada de uma ideologia eurocêntrica reducionista, que tinha como parâmetro um determinismo economicista, a esquerda brasileira historicamente minimizou a questão das relações sociais, inserindo-as no âmbito do conflito Capital × Trabalho. O Partido dos Trabalhadores, por exemplo, apenas em 1995 criou um espaço para a discussão da luta racial, a Secretaria Nacional de Combate ao Racismo do PT.
A questão racial também entrou para a pauta de discussão das centrais sindicais a partir da década de 1990. O V Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), reconheceu a importância da temática racial para a organização dos trabalhadores. A Central Geral dos Trabalhadores (CGT), foi responsável pela organização de um Seminário Nacional de Sindicalistas Anti-Racistas em 1990, no Rio de Janeiro, o qual resultou numa Comissão Nacional Contra a Discriminação Racial, e a Força Sindical (FS) reestruturou a sua Secretaria Nacional de Desenvolvimento da Igualdade Racial. As centrais citadas uniram-se ainda para a constituição do Instituto Sindical Interamericano Pela Igualdade Social (INSPIR), que incluiu ainda as organizações internacionais AFL-CIO e ORIT.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Negro
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Negreiros ou tumbeiros
por CRISTIANE RAMOS CORDEIRO - terça, 2 fevereiro 2010, 22:14
Navio negreiro
Navio negreiro por Rugendas
Navio negreiro (português europeu) ou navio tumbeiro (português brasileiro) é o nome dado aos navios de carga para o transporte de escravos, especialmente os escravos africanos, até o século XIX.
O navio possuia pouca de higiene, os escravos habitavam o porão destes, presos a correntes. Era tão grande que levava em média, quatrocentos africanos amontoados, mal alimentados e em péssimas condições de higiene. O cheiro era quase insuportável, o espaço era mínimo embora o navio fosse muito grande, pois eram muitos escravos num mesmo navio. Os "donos" dos escravos pouco se importavam com isso.
O tráfico de escravos nos navios negreiros só foi proibido no século XIX, e mesmo depois de proibido ainda haviam navios vindo da África.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Noticia-publicada em 2006-Folha de SP
por PAULA FERREIRA DA COSTA MOURA - quinta, 28 janeiro 2010, 21:34 06/07/2006 - 18h20
Filhos de quilombos são retratados em mostra fotográfica em São Paulo Da Redação
André Cypriano
Imagem da exposição Quilombolas, em cartaz
em São Paulo
• VEJA FOTO
O fotógrafo André Cypriano registrou o dia-a-dia e as relações sociais de 10 comunidades remanescentes de quilombos em diversos estados do país, e essas imagens estão expostas na Edifício Sé da Caixa Cultural, em São Paulo.
Cypriano, ao lado de Rafael Sanzio Araújo dos Anjos, fez uma pesquisa sobre a geografia e as formações sociais nos quilombos, e transformou este trabalho no livro "Quilombolas - Tradições e cultura da resistência", que tem textos e fotografias.
Das imagens do livro, 37 estão expostas na Caixa Cultural, além de ilustrações e mapas das comunidades de Cafundó (São Paulo), Itamatatiua (Maranhão), Oriximiná (Pará), Kalunga (Goiás), Mocambo (Sergipe), Rio de Contas - Barra do Brumado (Bahia), Conceição dos Caetanos (Ceará), Tapuio (Piauí), Curiaú (Amapá) e Mumbuca (Tocantins).
Quilombolas - Tradições e Cultura da Resistência
QUANDO: de 7/7 a 13/8 (terça a domingo, das 9h às 21h)
ONDE: Caixa Cultural - Edifício Sé (Praça da Sé, 111)
INFORMAÇÕES: (11) 3107-0498
fonte:http://entretenimento.uol.com.br/arte/ultnot/2006/07/06/ult988u670.jhtm
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O significado de alguns nomes africanos
por LUCIANA MARIA DA SILVA ARAÚJO - sexta, 29 janeiro 2010, 14:19
Nome Sginificados Sexo Origem
Caxambu Espécie de tambor Menino
Africano
Dakarai Felicidade Menina
Africano
Iemanjá Mãe das águas Menina
Africano
Iori Vitalidade da luz Menino
Africano
Janaína Sinônimo de iemanjá, rainha do mar Menina
Africano
Kuat Variante de Kuarashí Menino
Africano
Malika Doce princesa Menina
Africano
Taú Bravo como um leão Menino
Africano
Urbi Princesa Menina
Africano
Xinavane O que espalha a notícia Menina
Africano
Xoloni Perdão Menino
Africano
Zaci Pai de todos Menino
Africano
Zaila A feminina Menina
Africano
Zaire Vindo da Região do Zaire Menino
Africano
Zaki Proeza do leão Menino
Africano
Zalika Bem nascido Menina
Africano
Zarina Mulher de ouro Menina
Africano
Zene Moça bonita Menina
Africano
fonte: Focaliza Isso! - Africano nomes - Dicionário de significado de nomes.mht
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Os desafios da Educação Quilombola
por PAULA FERREIRA DA COSTA MOURA - quarta, 27 janeiro 2010, 20:27
EDUCAÇÃO NOS QUILOMBOS - Desafios Multiculturais na Formação Docente
Por Nelson Pascarelli Filho e Alessandra Umbelino
“A necessidade imperiosa da formação de professores no tema Pluralidade Cultural. Provocar essa demanda específica na formação docente é exercício de cidadania. É investimento importante e precisa ser um compromisso político pedagógico de qualquer planejamento educacional / escolar para formação e/ou desenvolvimento profissional dos professores.” (PCN.Temas Transversais)
Infelizmente, as comunidades remanescentes de quilombos ainda são pouco conhecidas por grande parte dos brasileiros.
A Fundação Cultural Palmares, órgão vinculado ao Ministério da Cultura, constatou a existência de centenas de comunidades quilombolas distribuídas pelos estados brasileiros. Estima-se que no Brasil haja 1.700 comunidades quilombolas que estão distribuídas em quase todo país, com exceção de Roraima, Acre e Distrito Federal.
As terras quilombolas estão localizadas em áreas de difícil acesso, onde vive uma população com histórico de resistência à dominação, representante de uma memória viva da história afro-brasileira.
O conceito de Quilombo ainda está restrito às denominações de núcleo de escravo fugido; esconderijo de escravo no mato; habitação clandestina; comunidade negra rural; grupos sociais descendentes de escravos africanos. E, é está visão estereotipada sobre a representação do segmento negro que ignora o conhecimento científico, técnico, lingüístico, estético e a visão de mundo dos africanos e afro-brasileiros. Portanto, estas denotações são limitadas para designar a complexidade desse fenômeno.
Urge pensarmos nestas comunidades como grupos que resistiram ou manifestamente se rebelaram contra o regime escravista e formaram territórios independentes onde a liberdade e o trabalho comum passaram a constituir símbolos de liberdade, autonomia, resistência e diferenciação do regime de trabalho escravista.
Neste contexto, existem cerca de 50 mil estudantes matriculados em 364 escolas localizadas em áreas remanescentes de quilombos que estão concentradas na Região Nordeste.
O maior número de alunos descendentes de quilombolas está no estado do Maranhão: 10 mil alunos em 99 estabelecimentos localizados em terras habitadas por descendentes de africanos.
Quando o conceito de Quilombo é ensinado somente nesse restrito âmbito de “insolência negra tardia”, semeam e perpetuam-se nos alunos ideologias racistas e eugênicas; miniditaduras e equívocos históricos que ainda perduram há séculos no sistema educacional brasileiro porque são efetivados por péssimos livros didáticos e falácias de autoridades docentes.
Cabe aos educadores a árdua tarefa ética de mudar esse equivocado paradigma secular tendo agora uma visão mais ampla sobre esses grupos que ultrapasse a simples questão fundiária e considere os aspectos étnicos, históricos, antropológicos e culturais.
A bagagem cultural africana é matriz importante na formação do povo brasileiro.
Os povos africanos não foram responsáveis somente pelo povoamento do território brasileiro e pela mão de obra escrava. Podemos destacar algumas contribuições pedagógicas dos povos africanos: oralidade, alunos e alunas contadores de histórias; a circularidade, que é um valor civilizatório afro-brasileiro, pois aponta para o movimento, a renovação, o processo e a coletividade; a musicalidade, que é um dos aspectos afro-brasileiros mais emblemáticos e que está na gênese da música popular brasileira; cooperatividade - a cultura afro-brasileira é cultura do plural e do coletivo. Se a cultura afro-brasileira é a cultura do plural, do coletivo e da cooperação, grande equívoco é ensinar a História do Brasil por líderes, como se eles tivessem agido sem a coletividade.
O mesmo vale para a História Geral e para a História do Esporte - não existem vencedores e perdedores sem uma equipe que os fez.
É importante lembrar que a aculturação rouba a alma de um povo.
Caio Prado, em sua obra a Formação do Brasil Contemporâneo, ressaltou que o “trabalho escravo nunca irá além de seu ponto de partida: o esforço físico constrangido; não educará o individuo, não o preparará para um plano de vida humana mais elevado. Não lhes acrescentará elementos morais; e pelo contrário, degradá-lo-á, eliminando mesmo nele conteúdo cultural que por ventura tivesse trazido do seu estado primitivo. As relações servis são e permanecerão relações puramente materiais de trabalho e produção, e nada ou quase nada mais acrescentarão ao complexo cultural da colônia”.
O Censo 2000 mostrou que a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais varia de acordo com cor ou raça. Enquanto na população de cor branca era de 8,3%, na que se declarou de cor preta, atingiu 21,5%. A população indígena tinha a maior taxa de analfabetismo (26,1%) e a de cor amarela (asiáticos e descendentes), a menor (4,9%). Entre a população parda, a taxa era de 18,2% e para o total do País, 12,9%.
Exercer a pedagogia da eqüidade implica no desafio de formar professores com a capacidade de abordar eticamente o multiculturalismo.
É fundamental rever os currículos dos cursos de licenciaturas e pedagogia, pois os educadores brasileiros ainda são formados a partir de uma visão homogeneizadora e linear da história, conduzindo-os a uma neutralidade que ignora valores básicos da composição pluriétnica da sociedade brasileira.
É impossível ser um educador ético quando se ignora a globalização, o multiculturalismo, as questões étnicas, as novas formas de comunicação, as manifestações culturais e religiosas, as diversas manifestações de violência simbólica e a exclusão social que configuram diferenciados cenários sociais, políticos e culturais.
A prática pedagógica é dinâmica, e o tempo que rege esse dinamismo é o gerúndio: tudo está acontecendo, o aluno está aprendendo, amadurecendo, “adolescendo”.
A pluralidade cultural também é repleta de dinamismo e assume a tarefa de avançar em direção à construção de uma proposta pedagógica multicultural que nunca está acabada, pois o Brasil, que é um país continental, multiétnico onde se vive um intenso sincretismo religioso, nunca estará pronto, com uma única face que o caracterizaria; ele estará sempre “acontecendo”, se formando.
Os desafios em propor novas metodologias para o ensino de estudos étnicos implicam em reformular currículos e ambientes escolares; articular cultura e identidade; criar oportunidades de sucesso escolar para todos os alunos, independentemente de seu grupo social, étnico, religioso e político.
Em algumas comunidades remanescentes de Quilombos foram realizadas mudanças bem sucedidas na prática pedagógica, com o objetivo de compreender a importância das questões relacionadas à diversidade étnico-racial e lidar positivamente com elas, destacando-se: preservar os recursos naturais existentes na comunidade; valorizar os costumes da cultura afro-brasileira e a preocupação com a importância do resgate histórico da cultura local; re-significar a dinâmica do poder e as relações sociais de dominação.
Desta forma, aboliu-se da prática pedagógica quilombola a desarticulação entre o saber local e a cultura escolar; o espontaneísmo pseudodidático manifesto pela falta de planejamento entre os professores; a manutenção ideológica de que o negro somente contribuiu para a formação da sociedade brasileira como escravo. Buscando-se elementos simbólicos e culturais que influem no processo identitário da comunidade, obtém-se um currículo que atende à especificidade étnica e cultural dos quilombolas.
Trabalhar insistentemente a auto-estima e a conscientização da cidadania da criança negra com a criança não negra, a possibilidade de conhecer uma cultura diferente da apresentada que de maneira alguma está num patamar abaixo ou acima, é conscientizar de que estamos num universo de culturas diferentes que devem ser respeitadas nas suas individualidades.
Ao estabelecer um canal de comunicação curricular com o mundo, os quilombolas apoderam-se de outros saberes e passam a exercer a plena cidadania brasileira.
fonte:http://www.institutobrasilverdade.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=2409&Itemid=44
NELSON PASCARELLI FILHO. Escritor da FTD. Diretor da Pascarelli Sciens. Conferencistas, Consultor Científico-Educacional. Biólogo, Filósofo, Bacharel em Psicologia, Psicanalista. Palestrante do ROTARY CLUB, SIEEESP, ABITEP, ECOPLAN, SINPEEM, APROFEM, SINPROS; OAB, SABESP, Polícia Ambiental, Universidade São Judas Tadeu e diversas Secretarias Municipais e Estaduais de Educação em todo o Brasil. Prof. Titular de Ciências Naturais da SME/ SP. Biografia foi incluída na Wikipédia em educadores brasileiros. 16 livros didáticos publicados e adotados em nível nacional.
ALESSANDRA UMBELINO Pedagoga e pesquisadora na área de educação comparada. Consultora Educacional da Pascarelli Sciens. Palestrante do SIEEESP. Exerce a docência no Ensino Fundamental pela Secretaria de Educação de São Caetano do Sul / SP.
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Palmares
por ANA CAROLINA PERES - quinta, 28 janeiro 2010, 18:36
Palmares já existia antes do século XVIII
A região era habitada primitivamente pelos índios Trombetas.
Com a formação do quilombo dos Palmares no interior pernambucano e alagoano, dirigido pelo valente Zumbi, tomou impulso, fama e ganhou o nome que hoje tem, batizado que foi pelos negros, que chamavam seus habitantes de palmarinos. Não sabemos como era denominada a região dos palmares antes dos negros, num território de 260 quilômetros de extensão por 132 de largura, em faixa paralela à costa, onde se distribuíam cerca de 50 mil habitantes, cuja faixa territorial situava-se entre o Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, e a parte norte do curso inferior do Rio São Francisco, no estado de Alagoas.
De 1848 a 1873 Palmares é denominado POVOADO DOS MONTES porque as terras pertenciam à família Montes que construiu uma capela, hoje a Catedral de Nossa Senhora da Conceição dos Montes, TROMBETAS devido à lenda de que um soldado teria perdido uma trombeta durante uma passagem pelo local, POVOADO DO UNA em homenagem ao rio que banha a região e, finalmente, PALMARES, triunfando assim a denominação dos negros, por força da abundância de palmeiras que vicejavam na região, principalmente babaçu, carnaúba, pindoba, ouricuri e dendê.
Em 13 de maio de 1862 é criada a Comarca dos Palmares, por força da Lei Provincial nº 520.
Em 1868 Palmares é elevado à categoria de Distrito, por força da Lei Provincial nº 844, de 28 de setembro.
Em 1873, por força da Lei Provincial n° 1083, de 24 de maio, é criado o município autônomo, que tomou o nome de município dos Palmares.
9 de junho de 1879 – Palmares emancipa-se do município de Água Preta, por força da Lei Provincial n° 1458, adquirindo foros de cidade.
Palmares tem muita história para contar. Além de grandes poetas, o município possui o primeiro teatro a funcionar no interior de Pernambuco e o terceiro mais antigo do Estado, além de abrigar a primeira loja maçônica de Pernambuco.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Palmares
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Parque Memorial Quilombo dos Palmares
por DENISE DUARTE LEME - quarta, 27 janeiro 2010, 11:59
O PARQUE
História:
No século XVII, o Quilombo dos Palmares, que chegou a abrigar mais de vinte mil pessoas, ocupou quase duzentos quilômetros de extensão, na zona da mata da então Capitania de Pernambuco. Resistiu por mais de cem anos às investidas bélicas dos colonizadores portugueses e holandeses, e é considerado o maior e mais importante quilombo de todas as Américas. A historiografia de Palmares, pelas suas peculiaridades, tem sido tema de teses, análises e discussões e dividida basicamente em três fases, ao longo dos últimos 300 anos. A sua bibliografia, relativamente pequena, é marcada por obras quase que definitivas, em função da escassez e tipicidade das fontes primárias disponíveis.
Após décadas de militância e articulações, o Movimento Negro Brasileiro finalmente conseguiu que a Serra da Barriga, último reduto palmarino, fosse tombada como Patrimônio Histórico, Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, em 1986, imortalizando este local como símbolo de luta pela liberdade e referência de uma História de resistência, de organização social e política. Posteriormente, em 21 de março de 1997, Zumbi dos Palmares foi reconhecido pelo Governo Federal como Herói Nacional.
Conceito:
O PARQUE MEMORIAL QUILOMBO DOS PALMARES, inspirado nas referências históricas conhecidas, homenageia a epopéia palmarina, a partir de uma releitura que incorpora os consenso das interpretações e as expressões culturais afro-brasileira e indígena.
A riqueza do patrimônio imaterial afro-brasileiro tem sido preservada através da oralidade e das práticas religiosas, culturais e artesanais, encontradas nas Casas Religiosas de Matriz Africana e nas Comunidades Remanescentes de Quilombo. Estas são as fontes de criação do conteúdo cultural do Parque Memorial Quilombo dos Palmares.
O cuidado em não apresentar o falso histórico permeia todos os elementos do Parque – principalmente as construções que, inspiradas na arquitetura de matriz africana e indígena, oferecem uma infra-estrutura ambientalmente correta, segura e confortável para os visitantes.
O desenvolvimento do turismo sustentável baseia-se nas vertentes da valorização e preservação culturais e ambientais, aliadas à inserção da comunidade local, oferecendo qualidade no atendimento e geração de trabalho e renda. Assim, o Parque Memorial Quilombo dos Palmares deverá ser o equipamento âncora deste processo.
A sua implantação será também um futuro catalisador de reflexões e debates, re-inserindo a Serra da Barriga, em nível nacional, nas discussões ligadas à construção e o avivamento da identidade negra, através da sua cultura e sua História.
Localização:
Serra da Barriga – União dos Palmares – Alagoas
Fonte: www.quilombodospalmares.org.br/index.php
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Quilombo
por GILDA GUEDES DOS SANTOS - segunda, 1 fevereiro 2010, 02:15
As denominações quilombos, mocambos, terra de preto, comunidades remanescentes de quilombos, comunidades negras rurais, remanescentes de comunidades de quilombos são expressões que designam grupos sociais descendentes de escravos africanos trazidos para o Brasil durante o período colonial, que resistiram ou manifestamente se rebelaram contra o regime escravista, formando territórios independentes, onde a liberdade e o trabalho comum passaram a constituir símbolos de liberdade, autonomia, resistência e diferenciação do regime de trabalho escravista.
Para a Fundação Palmares, o mito de quilombos históricos, como o de Palmares, mesmo funcionando como referência para a luta dos negros pelo seu reconhecimento, acabam sendo os únicos lembrados. Na verdade, segundo afirmam, cada quilombo teve uma história diferente. Existiam os grandes núcleos de resistência, mas também existiam outros que se mantinham inseridos no contexto social e econômico da região. Muitos desses grupos não eram perseguidos e sobrevivem ainda hoje. A Fundação Palmares explica que mesmo hoje em dia, esses grupos são reconhecidos como descendentes de negros dos quilombos, o que tornará mais fácil tentar colocar em prática o direito garantido pela Constituição de 1988. A população que vive em torno dos núcleos de descendentes de escravos sempre se refere a esses locais, como quilombos, mocambos ou terras dos negros.
As comunidades remanescentes de quilombos caracterizam-se, em sua maioria, por serem de predominância negra, rurais, com atividades sócio-econômicas que integram a agricultura de subsistência, atividades extrativas (minerais e/ou vegetais), pesca, caça, pecuária tradicional (pequena quantidade de animais de pequeno, médio e grande portes), artesanato e agroindústria tradicional e/ou caseira voltada principalmente para a produção de farinha de mandioca, azeites vegetais e outros produtos de uso local que normalmente são comercializados também. A realidade desses grupos sociais foi levantada a partir de método diagnóstico participativo aplicado em eventos de planejamento denominados oficinas, realizadas em várias comunidades localizadas nas diversas regiões do País.
http:// zinhortindade.blogspot.com
btpp://www.bahia.com.br
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Quilombo Virtual – História de Lideranças Negras
por PAULA FERREIRA DA COSTA MOURA - quarta, 27 janeiro 2010, 20:15 MOTIVAÇÃO
Para quem conhecia o castigo da chibata e outras formas de tortura , a ideia de um quilombo poderia representar uma espécie de retorno ao paraiso, um pouco mais do que a própria liberdade.
Se os Brancos definiam o Quilombo como refúgio dos escravos que conseguiam escapar do Senhores , Para os Negros era um lugar escondido da mata , quase sempre em montes de difícil acesso , onde podiam retomar seus usos e costumes das origens Africanas.
De senzalas em senzalas , um pensamento remoía as esperanças dos negros, fazendo - os sonhar com a vida livre na mata , já conseguia por muitos . No entanto, Para Fugir , mais do que uma oportunidade, seria necessária muita coragem.
Afinal, os negros tinham mulheres e filhos que poderiam pagar por sua liberdade. Além disso , a maioria não aceitava a idéia de abandona - Los
E se a fuga fracassasse , o recapturado sofreria na pele o supremo castigo da novena , enfrentando no troco , nove noites seguidas de açoites
A revolta contra o sofrimento do seu próprio destino levava o negro preso na senzala ou foragido , à lembrança de seus deuses , encontrando na figura de Zumbi a última forma de salvação contando com ele para manter suas esperanças
CURIOSIDADES
Em regiões da África negra, Zumbi seria identificado com gênio do mal , o senhor da guerra , que os escravos acreditavam um dia viesse liberta - los .
Espectro , no Nordeste brasileiro confundido até com o saci , zumbi envolvia diferentes explicações.
Ora com feiticeiro, retraído e misterioso encontrado somente à noite , ora a alma de um preto velho transformada num pássaro cujos gemidos são ouvidos ao anoitecer.
Todas as formas e explicações , porém se uniriam na figura da esperança de liberdade que os negros transportaram e personificaram nos chefes de grupos foragidos , reunidos no quilombos
Zumbi - para muitos Zâmbi - seria , por isso , o nome conferido pela História ao comandante do maior e mais famoso de todos os Quilombos o de Palmares. Também identificado por Ganga Zumba , esse chefe principal do agrupamento seria uma espécie de rei, aglutinado em seu titulo , por extensão , as qualidades de um deus .
Chegando a reunir, 20 mil pessoas em diversas aldeias em torno de núcleo maior , O Quilombo dos Palmares cresceu junto a penhascos e em meio à mata que ainda hoje existe em parte , não muito distante da sede do Município de União dos Palmares , recebendo negros foragidos de engenhos de todo o Nordeste brasileiro e fazendas de diversos pontos do Brasil
TRÁFICO NEGREIRO
O tráfico negreiro para o Brasil iniciou-se em 1539 quando Duarte Coelho , donatário de Pernambuco , pediu a D . João III que lhe concedesse permissão para "haver alguns escravos de Guiné" E se prolongaria, assim dos século XVI até meados do século XIX.
Nesse longo período , mais de "5.500.000" escravos excluindo os mortos durante as travessias marítimas , que atingiam 40% dos embarcados , foram trazidos para o Brasil , principalmente de Angola , Guiné e Costa da Mina , sendo desembarcados , de preferência , na Bahia e Rio de Janeiro
Depois do pedido de Duarte da Costa , Pero de Góis , donatário de S. Tomé , enviou carta em 1545 a seu sócio , Martim Ferreira , pedindo que lhe fossem enviados " sessenta negros de guiné’
No entanto foi depois de 1549 que a transmigração negra foi incrementada, detonando-se os escravos aos engenhos de açúcar em número cada vez maior a às fazendas em geral.
Dispondo de um território menor do que do Brasil , Portugal não dispunha de uma população numericamente capaz de garantir sua colonização.
Daí a necessidade do braço escravo , conforme justificativa da época
VITÓRIAS DOS QUILOMBOS
O sucesso de uma simples fuga poderia ser o incentivo para muitas outras. Os homens dos engenhos sabiam disso e , logo em 1602 , Bartolomeu Bezerra comandaria uma bandeira à serra da barriga , na tentativa frustada de recaptura dos fugitivos
Sei anos depois ele e seus homens fariam nova arremetida , sem conseguir localizar os negros na mata.
Já no domínio de toda a capitania de Pernambuco, Os holandeses mandaram tropas em 1645 , sob o comando de Rodolfo Baro , para destruir Palmares.Vistos pelos vigias , os holandeses não conseguiram passar de uma barreira formada por grandes árvores caídas
Mais tarde , uma expedição mais forte e numerosa , comandada por João Blezer , fez nova investida ,descobrindo se o Quilombo muito maior do que todos pensavam , decidindo voltar a Recife , após escaramuças em que incendiou plantações dos negros.
INICIO DOS QUILOMBOS
As notícias corriam e os negros continuaram a fugir, Surgiram Quilombos no Rio de Janeiro , no Espirito Santo e em vários pontos do Nordeste
No principio , os agrupamentos era apenas masculinos , No solo fértil da serra da Barriga, nos Palmares , os Quilombos alimentavam - se de frutas , raízes e caça , erguendo choupanas para seus abrigos.
O número de homens aumentava sempre , com a chegada de novos foragidos
O sonho de liberdade era quase completo, mas faltavam as mulheres , que eles decidiram raptar, abandonando o refúgio da mata para rápidas incursões nas fazendas mais próximas.
Com a invasão holandesa de 1630 na capitania de Pernambuco, os portugueses enfraqueceram a vigilância sobre os negros , que aproveitando - se da desorganização , fizeram crescer mas rapidamente a população de Palmares, Entre eles , chegaria também a princesa Aqualtune , que seria a mãe de dois chefes dos mocambos mais importantes do agrupamento. Mais tarde uma de suas filhas lhe deu como neto , o menino que entraria para a história com Zumbi dos Palmares
COMO FUNCIONAVA
Cada aldeia tinha o seu chefe , que na África , pertencerá à nobreza , dando ao respectivo grupo uma forma de comando .
No entanto todo o Quilombo tinha uma espécie de código de justiça , que punia com morte o homicídio , o roubo e a fuga de Palmares , havendo também um sistema de defesa , baseado em postos de observação colocados em locais estratégicos.
DECADÊNCIA DO ENGENHO, TRÉGUA A PALMARES
Em 1654 os Holandeses foram expulsos do Nordeste e após 1660 uma crise econômica , motivava pela concorrência da Jamaica no mercado de açúcaranteriormente nas mãos do Brasil , levaria a decadência aos engenhos , diminuindo a necessidade de mão de obra . Esse ambiente forneceu uma espécie de trégua a Palmares , que passou a manter comércio com vilas de Penedo , Porto Calvo , Alagoas e Serinhaém , permutando com elas produtos agrícolas , caça , pesca , produtos se cerâmica e artesanato por ferramentas , instrumentos agrícolas , armas de fogo e pólvora.
Palmares era , então , uma longa faixa de terra , com 200 ikm de largura , desde o mar , até a parte Norte do curso inferior do rio São Francisco. Os fazendeiros e o próprio governo de Pernambuco , porém , não se conformavam com a idéia do Quilombo.
Em 1668 , donos de terras de Alagoas e Porto Calvo assinaram o tratado de União perpétua , tentando organizar uma tropa poderosa , capaz de enfrentar os negros , acabando por esmorecer diante da falta de recursosNa década de 1670 , Palmares vive seu apogeu , com mais de 29 mil habitantes
Zumbi , o neto de Aqualtune , e seu Irmão Andalaquituchem já homens feitos , chefiavam suas próprias aldeias , passando o quilombo a viver como espécie de federação , em que o chefe da maior das aldeias, chamada Cerca do Macaco , presidia o conselho , passando a ser considerado rei
FIM DA TRÉGUA A PALMARES DA GUERRA
Ao chegar a PerNambuco , como governador , em 1571 , Fernão Souza Coutinho lança uma expedição , comandada primeiro pelo capitão André da Rocha e depois pelo tenente Antônio Jácome Bezzera , contra Palmares , obtendo uma primeira vitória , ao conseguir prender 200 negros .
Anos depois, como Coronel , Jácome reúne 600 homens bem armados e volta ao ataque , conseguindo incendiar mocambos e lavouras , mas tendo parte da tropa cercada e dizimada. Jurando vingança diante de seus mortos , os de Palmares Formaram uma coluna e investiram contra Porto Calvo , incendiando os canaviais .
Em represália , o alcaide - mor da vila Cristovão Lins , atacou o Quilombo , conseguindo arrasar um mocambo de 700 choupanas . Um novo governador de Pernambuco , Pedro de Almeida , toma , como uma de suas primeiras iniciativas , a decisão de organizar nova expedição , reunido índios , mestiços e até negros do batalhão de Henrique Dias , herói da expulsão dos holandeses , para lutas que seriam ferrenhas e sangrentas.
O Quilombo continuava resistindo , mas Porto de Almeida insistiu , formando novas forças sob o comando do sargento - mor Manuel Lopes em 1675 . Essa expedição encontrou uma grande cidade , com mais de duas mil casas , munida de fortificações , e feitas de pau a pique , onde os negros resistiram por duas horas e meia , retirando - se quando algumas casas começaram a pegar fogo Na sucessão de forças postas em luta contra o Quilombo , o bandeirante Domingo Jorge velho nascido na vila de Parnaíba , foi chamado e contratado em 1687 pelo governador de Pernambuco , o então João da Cunha Solto Maior , para combater indígenas do Rio Grande do Norte , na chamada guerra dos Bárbaros , de 1690 a 1694 , juntamente com Pernambucano Bernardo Vieira de melo e vários bandeirantes de São Vicente , destruiu o que restava do Quilombo do Palmares .
MORTE DE ZUMBI
A figura de Zumbi entrou para a lenda , sendo sua morte narrada de diferentes maneiras . Numa versão , ele preferiu atira - se do alto de um penhasco a ter que se entregar aos inimigos.
Para Hélio Viana , a " lenda do suicídio" primeiramente divulgada por sebastião da Rocha Pita , foi sem maior exame repetida por muitos Historiadores " mas está cabalmente desmentida por documentos incluídos em " AS GUERRAS DOS PALMARES" de Ernesto Ennes " Como narra Hélio Viana , o que aconteceu foi o seguinte " acossado pelos homens de Bernardo Vieira Melo ,subordinado ao Bandeirante Domingos Jorge Velho , cerca de 200 quilômbolos caíram num precipício , não se suicidaram , nem entre eles estava Zumbi , morto um ano após em 1695 , pela tropa comandada por André Furtado de Mendonça. Assim termina o Quilombo dos Palmares Comandado pelo inesquecível negro , o rei Zumbi , que no Brasil hoje é lembrado no dia 20 de Novembro , dia da consciência negra .
RESUMO COMPLEMENTAR
Zumbi
Em 1655 zumbi nasceu em Palmares, foi capturado recém nascido e entre a um padre.
Que o batizou com o nome de Francisco , lhe ensinou noções de latim e ensinou português. Aos 15 de idade , Zumbi fugiu para Palmares onde em pouco tempo se tornou general e líder dos negros que rejeitavam a postura do seu tio Ganga-Zumba que em seguida morreu envenenado
Zumbi retomou a luta contra o poder colonial, e depois de fracassadas as missões de convencimento e sucessivas expedições contra o quilombo, Zumbi foi intimado a depor armas e como não respondeu os combates recomeçaram. Rejeitando as propostas de negociação Zumbi continuou a guerra , liberou escravos , infiltrou homens nos engenhos provocando o temor de uma rebelião generalizada dos escravos
O governo então em 1693 reunião a maior expedição bélica do período colonial com a participação de militares de Pernambuco ,Paraíba , Rio grande do Norte, Bahia e Maranhão que chegaram, a somar uns 8.300 homens. Sobe o comando do chefe das tropas de São Paulo Domingos Jorge velho, protegido por cercas de madeira e pedra e varias armadilhas que escondiam lanças e estacas , Palmares resistiu por meses , até que as forças inimigas se muniram de armamento pesado inclusive canhões
O abandono das posições por parte do exército negro se traduziu em debandada pelo abismo e massacre total Zumbi ferido consegui fugir
Preso e torturado , o lugar - tenente de Zumbi , Antônio Soares e troca de sua liberdade concordou em delatar seu líder máximo , que poucos conheciam e se aproximavam. Localizado na Serra dos Irmãos , Zumbi foi apunhalado a traição por Soares, como sinal de ataque ferido mortalmente manteve - se em combate até que foi degolado pelo militar que comandava a operação
Sua cabeça foi levada para Recife , onde ficou exposta , e pendurada em um poste , em plena praça publica.
Isso ocorreu no dia 20 de novembro de 1695
África na América: Gritos de liberdade
Trazidos á força de sua África Natal , os negros chegaram ás terras da América Submetidos ás piores humilhações impostas pelo regime escravista .
O desejo de liberdade impulsionou estes descendentes da África a desenvolverem múltiplas formas de resistência . Nesta linha nasceram os palenques , os quilombos , os mocambos e outras formas de refúgios levantadas em territórios de difícil acesso por aqueles que conseguiam escapar dos redutos escravistas. Estes primeiros territórios livres da América , onde constituíram governos autônomos e lhes foi possível resgatar e desenvolver seus costumes , valores culturais e religiosos , passarem a ser o germe das rebeliões pela liberdade e pela independência .
Como conseqüência destas lutas , a escravidão acabou sendo abolida , mas não ocorreu o mesmo com a condição de servidão das comunidades negras.
E o racismo manteve intacto nos projetos de sociedade das elites dominantes que substituíram os colonizadores.
Com a abolição os grilhões e correntes , mas foram forjadas novas amarras ideológicas para manter de maneira menos visível a discriminação racial e a submissão econômica, social e cultural do negro e de todos aqueles que foram submetidos pela ordem colonial.
Entre esses recursos ideológicos de dominação destaca-se a lógica do "branqueamento" com qual , supostamente se pretendia cicatrizar as feridas produzidas pelo choque de civilizações , mas que no fundo colocava a imagem do branco europeu como referente a civilizatório e , portanto , como paradigma de redenção a e mobilidade social .
Velhos e novos Racismo
Apesar de transcorrido mais de um século da chamada libertAção dos escravos , as estatísticas mostram que os povos negros , assim como os indígenas , ainda continuam engrossando as cifras dos empobrecidos e miseráveis , dos desempregados , dos desnutridos , dos analfabetos , dos sem - terra e sem teto , dos encarcerados , dos massacrados ou das vítimas dos sinistros grupos de extermínio .
As estatísticas também mostram que afro-americanos representam uma população aproximadamente 116.750.000 em todo continente , uns 20% da população total , mas sua presença passa praticamente despercebida , invisível nas esferas públicas e institucionais e suas contribuições são matematicamente ignoradas.
Na convivência diária é fácil constatar que a igualdade reconhecida em todas nossas constituições se dilui diante de uma realidade em que uns são mais iguais que outros , onde a justiça funciona de acordo com a cor da pele e do poder do dinheiro.
Fazendo dos direitos do cidadão um privilégio de poucos.
Sob a ordem neoliberal não só tem se intensificado a concentração do poder e da riqueza , enquanto paralelamente se desmontam os programas de bem estar social.
Condenando camadas cada vez maiores da população à marginalidade.
E além disto são realizados os movimentos e políticas racistas como os grupos de extermino por exemplo .
A expressão deste fenômeno , que têm se atribuído a terrorífica tarefa da "limpeza social e étnica" pois como a modernização neoliberal os excluídos vem podem ser "descartáveis" como também o são as tentativas para reviver o racismo biológico com argumentos pseudocientífico para defender a existência de uma suposta "raça superior" Nadando contra a corrente de um sistema social que lhes exclui , do seio dos povos afro - americanos tem nascido organizações e movimentos de resistência para reivindicar e fazer valer seus direitos
Trafico Negreiro Ignora-se a quantidade de negros que o tráfico arrancou do continente Africano.
Mas sabendo-se que o tráfico escravista foi abolido em 1873 e considerando que as licenças concedidas no começo autorizavam um total de 4000 ‘peças" ao ano e que foram aumentando gradualmente até chegar no século 18 , com a participação de navios negreiros de todas as nações interessadas projetando-se uma média de 100.000 ao ano , chegou-se a calcular de 15 e até 20 milhões o total de negros introduzido durante esses quase quatro séculos.
Porém nestas contas não incluí o comércio clandestino , que se prolongou até os últimos anos do século 19.
E se formos pensar a quantidade bruta do processo , que começa com o incêndio das aldeias africanas , continuava com o cordão de cativos marchando para as feitorias costeiras , seguia com a "travessia intermediária’ - que diminuía consideravelmente o "estoque" - e , finalmente , dos portos de Cartagena de Indias , Veracruz , Havana , Portobelo , Bahia , Buenos Aires para seu mercado interior , haveria então que duplicar e até triplicar este total estimado
América : população negra
AMÉRICA ; POPULAÇÃO NEGRA
Antigua BRASIL BELIZE BAHAMA CUBA TRINIDAD E TOBAGO EUA JAMAICA DOMINICANA HAITI
POP.NEGRA = 75.200 94% POP.NEGRA = 64.672.00 43% POP.NEGRA = 109.800 61% POP.NEGRA = 212,500 85% POP.NEGRA = 29.904.000 12% POP.NEGRA = 529.200 42% POP.NEGRA = 29.904.000 12% POP.NEGRA = 1.872.300 79% POP.NEGRA = 55.200 69% POP.NEGRA = 6.178.800 95%
POP.TOTAL = 80.000 POP.TOTAL = 150.400.000 POP.TOTAL = 180.000 POP.TOTAL = 250.000 POP.TOTAL = 10.582.000 POP.TOTAL = 1.260.000 POP.TOTAL = 249.200.000 POP.TOTAL = 2.370.000 POP.TOTAL = 80.000 POP.TOTAL = 6.504.000
ESTES SÃO ALGUNS PAÍS DA AMÉRICA COM POPULAÇÃO NEGRA NO TOTAL SÃO 116.747.626 NEGROS ESPALHADOS POR 35 PAÍS DA DO CONTINETE AMÉRICANO , ISTO EQUIVALE AH 20 DA POPULAÇÃO TOTAL DE 3.1000.000 PESSOAS , O BRASIL É A MAIOR COMUNIDADE NEGRA NUMÉRICAMENTE , E O PAÍS COM A MAIOR PORCENTAGEM DE NEGRO É MONSERRAT COM 96% DE SUA POPULAÇÃO FORMADA POR NEGROS
FONTE: GUIA DO MUNDO , INSTITUTO DO TERCEIRO MUNDO , URUGUAI , 1992 E PUBLICAÇÕES AFRO AMERICANAS.
João Cândido Em 1910 , a marinha brasileira com sua "esquadra branca" possuía os melhores navios do mundo no Entanto , quem olhasse para aqueles modernos e potentes navios , jamais imaginaria que em seus porões tramava-se a maior revolta de marinheiros ocorrida no Brasil .
Os marinheiros sofriam maus tratos e castigos corporais , sem sequer terem uma boa alimentação.
Como punição aos seus "erros" recebiam 25 chibatadas.
Não se conformando com a situação , organizaram - se sob a liderança de um marinheiro negro chamado João Cândido.
Os comandantes não aceitavam as reivindicações dos marinheiros .
em novembro de 1910 , João Cândido assumiu o comando do navio "Minas Gerais" , recebendo apoio imediato dos navios "São Paulo" e "Bahia" que também integravam a "Esquadra Branca" , Manobrando os navios com perfeição , os marinheiros ameaçaram bombardear o Rio de Janeiro , caso o Governo não retirasse o humilhante castigo da chibata e não melhorasse a alimentação.
Exigiram também uma imediata anistia aos rebeldes , sendo aprovada em Congresso, juntamente com o fim do uso da chibata . Assim , se deu o triunfo da revolta de João Cândido , o Almirante Negro.
fonte:http://nivaldotrindade.vilabol.uol.com.br/
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Raça e etnia
por LUCIANA MARIA DA SILVA ARAÚJO - quinta, 28 janeiro 2010, 18:54
Pesquisa, traduções e organização
por Juarez C. da Silva Jr. - 2005
Ao se falar de raça e etnia muitas pessoas demonstram total falta de base teórica ou então idéias distorcidas sobre a questão, hoje é sabido que do ponto de vista biológico todas as idéias de racialização humana cairam por terra, não existem raças humanas, mas apenas a espécie (raça humana), porém a construção social feita a partir destas idéias permanece no imaginário popular e principalmente os efeitos nefastos de todas estas hoje sabidamente equivocadas idéias na vida de milhões e milhões de pessoas ao redor do mundo, em especial nos reportamos ao Brasil. Para eliminar os efeitos destas idéias equivocadas é preciso porém antes, conhecer como foi realmente montada a idéia de raça e seus conceitos. Hoje nos remetemos as questões étnicas ( povos), a discussão de raça não faz mais sentido a não ser do ponto de vista dos seus efeitos na construção social.
RAÇA
A primeira classificação dos homens em raças foi a “Nouvelle division de la terre par les différents espèces ou races qui l'habitent” ("Nova divisão da terra pelas diferentes espécies ou raças que a habitam") de François Bernier, publicada em 1684.
Carolus Linnaeus (1758) inventor da taxinomia e criador da classificação Homo Sapiens, reconheceu quatro variedades do homem - Americano (Homo sapiens americanus: vermelho, mau temperamento, subjugável), Europeu (europaeus : branco, sério, forte), Asiatico (Homo sapiens asiaticus: Amarelo, melancólico, ganancioso), e Africano (Homo sapiens afer : preto, impassivel, preguiçoso). Linnaeus reconheceu também uma quinta raça não-geográficamente definida , a Monstruosa (Homo sapiens monstrosus), compreendida por uma diversidade de tipos reais (por exemplo, Patagônios da America do Sul, Flatheads canadenses) e outros imaginados que não caberiam em nenhuma das quatro categorias "normais" (segundo a visão racista de Linnaeus que não apenas criou a classificação como atribuiu a cada uma características físicas e morais, o individuos mestiçados poderiam talvez ser então classificados nesta última categoria) .
O sucessor de Linnaeus', J. F. Blumenbach, primeiramente em 1775 reconheceu "quatro variedades da humanidade:" 1) Europa, Ásia ocidental, e parte de America do Norte; 2) Ásia do leste e Austrália; 3) África; e 4) o resto do novo mundo. A visão de Blumenbach continuo a evoluir, em 1795 dando origem a cinco variedades, Caucasiano, Mongol, Etíope, Americano, e Malaio, diferindo do agrupamento anterior onde os esquimós passaram a ser classificados com os Asiaticos do leste.
Neste sentido, as coisas ficaram estáticas até 1962, o ano em Carleton Coon publicou "A origem das raças". Lá Coon, um antropólogo físico, dividiu a humanidade em cinco raças (ou subspecies): Caucasoide, Mongoloide, Australoide, Congoide (Negroide), e Capoide(Africa Meridional até filipinas).
Segundo Dobzhansky (1970), esta visão conduziu à absurdos como quando os siblings (pessoas com síndrome de Down) foram categorizados em tipo racial (mongolóide) diferentes de ambos seus pais . De uma perspectiva social, este problema (indivíduos surgidos da mistura de raças) foi resolvido tipicamente empregando o conceito de Marvin Harris a hipodescendencia, isto é, a criança de tal união pertence a raça biológica ou socialmente inferior: "o cruzamento entre um branco e um indio é um indio; o cruzamento entre um branco e um negro é um negro; o cruzamento entre um branco e um hindu é um hindu; e o cruzamento entre alguém de raça européia e um judeu é um judeu." (Grant, The Passing of the Great Race, 1916). Em algumas países, uma regra de 1/8 ou 1/16 foi estabelecida a fim determinar a identidade racial apropriada de indivíduos oriundos de mistura de raças. Sob estas regras, se o indivíduo for, pelas linhas da descendência, 1/8 ou somente 1/16 de negro (preto uniforme) , o indivíduo é também negro.
ETNIA
Uma etnia ou grupo étnico é em um sentido amplo uma comunidade humana definida por afinidades linguísticas, culturais e genéticas. Estas comunidades comumente reclamam para sí uma estrutura social, política e um território. Etnia se usa a vêzes erroneamente como un eufemismo para raça, ou como um sinônimo para grupo minoritário.
Raça é um conceito que tem sido associado ao de etnia. Porém etnia compreende os fatores culturais (nacionalidade, afiliacão tribal, religiosa,língua ou tradições) e biológicos de um grupo humano, raça específicamente alude aos fatores morfológicos distintivos desses grupos humanos (cor de pele, compleição física, estatura, traço faciais, etc.) desenvolvidos em seu processo de adaptacão a determinado espaço geográfico e ecossistema (clima, altitude, flora, fauna, etc.) ao largo de várias gerações.
Históricamente, a palavra "etnia" significa "gentio", proveniente do adjetivo grego "ethnikos." O adjetivo se deriva do substantivo ethnos, que significa gente ou nacão estrangeira. O sustantivo deixou de estar relacionado com “Pagão” em princípios do sec. XVIII. O uso do moderno sentido da palavra começou na metade do sec. XX.
A Língua
A língua tem sido utilizada como primero fator classificador dos grupos étnicos, sem dúvida esta ferramenta não tem estado estado isenta de manipulacão política ou erro. Se deve assinalar que existe grande número de línguas multi-étnicas e determinadas etnias são multi-língues
A Cultura
A delimitacão cultural de um grupo étnico com respeito aos grupos culturais de fronteira, se faz dificultosa para o etnólogo em especial no tocante a grupos humanos altamente comunicados com grupos vizinhos. Elie Kedourie é talvez o autor que mais tenha aprofundado a análise das diferenças entre etnias e culturas . Geralmente se percebe que os grupos étnicos compartilham uma origem comum , e exibem uma continuidade no tempo, apresentam uma nocão de história em comum e projetam um futuro como povo. Isto se alcança através da transmissão de geração em geração de uma linguagem comum, intituições, valores e algumas tradicões. Se bem que em determinadas culturas se mesclam os fatores étnicos e os políticos, não é imprescindível que um grupo étnico conte com instituições próprias de governo para ser considerada como tal. A soberania portanto não é definidora da etnia, mas se admite a necessidade de uma certa projeção social comum.
A Genética
É importante considerar a genética dos grupos étnicos se devemos distingui-los de um grupo de individuos que compartilham únicamente características culturais. As etnias geralmente se remetem a mitos de fundacão que revelam uma nocão de parentesco mais ou menos remoto entre seus membros. A genética atual tende a verificar a existencia dessa relacão genética, porém as provas estão sujeitas a discussão, refrência é Lucca Cavalli-Sforza.
Grupos étnicos
Os membros de grupos étnicos costumam conceber a sua identidade como algo que está fora da história do estado-nação – quer como alternativa histórica, quer em termos não-históricos, quer em termos de uma ligação a outro estado-nação. Esta identidade expressa-se muitas vezes através de "tradições" variadas que, embora sejam frequentemente invenções recentes, apelam a uma certa noção de passado.
Fontes: wikipédia, domínio público e fontes diversas na web.
www.movimentoafro.amazonida.com/raça_e_etniahtm.
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Racismo
por Gilmara Ap. Guedes dos S. Dadie - sexta, 29 janeiro 2010, 21:53
O racismo é, por um lado, um comportamento, uma ação resultante da aversão, por vezes, do ódio, em relação a pessoas que possuem um pertencimento racial observável por meio de sinais, tais como: cor da pele, tipo de cabelo,etc. Ele é por outro lado um conjunto de idéias e imagens referente aos grupos humanos que acreditam na existência de raças superiores e inferiores. O racismo também resulta da vontade de se impor uma verdade ou uma crença particular como única e verdadeira. Pg. 52
Fonte: Livro Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal nº 10.639/03 - Ministério da Educação. Brasilia, 2005. pg. 54
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Solano Trindade
por Maria da Pena Oliveira Santos - sábado, 6 fevereiro 2010, 11:06
Solano Trindade nasceu em Recife a 24 de julho de 1908. Segundo Carlos Drumond de Andrade foi o maior poeta negro que o Brasil já conheceu; o criador da poesia "assumidamente negra". Além disso foi ator, pintor, cineasta e um dos criadores do Teatro Experimental do Negro.
Premiado no exterior, elogiado por celebridades como Darcy Ribeiro, Sérgio Milliet e outros o poeta recifense é muito pouco conhecido pelas novas gerações brasileiras embora tenha contribuído de forma significativa para a cultura e na arte brasileira.
Filho de um humilde sapateiro do bairro de São José, Solano Trindade criou em 1932 no Recife a Frente Negra Pernabucana porém o movimento não vingou. Depois que deixou Recife e fixou residência no Rio de Janeiro e em São Paulo sua obra ganho fama entre a crítica nacional e repercutiu no cenário internacional (essa situação nunca o impossibilitou de realizar oficinas com operários, estudantes e desempregados). Durante esse período idealizou o 1° Congresso Afro-brasileiro e criou em 1945, com Abdias do Nascimento, o Teatro Experimental do Negro.
Em 1944, durante a ditadura do Estado Novo, por conta do poema "Tem gente com fome" foi preso e teve o livro "Poemas de uma vida simples" apreendido.
A partir de 1950, concretizou um dos seus grandes sonhos, fundando com o apoio do sociólogo Edison Carneiro o Teatro Popular Brasileiro (TPB).
Em 1955, criou o Brasiliana, grupo de dança brasileira que bateu o recorde de apresentações no exterior.
No teatro foi Solano Trindade quem primeiro encenou (1956) a peça Orfeu, de Vinicius de Moraes, depois transformada em file pelo francês Marcel Cammus.
Em 1964, um dos seus quatro filhos, Francisco morreu assassiando num presídio carioca durante a ditadura militar.
Em 20 de fevereiro de 1974, Solano Trindade morreu como indigente, numa clínica em Santa Teresa, no Rio de Janeiro.
Todo trabalho de Solano Trindade, quer no teatro, dança, cinema ou literatura, tinha como características marcantes o resgate da arte popular e, sobretudo, a luta em prol da independência cultural do negro no Brasil
Uma das poucas tentativas de trazer de volta o nome de Solano Trindade para o grande público ocorreu em 1975, quando o poema "Tem gente com fome" iria integrar o disco do extinto conjuto Secos e Molhados. Mas como explicou João Ricardo que musicou o poema, problemas com a censura impediram a gravação (a canção só foi gravada na década de 80 por Ney Matogrosso). Em 1976, a escola-de-samba Vai-Vai de São Paulo desfilou com um samba-enredo em sua homenagem. Alé disso uma pequena editora, a Canta e Prantos, reuniu e publicou a obra do poeta no volume: "Solano Trindade - o poeta do povo".
http://portalcomunista.blogspot.com/2009/02/grandes-personalidades-2.html
Referência:
MUNAGA, Kabengele; GOMES, Nilma Lino. Para entender o negro no Brasil de hoje: História, realidades, problemas e caminhos. São Paulo: Global; Ação Educativa, 2006.
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Sugestão de Atividades Pedagógicas
por PAULA FERREIRA DA COSTA MOURA - quinta, 28 janeiro 2010, 21:20 Neab_Sugestao_Atividades.pdf
o link mostra sugestões de projetos multidisciplinares, vídeos e atividades do Núcleo de estudos e pesquisas afro-brasileiros do Cefet-MG.
fonte: http://www.cefetmg.br/galerias/arquivos_download/alunos/Neab_Sugestao_Atividades.pdf
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Turbante
por VIRGINIA TURINI DE CARVALHO IMAI - terça, 2 fevereiro 2010, 13:34
Panos amarrados no corpo e na cabeça
São os tecidos enrolados no corpo fazem parte da indumentaria africana e são amplamente utilizados por todo o continente, principalmente na África Negra. São empregados de maneiras formais, em casamentos e festas, e informalmente no cotidiano, variando de uma simples peça de tecido a conjuntos completos.
Nessas amarras utilizam-se metros de tecido de boa qualidade. E são frequentemente combinadas com turbantes enrolados de maneira artística sobre a cabeça cobrindo completamente o cabelo. Essa tradição de usar tecidos enrolados no corpo ganhou popularidade nos anos 60 com o movimento de orgulho negro.
Os turbantes complementam o conjunto das vestimentas africanas e alguns deles são bem exóticos. Na África Negra essas peças tem funções sociais e religiosas além de criarem diferentes estilos de moda.
Diz-se que uma vestimenta não está completa sem um turbante. Ha diferentes estilos e as técnicas de amarrá-los constituem uma verdadeira arte.
O procedimento básico é que não se altera, todos começam a ser amarrados do mesmo modo, mesmo os mais intrincados.
Fonte: www.flogao.com.br
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Uma questão de raça e classe
por HELENA SARAIVA DOS SANTOS - terça, 2 fevereiro 2010, 23:19
O dia a dia do escravo
Nas fazendas de cana ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados da pior forma possível. Trabalhavam muito, de quatorze a dezesseis horas, o que se tornou o principal motivo dos escravos fugirem; outro motivo eram os castigos e o outro era porque recebiam apenas trapos de roupa e uma alimentação de péssima qualidade (recebiam pouca comida e no máximo duas vezes por dia). Passavam as noites nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca higiene) acorrentados para evitar fugas.
Eram constantemente castigados fisicamente (quando um escravo se distraía no trabalho ou por outros motivos, eram amarrados em um tronco de árvore e açoitados, as vezes, até perderem os sentidos); torturando-os fisicamente e psicologicamente, os senhores e seus algozes buscavam destruir os valores do negro e forçá-lo a aceitar a idéia da superioridade da raça branca sendo que o açoite era a punição mais comum no Brasil Colônia. Além de todos esses castigos havia uma máscara que impedia os escravos de beberem e fumarem deixando os vícios; essa máscara era chamada de "máscara de folha de flandres".
A pena de açoite para o escravo só foi abolida por lei imperial de 1885, pouco antes da Lei Áurea.
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Umbanda
por CRISTIANE RAMOS CORDEIRO - terça, 2 fevereiro 2010, 21:08
Definição da Umbanda
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Umbanda é uma religião inserida na religiosidade cultural brasileira.
A Umbanda é estruturada, moralmente, em 3 princípios: fraternidade, caridade e respeito ao próximo.
Admite um deus gerador chamado (Zambi), que é o criador de tudo e todos. Seus adeptos (chamados também de "umbandistas" ou "filhos de fé") cultuam divindades denominadas Orixás e reverenciam espíritos chamados Guias.
Sua orientação espiritual ou doutrinária é feita pelos Guias - espíritos que atuam na Umbanda sob uma determinada linha de trabalho que, por sua vez, está ligada diretamente a um determidado Orixá. Os guias têm sapiência e consciência da natureza humana e os atributos para que essa humanidade possa evoluir e seguir por um caminho melhor.
Os guias se manifestam através da mediunidade dos médiuns, sendo a prática da incorporação a matriz do trabalho deles - ato pelo qual uma pessoa médium, inconsciente, consciente ou semi-consciente, permite que espíritos falem através de seu corpo físico e mental.
Os guias possuem diversos arquétipos pelos quais se apresentam através da incorporação. Cada arquétipo está ligado a uma determinada Linha Espiritual. Como exemplos desses arquétipos podemos citar:
• Pretos-velhos;
• Caboclos;
• Baianos;
• Boiadeiros;
• Crianças;
• Exus e Pomba-giras, entre outros.
Os arquétipos são roupagens utilizadas pelos guias para se apresentarem nos terreiros e não espíritos que, necessariamente, tenham sido escravos, índios ou crianças, embora existam aqueles que realmente o foram.
Cada terreiro ou conglomerado de terreiros têm a sua forma de interpretar e manifestar a Religião de Umbanda. São diversos ritos que diferem de casa para casa. Alguns utilizam atabaques, já outros, não utilizam tais instrumentos, preferindo somente o ritmo das palmas e o cântico dos pontos cantados.
De maneira geral, toda gira de Umbanda inicia-se como o processo de defumação - elemento característico de quase todas as giras - que consiste na queima de ervas e essências, com a finalidade de limpeza da matéria e do espírito, e do ambiente do terreiro antes do início da sessão e do trabalho das entidades que ali estarão. Normalmente as giras se iniciam com os pontos cantados, defumação e a incorporação.
As giras variam de casa para casa e podem ser de atendimento e/ou de desenvolvimento, específicas para cada grupamento de entidades, ou seja, gira de pretos-velhos, de caboclos, de crianças etc.
Nas giras de atendimento os médiuns incorporados pelos seus guias (pretos-velhos, caboclos, crianças etc), procedem ao atendimento espiritual ao público, em que todos são convidados a se consultarem com um guia e/ou a tomar um "passe".
Nas giras desenvolvimento, os médiuns da casa são desenvolvidos pelos guia chefe da casa ou por outros guias mais experientes, para o trabalho espiritual. O desenvolvimento (que também varia de casa para casa) consiste em "chamar" o guia do médium e "firmá-lo" nesse médium até que ele, o guia, possa incorporar sem a necessidade da ajuda de um guia mais experiente. Durante o processo de desenvolvimento, os médiuns passam por diversos rituais, como: amacis, boris, deitadas etc. Os quais são fundamentados e variantes para cada forma de Umbanda existente.
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ZUMBI DOS PALMARES
por ELIDA FERRARI PENHALVER - terça, 26 janeiro 2010, 19:58
Zumbi nasceu em Palmares, Alagoas, livre, no ano de 1655, mas foi capturado e entregue a um missionário português quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado 'Francisco', Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar destas tentativas de aculturá-lo, Zumbi escapou em 1670 e, com quinze anos, retornou ao seu local de origem. Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos vinte e poucos anos.
Por volta de 1678, o governador da Capitania de Pernambuco cansado do longo conflito com o Quilombo de Palmares, se aproximou do líder de Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de paz. Foi oferecida a liberdade para todos os escravos fugidos se o quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa; a proposta foi aceita, mas Zumbi rejeitou a proposta do governador e desafiou a liderança de Ganga Zumba. Prometendo continuar a resistência contra a opressão portuguesa, Zumbi tornou-se o novo líder do quilombo de Palmares.
Quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi chamado para organizar a invasão do quilombo. Em 6 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares foi destruída e Zumbi ferido. Apesar de ter sobrevivido, foi traído por Antonio Soares, e surpreendido pelo capitão Furtado de Mendonça em seu reduto (talvez a Serra Dois Irmãos). Apunhalado, resiste, mas é morto com 20 guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695. Teve a cabeça cortada, salgada e levada ao governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Zumbi_dos_Palmares
Foto:http://carva1.files.wordpress.com/2008/10/zumbi.jpg
ÁFRICA
por ELIDA FERRARI PENHALVER - sábado, 30 janeiro 2010, 07:39
África é o terceiro continente mais extenso (atrás da Ásia e das Américas) com cerca de 30 milhões de quilômetros quadrados, cobrindo 20,3 % da área total da terra firme do planeta. É o segundo continente mais populoso da Terra (atrás da Ásia) com cerca de 900 milhões de pessoas, representando cerca de um sétimo da população do mundo, e 53 países independentes; apesar de existirem colônias pertencentes a outros países fora desse continente, principalmente ilhas, por exemplo Madeira, pertencente a Portugal, Ilha de Ascensão pertencente ao Reino Unido entre outras.
Apresenta grande diversidade étnica, cultural e política. Nesse continente são visíveis as condições de pobreza, sendo o continente africano o mais pobre de todos; dos trinta países mais pobres do mundo (com mais problemas de subnutrição, analfabetismo, baixa expectativa de vida, etc.), pelo menos 21 são africanos.
Em nenhuma outra parte do mundo a questão racial assumiu questões tão graves como na África do Sul. Embora os negros, mestiços e indianos constituam 86% da população, eram os brancos que detinham todo o poder político, e somente eles gozavam de direitos civis.
A origem desse sistema, denominado apartheid, data de 1911, quando os africânderes (descendentes de agricultores holandeses que emigraram para a África do Sul) e os britânicos estabeleceram uma série de leis para consolidar seu domínio sobre os negros. Em 1948, a política de segregação racial foi oficializada, criando direitos e zonas residenciais para brancos, negros, asiáticos e mestiços.
Na década de 1950, foi fundado o Congresso Nacional Africano (CNA), entidade negra contrária à segregação racial na África do Sul. Em 1960, o CNA foi declarado ilegal e seu líder Nelson Mandela, condenado à prisão perpétua. De 1958 a 1976, a política do apartheid se fortaleceu com a criação dos bantustões, apesar dos protestos da maioria negra.
Diante de tal situação, cresceram o descontentamento e a revolta na maioria subjugada pelos brancos; os choques tornaram-se frequentes e violentos; e as manifestações de protesto eram decorrência natural desse quadro injusto. A comunidade internacional usou algumas formas de pressão contra o governo sul-africano, especialmente no âmbito diplomático e econômico, no sentido de fazê-lo abolir a instituição do apartheid.
O tráfico de escravos para o Brasil refere-se ao período da história em que houve uma migração forçada de Africanos para o Brasil. Portugueses, brasileiros e mais tarde holandeses dominaram um comércio que envolveu a movimentação de milhares de pessoas.
A coroa Portuguesa autorizou a escravatura com a bênção papal, documentada nas bulas de Nicolau V Dum diversus e Divino Amorecommuniti, ambas de 1452, que autorizavam os portugueses a reduzirem os africanos à condição de escravos com o intuito de os cristianizar.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tr%C3%A1fico_de_escravos_para_o_Brasil
http://marcospinheiro.files.wordpress.com/2009/02/globo-africa.jpg
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Afro-brasileiro
por ANA CAROLINA PERES - quinta, 28 janeiro 2010, 18:47
O termo afro-brasileiro designa tanto pessoas com ascendência da África subsaariana quanto a influência cultural trazida pelos africanos escravizados para o Brasil.
Origens
O tráfico negreiros classificava os escravos utilizando vários termos como Nagôs, Jejes, Mina, Angolas, Congos e Fulas, os quais se referem mais propriamente à região de origem do que a nações ou culturas. Cada um destes termos inclui, portanto, diferentes etnias. Outra fonte de confusão é que muitas vezes os escravos eram classificados pelo tráfico negreiro de acordo com a língua que falavam ou entendiam como, por exemplo, Nagôs (que entendiam Iorubá) e Haúças (que entendiam a língua haúça, língua comercial espalhada por toda África Central, antigamente chamada de sudanês).
Os africanos mandados para o Brasil são divididos grosso modo em dois grandes grupos: os Bantu e os oeste-africanos.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Afro-brasileiro
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Apartheid
por ANA LUZIA GOMES DE OLIVEIRA ISPADA - domingo, 31 janeiro 2010, 11:59
Apartheid (significa "vidas separadas" em africano) era um regime segregacionista que negava aos negros da África do Sul os direitos sociais, econômicos e políticos. Embora a segregação existisse na África do Sul desde o século 17, quando a região foi colonizada por ingleses e holandeses, o termo passou a ser usado legalmente em 1948. No regime do apartheid o governo era controlado pelos brancos de origem européia (holandeses e ingleses), que criavam leis e governavam apenas para os interesses dos brancos. Aos negros eram impostas várias leis, regras e sistemas de controles sociais. Entre as principais leis do apartheid, podemos citar: - Proibição de casamentos entre brancos e negros - 1949.- Obrigação de declaração de registro de cor para todos sul-afriacanos (branco, negro ou mestiço) - 1950.- Proibição de circulação de negros em determinadas áreas das cidades - 1950- Determinação e criação dos bantustões (bairros só para negros) - 1951- Proibição de negros no uso de determinadas instalações públicas (bebedouros, banheiros públicos) - 1953- Criação de um sistema diferenciado de educação para as crianças dos bantustões - 1953Este sistema vigorou até o ano de 1990, quando o presidente sul-africano tomou várias medidas e colocou fim ao apartheid. Entre estas medidas estava a libertação de Nelson Mandela, preso desde 1964 por lutar com o regime de segregação. Em 1994, Mandela assumiu a presidência da África do Sul, tornando-se o primeiro presidente negro do país. Links relacionados Nelson Mandela - biografia, luta contra o apartheid, presidência África do Sul - informações, dados geográficos, econômicos e sociais Continente Africano - informações, dados econômicos e sociais História da África História da África do SulDisponível em: http://www.suapesquisa.com/o_que_e/apartheid.htm, acesso em 29/01/2010
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Banzo
por CRISTIANE RAMOS CORDEIRO - terça, 2 fevereiro 2010, 22:04
Banzo: a melancolia negra
A depressão e o suicídio dos escravos eram fatos corriqueiros
por Renato Pinto Venâncio*
"Apareceu ontem enforcado com um baraço [corda de fios de linho], dentro de um alçapão, na casa da rua da Alfândega, nº 376, sobrado, o preto Dionysio, escravo de D. Olimpya Theodora de Souza, moradora na mesma casa. O infeliz preto, querendo sem dúvida apressar a morte, fizera com uma thesoura pequenos ferimentos no braço ...” Essa nota, publicada no Jornal do Commercio, no Rio de Janeiro, em 22 de junho de 1872, revela uma faceta pouco conhecida da escravidão: os escravos se suicidavam. E como. O índice de “mortes voluntárias” entre eles, quando comparado ao de homens livres, era duas ou três vezes mais elevado. Os suicídios de escravos também se diferenciavam noutros aspectos. O mais notável deles era o fato de atribuir-se o gesto ao banzo.
Ainda hoje se discute o significado dessa palavra. O mais aceito tem uma remota origem africana, equivalendo a “pensar” ou “meditar”. O termo também, há tempos, designou uma doença. Em 1799, por exemplo, Luiz António de Oliveira Mendes apresentou, na Academia Real de Ciências de Lisboa, um estudo sobre “as doenças agudas e crônicas que mais freqüentemente acometem os pretos recém-tirados da África”. O banzo constava entre elas. Os sintomas? Os escravos ficavam entristecidos, paravam de falar e, acima de tudo, deixavam de se alimentar, mesmo “oferecendo-se-lhes” – afirma o médico – “as melhores comidas, assim do nosso trato e costume, como as do seu país...”, falecendo pouco tempo depois.
No século 19, com o desenvolvimento das primeiras teorias psicológicas, o comportamento dos escravos banzeiros foi reconhecido como distúrbio mental. Em 1844, Joaquim Manoel de Macedo, na tese médica intitulada Considerações Sobre a Nostalgia, afirma o seguinte: “[...] estamos convencidos de que a espantosa mortandade que entre nós se observa nos africanos, principalmente nos recém-chegados, bem como de que o número de suicídios que entre eles se conta, tem seu tanto de dívida a nostalgia [...]”
Aos poucos, a associação entre nostalgia e banzo se tornou popular. No Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, de 1875, de Joaquim de Macedo Soares, é possível ler a seguinte definição: “banzar: estar pensativo sobre qualquer caso; triste sem saber de quê; sofrer do spleen dos ingleses; tristeza e apatia simultânea; sofrer de nostalgia, como os negros da Costa quando vinham para cá, e ainda depois de cá estarem”.
Hoje, a palavra “nostalgia”, difundida na literatura, é sinônimo de “saudade”, um sentimento. Situação bem diferente é pensá-la como doença. Tal rótulo – assim como o de banzo – provavelmente encobria uma vasta gama de problemas psicológicos ou psiquiátricos, que iam da depressão à esquizofrenia; ou eram provocados pela desnutrição, por doenças contagiosas, ou por consumo excessivo de álcool e drogas – como a maconha, apreciada por muitos escravos, que a chamavam de “pango”.
Não faltam exemplos de aproximações entre suicídio e doença mental. O citado Jornal do Commercio registra ocorrências de mortes voluntárias associadas a delírios: “Valentim, escravo de Faria & Miranda, estabelecidos na rua dos Lázaros nº 26, sofria há dias violenta febre, e era tratado pelo Dr. Antonio Rodrigues de Oliveira. Anteontem [20 de maio de 1872], às 9 horas da noite, ao que parece, em um acesso mais forte, Valentim feriu-se com um golpe no pescoço”. Outras vezes se reconhecia explicitamente a loucura: “Suicidou-se ontem [8 de março de 1872] à 1 hora da tarde, enforcando-se, a preta africana Justina, de 50 anos, escrava de Narciso da Silva Galharno. O Sr. 2º Delegado tomou conhecimento do fato e procedeu a corpo delito. Consta que a preta sofria de alienação mental”.
Como todos os testemunhos do passado, os textos acima devem ser lidos com olhos críticos: o registro de suicídio pode encobrir assassinatos praticados por senhores. Tal fato não implica em diminuir o banzo como uma das expressões trágicas da loucura comum a milhões de pessoas vítimas do tráfico de escravos. Por outro lado, a divulgação desse sofrimento nos jornais deve ter contribuído para a formação da sensibilidade abolicionista na sociedade imperial. Por isso, o banzo pode ser entendido como uma forma não intencional de protesto político, um exemplo primário de luta pela não-violência.
*Professor de história da Universidade Federal de Ouro Preto e co-autor do livro Ancestrais: Uma Introdução à História da África Atlântica, Campus, 2003
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Brinquedos
por VIRGINIA TURINI DE CARVALHO IMAI - terça, 2 fevereiro 2010, 19:01
Brinquedos cantados na africanidade
Os brinquedos geralmente são cantigas anônimas acompanhadas de movimentos expressivos, saltitante, dramatizados e cantados surgem na espontaneidade da cultura popular A oralidade que caracteriza o processo de transmissão das brincadeiras e brinquedos cantados de certa forma transformou as cantigas e os modos de brincar, ocorrendo a mistura dos costumes africanos com os lusitanos, além das variações regionais de uma mesma brincadeira . No entanto, os ritmos e danças africanas deram um tempero mais brejeiro ao legado lúdico brasileiro.
Muitas crianças brancas eram criadas pelas escravas africanas juntamente com seus filhos negros, os quais eram mais habilidosos com a natureza, mais dados a traquinagens e a criatividade devido a sua condição servil.
Nos brinquedos cantados encontra-se o canto, a poesia, a dança, a brincadeira africana, o compartilhar, devido a simplicidade musical, riqueza simbólica e ludicidade peculiar; as vivências através destes elementos lúdicos, conquistam a criança como aquilo que é próprio do seu tempo.
Exemplos curiosos dos brinquedos cantados na africanidade. O primeiro se chama “Uma, duas angolinhas”, é um brinquedo cantado tipo parlenda em roda, com as crianças sentadas, e um solista ao meio dando beliscos nas mãos de cada colega enquanto cantam as quadrinhas:
Uma, duas angolinhas,
Finca o pé na pampulhinha.
O rapaz que faz o jogo, faz o jogo de capão
Capão sobre capão, Fica aí Mané João
Além do beliscão refletindo a idéia da galinha d’angola beliscando as mãos de cada participante, a protagonista da música, uma ave, é um dos mais importantes mitos iorubanos sobre a origem da criação do mundo; que “a galinha d’angola ciscou sobre as águas iniciais uma porção de terra e a espalhou por todas as direções fazendo nascer terra firme”. Por este mito e conto africano, outras razões ela também é considerada a primeira iaô e é o animal mais importante dentro da tradição dos orixás.
No divertido brinquedo cantado “O Saci Pererê”, as crianças em pé na roda, devem cantar e imitar as habilidades do saci mostradas na música:
O Saci Pererê, pula numa perna só,
Ele toca o tambor, toca como ele só.
O Saci Pererê, pula numa perna só,
Ele toca o pandeiro, toca como ele só. (...)
Esta brincadeira é aberta a improvisações na letra, onde se podem colocarquantos instrumentos quiser para o Saci tocar e consequentemente para as crianças imitarem. O Saci Pererê, elemento tradicional no nosso folclore, aproxima-se de várias figuras da mítica iorubana como: Exu (em suas traquinagens); Arôni (duende iorubano de uma perna só, ligado a Ossãim, e que vive nas matas); e ainda é referenciado a uma palavra do campo semântico da magia e do sortilégio em ioruba “Ásasí”,
Outro brinquedo cantado de significado muito expressivo é o Tangolomango; as crianças brincam em roda também para contagem de números decrescentes, no qual um participante deve deixar a roda ao final de cada verso. Eis algumas quadras desta:
Eram dez irmãs numa casa, Uma delas foi tocar o fole,
Deu um Tangolomango nela, E das dez ficaram nove.
Eram nove irmãs numa casa, Uma delas foi fazer biscoito,
Deu um Tangolomango nela, E das nove ficaram oito.
Eram oito irmãs numa casa, Uma delas foi amolar canivete,
Deu um Tangolomango nela, E das oito ficaram sete. (...)
A simbologia contida nesta brincadeira onde a cada momento uma criança deixa de fazer parte do grupo acometida pelo Tangolomango, vai de encontro as diversas referências a esta palavra como “Uma doença atribuída a feitiçaria, bruxedo, azar, infelicidade, morte” . Nota-se que este assunto é bastante difícil para o entendimento das crianças e carregado de discriminação e preconceito racial, social entre outros.
Como é de praxe, vamos terminar em samba com uma brincadeira muito conhecida no sudeste brasileiro, onde as crianças finalizam a música sambando conjuntamente na roda - como fazem os adultos.
Samba Samba Lelê ta doente,
Tá com a cabeça quebrada,
Samba Lelê precisava, É de umas boas lambadas,
Samba, samba, samba ô Lelê, Samba, samba, samba ô Lalá. (bis)
Nosso velho conhecido samba não poderia ficar de fora das brincadeiras das crianças. Samba é um nome genérico para várias danças brasileiras e para a própria música; contudo, foi registrado em Angola o verbo samba querendo dizer “cabriolar, brincar, divertir-se”; é remetido também a palavra semba de origem Bantu significando o mesmo que umbigada. A propósito, “Lê” é o nome do menor dos três atabaques da orquestra ritual dos candomblés jeje-nagô). As crianças se divertem aprendendo e ensinando a dança do samba umas às outras. Este parece ser o maior objetivo dos brinquedos cantados: transmitir a cultura pela oralidade e pela corporeidade,favorecendo a vivência, a elaboração e o desenvolvimento da criança.
Dentre outras brincadeiras, tem o escravos de Jô mais conhecida. Vários jogadores se dispõem ao redor de uma mesa, com um objeto (ou uma pedra) na mão. Ao ritmo e ao som de uma música com letra, ficam trocando as peças com os jogadores ao lado. Quem erra a disposição das pedras é eliminado da competição.
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Cafundó
por RAQUEL RODRIGUES DO PRADO - quinta, 28 janeiro 2010, 19:58
Cafundó: comunidade remanescente de quilombo localizada na zona rural da cidade de Salto do Pirapora, a 122 km da capital paulista.
As comunidades remanescentes de quilombos são povoadas de descendentes diretos de escravos negros, que se constituíram a partir de uma grande diversidade de processos, que incluem não só as fugas. Mas, também, heranças, doações, recebimentos de terras como pagamento de serviços prestados ao Estado, a simples permanência nas terras que ocupavam e cultivavam no interior de grandes propriedades, além da compra das mesmas, tanto durante a vigência do sistema escravocrata quanto após sua abolição.
Fonte: http://www.quilombocafundo.com.br/resgate_de_cultura.php
Vídeo mostra um pedacinho da comunidade e depoimento de moradores
Hoje são reconhecidas pelo Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) vinte e duas comunidades remanescentes de quilombos em todo o estado. Destas, apenas seis já obtiveram o título de propriedade da terra, garantido pela Constituição de 1988. Cafundó não é uma delas.
A origem de Cafundó , segundo seus moradores e algumas pesquisas, foi a doação de terras feita pelo antigo senhor do casal de escravos Ricarda e Joaquim Congo pouco antes da assinatura da Abolição da Escravatura, em 1888. Posteriormente, os dois trocaram as terras recebidas pela área ocupada atualmente pela comunidade, que, vítima da especulação imobiliária, da invasão dos fazendeiros de propriedades vizinhas e da falta de documentação legal, foi reduzida de 210 hectares para os atuais 21.
Um processo foi aberto pela comunidade em 1972, para obter a terra por usucapião (lei que garante a posse da terra para quem more e produza nela por cinco anos ininterruptos). A causa foi vencida, mas contestada em seguida pelos fazendeiros da região. Marcos, que é o presidente da associação de moradores, diz que sempre lutou pela titulação dos limites de Cafundó, e que seu reconhecimento como comunidade remanescente de quilombo só houve em 1999. Contudo, o líder conta que há dez anos o processo de reconhecimento da propriedade das quatro glebas de terra referentes à área original de seus antepassados está parado na Justiça. “O problema que a gente tem é motivo de vida... sempre tem essas políticas públicas do governo, que vai dar prioridade [SIC] para as comunidades quilombolas, mas só fica no papel” , lamenta.
Na comunidade, até o final de 2008, havia 105 pessoas, que usavam o pouco espaço ao qual legalmente têm direito para cultivar mandioca e cana-de-açúcar e criar porcos e galinhas, tudo em pequena escala. Marcos diz que a vida dos quilombolas de sua comunidade é muito difícil devido à falta da terra e que as pessoas do povoado, entre elas muitos jovens, tiveram que ir trabalhar em outros lugares para trazer seu sustento por não terem perspectivas vivendo apenas em Cafundó. “Não tem uma renda sustentável até hoje.”
Além de faltar renda, falta educação. As crianças têm dificuldades para chegar até a escola e entre os 105 moradores, 13 são analfabetos.“E são essas que não são alfabetizadas que estão brigando por alguma coisa para a comunidade. A grande dificuldade está aí” , diz Regina Pereira, moradora do Cafundó há cinco anos, companheira de Marcos e secretária da associação de moradores.
No tocante à religião, os moradores de Cafundó herdaram a tradição dos escravos, que, por serem obrigados a abandonar suas crenças tribais, ao mesmo tempo em que eram impedidos de entrar nas igrejas católicas, desenvolveram uma espécie de culto que mistura elementos de ambas as tradições religiosas, com predominância cristã. Apoiados nessas tendências, os moradores mantêm suas festas religiosas tradicionais, como a Festa de Santa Cruz, São Benedito e Nossa Senhora Aparecida, que há mais de 100 anos é celebrada e segue a tradição deixada pela matriarca Dona Ifigênia, defensora ferrenha dos costumes transmitidos a ela por seu pai, Joaquim Congo.
É com esse espírito que os habitantes de Cafundó lutam para manter não só as tradições que os caracterizam como também evitar a perda de mais terras enquanto aguardam sua tão sonhada regulamentação, que para Marcos traria finalmente a tranqüilidade e prosperidade da qual seu povo anda tão longe. “Se resolvesse esse problema da terra ia ter a subsistência, a gente poderia plantar mais para o consumo e para vender. Se for ver essa terra toda... já morreram meus antepassados e eu também vou morrer e não vou conseguir ver”, lamenta o líder de Cafundó.
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Características geográficas dos quilombos
por ANDREIA ALVES DE SOUZA - sexta, 22 janeiro 2010, 19:14
Os kilombos de Angola e os quilombos do Brasil guardam consigo outra similaridade que é o fato de estarem situados em regiões antes desocupadas, de grandes contingentes populacionais, ou sem qualquer grupo nas imediações. Eles procuraram ocupar áreas estratégicas, seja do ponto de vista do relevo, a partir de uma topografia de difícil acesso e que propiciaria a vista de movimentações de grupos hostis, seja da perspectiva da qualidade da terra, à medida que se buscava por áreas agricultulráveis, posto que eram guerreiro, mas vinculados ao trabalho com o plantio de uma agricultura de subsistência do grupo, seja na busca de áreas com boa irrigação de córregos, rios, cachoeiras, em que pudessem usar a água com facilidade para transportar-se, para alimentar-se com os peixes e outros animais ribeirinhos, como também para beber, banhar-se e irrigar as áreas cultiváveis.
Fonte:FONSECA, Dagoberto José. Sujeitos e saberes da educação quilombola. Módulo 3, unidade 4, 2009.
http://www.palmares.gov.br/003/00301009.jsp?ttCD_CHAVE=197
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Cokwe
por SHIRLEY DE SOUZA - sexta, 29 janeiro 2010, 12:18
Um dos povos mais destacados de Angola, a sua origem, como a maioria dos povos africanos, é bastante obscura.
A sua língua pertence ao grupo bantu, e sendo naturais da Província da Lunda, nordeste de Angola, expandiram-se pelo centro até ao sul do país, ocupando áreas importantes na Província do Bié e entre os Ganguelas.
É seguramente o povo com maior acervo artístico, com admiráveis esculturas e alegres pinturas parietais, e rico em lendas e tradições.
Regime social baseado no matriarcado, deles terão saído os valentes jagas, que dominaram o que veio a ser o reino N´Gola.
Consta ter sido o primeiro povo a dominar a tecnologia do ferro, donde virá o nome n'Gola, ferreiro, o que fez dele um povo de guerreiros e conquistadores.
É na sua região, na Lunda que se encontra a maior exploração de diamantes de Angola.
http://zukumuna.blogspot.com/2008/08/os-cokwe-ou-tchowe-ou-txocue-ou-quicos.html
Para conhecer uma rica lenda Cokwe sobre a horigem do mundo siga o link e aprecie.
http://www.tucokwe.org/cultura/artigos/Lenda_cokwe_o_pricipio_do_mundo.html
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Comunidade Quilombola Camburi
por ROSELI A. ACRAINE OLIVEIRA - quarta, 27 janeiro 2010, 20:39
CAMBURI ( comunidade quilombola do litoral norte de São Paulo)
Ecoturismo e Desenvolvimento sustentável: o passaporte para o futuro da comunidade
A sobrevivência física e cultural é um desafio cotidiano e urgente que se coloca para os integrantes da Comunidade Camburi.
Preocupados em buscar uma alternativa para a melhoria das condições de vida da população do Camburi, a Associação dos Moradores do Bairro do Camburi, a Associação do Quilombo do Camburi, o Instituto Gondwana, o Parque Estadual da Serra do Mar/Núcleo Picinguaba e a Comissão Pró-Índio de São Paulo uniram-se para elaborar e executar o projeto Ecoturismo e Desenvolvimento Sustentável — o passaporte para o futuro da comunidade do Camburi.
Devido à grande beleza das paisagens locais, a presença de inúmeros atrativos naturais e o acesso relativamente fácil, a atividade turística tem-se intensificado nos últimos anos, porém de maneira desordenada e descontinuada ao longo do ano.
Embora constitua um importante complemento de renda para as famílias locais, o turismo, como vinha sendo praticado, ameaçava a saúde dos moradores e degradava o meio ambiente.
Assim, o projeto foi concebido com o objetivo de ordenar e incrementar o turismo já praticado nas terras do Camburi.
A iniciativa buscou também contribuir para o fortalecimento da cidadania, da identidade étnica e da organização dos quilombolas e caiçaras que constituem a comunidade do Camburi.
O projeto, implementado entre 2002 e 2003 com o apoio financeiro do Instituto Souza Cruz, teve as seguintes linhas de ação:
* Capacitação dos moradores como monitores de ecoturismo
* Levantamento dos atrativos terrestres, costeiros e marinhos e elaboração de roteiros para passeios “de terra e de mar”
* Produção de material de divulgação
* Aquisição de equipamentos para a atividade de turismo
http://www.cpisp.org.br/comunidades/html/brasil/sp/litoral_norte/camburi/camburi_desenvolvimento.html
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Crime de Lesa Humanidade
por SHIRLEY DE SOUZA - sábado, 30 janeiro 2010, 11:35
Crime contra a humanidade é um termo de direito internacional que descreve atos de perseguição, agressão ou assassinato contra um grupo de indivíduos, ou expurgos, assim como o genocídio, passíveis de julgamento por tribunais internacionais por caracterizarem a maior ofensa possível. São crimes que não prescrevem.
Em outubro de 1999, a revista Mundo Estranho publicou uma lista dos dez piores crimes contra a humanidade, na qual constam:
* Holocausto 1939–1945
Vítimas: 6 milhões de judeus
Autor: Nazistas
* Genocídio ucraniano 1932-1933
Vítimas: 3 milhões de ucranianos
Autor: União Soviética
* Sangue no Vietnã 1959-1975
Vítimas: 1,7 milhão de pessoas
Autor: Estados Unidos Da América
* Guerra no Leste Europeu' 1915–1917
Vítimas: 15 milhão de Leste-Europeus mortos, 10 mil judeus deportados
Autor: Facistas
* Massacre em Ruanda abril de 1974
Vítimas: 700 mil tútsis mortos e 200 mil refugiados e centenas de hútus mortos
Autor: Milícias hútus
* Porajmos, a caçada aos ciganos 1939–1945
Vítimas: 500 mil romanis (ciganos)
Autor: Nazistas
* Revolta Circassiana últimas décadas do século XIX
Vítimas: 400 mil circassianos mortos, 1,2 milhão de exilados
Autor: Império Russo
* Crueldade na Bósnia 1972-1975
Vítimas: 200 mil bósnios mortos, 2 milhões de refugiados
Autor: Milícias e exército sérvio
* Terror em Timor-Leste 1965-1979
Vítimas: 150 mil timorenses
Autor: Indonésia
* Hererós e Namaquas 1904-1907
Vítimas: 65 mil hererós e 10 mil namaquas
Autor: Alemanha
* Sangue Angolano 1960-2003
Vítimas: 1,3 milhões de Angolanos
Autor: Países Socialista
* Holocausto armênio 1915 a 1917
Vitimas cerca de 1,2 Milhões de Armênios
Autor Império Turco-Otomano
Wikipeia, Crime contra a humanidade, disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Crime_de_lesa_humanidade, acesso 30/01/2010.
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Danças do Quilombos
por ROSA MARIA RODRIGUES FERREIRA - quinta, 28 janeiro 2010, 15:22 DANÇA DOS QUILOMBOS
A LENDA DO MACULELÊ
Sua origem, porém, como ocorre em relação a todas as manifestações folclóricas de matriz africana, é obscura e desconhecida. Acredita-se que seja um ato popular de origem africana que teria florescido no século XVIII nos canaviais de Santo Amaro, e que passara a integrar as comemorações locais. Há quem sustente, no entanto, que o Maculelê tem também raízes indígenas, sendo então de origem afro-indígena.
Conta à lenda que a encenação do Maculelê baseia-se em um episódio épico ocorrido numa aldeia primitiva do reino de Iorubá, em que certas vezes saíram todos juntos os guerreiros para caçar, permanecendo na aldeia apenas uns poucos homens, na maioria idosos, junto das mulheres e crianças. Disso aproveitou-se uma tribo inimiga para atacar, com maior número de guerreiros.
Os homens remanescentes da aldeia, liderados pelo guerreiro de nome Maculelê, teriam então se armado de curtos bastões de pau e enfrentado os invasores, demonstrando tanta coragem que conseguiram pô-los em debandada. Quando retornaram os outros guerreiros, tomaram conhecimento do ocorrido e promoveram grande festa, na qual Maculelê e seus companheiros demonstraram a forma pela qual combateram os invasores. O episódio passou então a ser comemorado freqüentemente pelos membros da tribo, enriquecido com música característica e movimentos corporais peculiares. A dança seria assim uma homenagem à coragem daqueles bravos guerreiros.
MACULELÊ
Todo dia 2 de fevereiro é dia de Maculelê em Santo Amaro da Purificação, Recôncavo baiano. Segundo Maria Mutti (1978), o Maculelê é uma mistura de dança e luta de origem negra e escrava e tem em Santo Amaro o seu reduto e em mestre Popó o único mestre conhecido.
Vários estudiosos contestam a sua origem achando alguns que se trata de uma dança indígena, outros de luta negra.
Mestre Popó, mais antigo lutador de Maculelê reconhecido popularmente, diz que o Maculelê chegou da costa da África junto aos escravos, até os engenhos de Santo Amaro. Era uma mistura de luta e dança, defesa e ataque misturados aos cantos negros que disfarçavam a luta. Uma forma de treinar a luta sem despertar a desconfiança dos feitores, que só enxergavam a dança.
Para o Maculelê são usados três tambores (atabaques), agogô e ganzá que produzem o ritmo negro da dança. Um par de bastões é usado por cada lutador e único pelo chefe, todos feitos de madeira polida. Cada integrante usa uma gurita na cabeça (touca de ponta), lenço no pescoço, camisa comum ao estilo africano, calça igual e pés descalços. Usam o rosto muito pintado de negro com a boca exageradamente vermelha e cabelos brancos de farinha de trigo.
A dança é composta de leves volteios e um levantar de pés sincronizados às batidas dos bastões . Entre as músicas que acompanham, poucas são aquelas usadas nas senzalas que eram cantadas em línguas africanas. Muitas foram criadas em Santo Amaro pelos filhos e seguidores de mestre Popó. Cada uma delas tem um significado e um objetivo Há música para sair às ruas, para a chegada ao local da apresentação, para saudação a Princesa Isabel pela libertação dos escravos, para Virgem Santa, par recolher doações chamada Ritual do Vaqueiro e aquela que tornou-se a que mais caracteriza o Maculelê: “sou eu, sou eu, sou eu Maculelê, sou eu…”.
Fonte: http://capoeirars.en.eresmas.net
DANÇA DO FOGO
Ao ritmo contagiante dos atabaques os guerreiros demonstram total domínio sobre o elemento de Xangô - O FOGO.
Com movimentos unidos ao brilho das tochas os dançarinos desafiam tal elemento extraindo dele seu poder e força mística.
DANÇA GUERREIRA
Dança com lanças e escudos, onde os guerreiros, numa combinação de movimentos plásticos e agressivos fazem saudações aos deuses africanos e representam ataques correspondentes à sua dança de guerra.
PUXADA DE REDE
Mantida em poucas praias do litoral baiano, a Puxada de Rede é uma importante manifestação folclórica do estado com traços da cultura negra africana. Ela permite a integração entre os pescadores e a preservação de traços africanos na cultura do povo que vive do mar, já que toda a atividade da pesca realizada é acompanhada de danças, mímicas, poesias e cantos dos pescadores africanos trazidos para o Brasil.
A Puxada de Rede acontece entre outubro e abril, época em que os peixes procuram as águas quentes e rasas do litoral nordestino. Nessa época a pesca é realizada na beira da praia com uma gigantesca rede de arrasto e não em alto amor, como de costume. A armação e a puxada da rede são comuns em praias como Armação, Chega Nego e Carimbamba.
A grande rede usada leva ate mil metros de corda e cinco meses de trabalho para ficar pronta. Para manipulá-la são necessários 63 homens, 1 chefe , 1 mestre de terra , 1 mestre de mar, 20 catadores, 20 homens do mar e 20 homens da terra. A rede aberta liga barcos em círculo na água e homens na terra que, assim que encontram peixe puxam a rede à praia.
Cantos simples são repetidos como aqueles cantados pelos antepassados negros e alguns até se referem à terra de origem como Aruanda. A última canção entoada é sempre o canto de saudação à rainha do mar em agradecimento pelo sucesso da puxada.
Fonte: www.visiteabahia.com.br
SAMBA DE RODA
O Samba de Roda começou, provavelmente nos tempos da colonização, quando os negros, na sua primeira pausa para descanso, dançavam a moda da sua terra.
O ritmo contagiante do samba marcado por palmas e passos excitantes fez com que, aos poucos, o samba saísse da senzala e fosse para as ruas e até para a casa dos brancos.
Hoje, o Samba de Roda é freqüente nos mais diversos festejos baianos como o carnaval, por exemplo.
A dança do samba de roda em si é considerada simples, mas é preciso muito “molejo” para realizar com os pés ou passos marcados com as mãos. Existem passos específicos da roda que representam diversas atividades do cotidiano, como, por exemplo, o corta jaca paço no qual o sambista representa com os pés o ato de cortar uma jaca, retirar o “visgo” e recolher o caroço. Cada ação é representada por um conjunto específico de movimentos sempre marcados pelas palmas dos outros sambistas. Outros exemplos são o miudinho, amarrado, barra-vento e sapateado.
A dança acontece quando ao som de samba forma-se uma roda com um sambista ao centro que apresenta sua ginga, dançando por algum tempo. Logo, ele desafia um componente da roda com um sinal como a umbigada ou um simples aperto de mão, que toma o seu lugar no meio da roda. Tudo transcorre ao som de marimbas, viola pandeiros, ganzás, atabaques, berimbaus e outros instrumentos de percussão. Mas, o samba não deixa de acontecer por falta de instrumentos, pois o improviso é muito freqüente e até mais original.
Na falta de instrumentos, facas arranham a borda de pratos, colheres são batidas como castanholas, pentes e papeeis são soprados e tampas de panelas são batidas com as pontas dos dedos, enquanto o tirador lança frases simples que são cantadas repetidamente.
O Samba de Roda é uma tradição em cidades como Cachoeira, Candeias, Santo Amaro, Muritiba e outras.
Fonte: www.visiteabahia.com.br
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DIA DA CRIANÇA AFRICANA
por NUBIA ARAUJO - domingo, 7 fevereiro 2010, 19:32
16 de Junho - Dia da Criança Africana
O Dia da Criança Africana institucionalizado pela Organização de Unidade Africana “OUA” em Addis-Abeba, Etiópia, desde 1991, é comemorado a 16 de Junho de todos os anos, em memória dos meninos negros do Soweto, massacrados em 1976 por terem protestado contra a discriminação no ensino.
Neste acontecimento, milhares de estudantes negros do Soweto, África do Sul, na sua manifestação exigiram às autoridades de Pretoria uma melhor educação e aprendizagem das línguas nativas em vez de unicamente o inglês. Apesar dos acontecimentos tristes, foram reconhecidas 11 línguas nacionais entre o “Afrikaans” nas escolas, sendo o inglês ficado na 12ª posição oficial.
A data em questão tornou-se em mais um ato de incentivo para a juventude africana, desvirtuando a idéia inicial de ajuda aos filhos que nasceram e nascem sem ter qualquer garantia do seu futuro.
A manifestação juvenil, na qual durante 14 dias morreram mais de cem pessoas e 1000 outras feridas, pretendia ter um caráter pacífico, mas acabou na extrema violência, cujo episódio de coragem das crianças e estudantes ficou conhecido como o “Levante do Soweto”.
Por isso, a efeméride suscitou a necessidade de uma infância condigna, uma educação para todos sem distinção de sexo, crença e raça para prevenir os perigos que afetam a comunidade (doenças transmissíveis, miséria e pobreza) e a garantia do seu desenvolvimento.
No continente africano, particularmente nos países afetados pelas guerras, epidemias, pelo neo-colonialismo e outras catástrofes naturais, colocam as crianças numa situação de sofrimento, miséria, analfabetismo, delinquência e outras calamidades.
Fonte: http://www.africanidade.com/articles/1074/1/16-de-Junho-Dia-da-CrianAa-Africana/Paacutegina1.html
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Escolas Quilombolas
por Elisabete Fernandes Pita de Melo - domingo, 24 janeiro 2010, 14:17
De acordo com a Fundação Cultural Palmares, órgão do Ministério da Cultura, até dezembro de 2008 foram reconhecidas 1.305 comunidades remanescentes de quilombos no país. Segundo o Relatório da UNICEF há 1.253 escolas quilombolas em 2007, das quais estão distribuídas por quase todos os estados brasileiros com exceção dos estados de Roraima, Acre e o Distrito Federal, que não possuem comunidades quilombola. Em geral, é bastante precária a situação da qualidade e até mesmo o acesso. Além disso, os professores, em sua maioria, não têm a formação adequada para dar aulas.
Nos últimos anos, o Censo Escolar tem registrado uma evolução da oferta educacional nessas comunidades. Em 2006, o número de escolas localizadas em áreas remanescentes de quilombos cresceu 94,4% em relação a 2005, chegando a 1.283 unidades e 161.625 matrículas. A maior parte se localiza na Região Nordeste. O Maranhão é o estado com maior número de escolas em áreas quilombolas totalizando 423 escolas. E infelizmente, no estado de Amazonas há uma comunidade quilombola, mas não tem escola específica.
Quadro de escolas em área remanescente de quilombos
Unidade da Federação
Quantidade de:
Matrículas Docentes Escolas
Rondônia 39 2 2
Pará 16.138 652 181
Amapá 1.078 77 12
Tocantins 880 66 18
Maranhão 34.229 1.705 423
Piauí 1.160 58 23
Ceará 2.724 84 11
Rio Grande do Norte 1.093 55 17
Paraíba 1.990 103 18
Pernambuco 8.695 337 46
Alagoas 3.545 120 16
Sergipe 2.915 162 16
Bahia 57.437 1.748 246
Minas Gerais 6.845 441 81
Espírito Santo 558 35 15
Rio de Janeiro 2.570 144 9
São Paulo 1.409 120 26
Paraná 2.228 128 17
Santa Catarina 73 6 6
Rio Grande do Sul 3.230 263 30
Mato Grosso do Sul 1.228 87 6
Mato Grosso 285 13 2
Goiás 1.433 87 32
Total Brasil 151.782 6.493 1.253
Fonte: INEP/2007
“O Direito de Aprender: Potencializar avanços e reduzir desigualdades”, coordenação geral Maria de Salete Silva e Pedro Ivo Alcântara. – Brasília, DF: UNICEF, 2009, pág. 28 e 29.
http://portal.mec.gov.br/index.phpoption=com_content&view=article&id=12398&Itemid=688
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Etnia
por CLARICE TEODORO DE OLIVEIRA SOARES - quinta, 28 janeiro 2010, 20:50
Uma etnia ou um grupo étnico é, no sentido mais amplo, uma comunidade humana definida por afinidades lingüisticas e culturais e semelhanças genéticas. Estas comunidades geralmente reinvindicam para si uma estrutura social, política e um território.
A palavra etnia é usada muitas vezes erroneamente como um eufemismo para raça, ou como um sinônimo para grupo minoritário.
Fonte: pt.wikipédia.org/wiki/etnia
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FESTA E A RELIGIOSIDADE EM ALGUMAS DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS NEGRAS E QUILOMBOLAS NO ESTADO DO PARANÁ
por SILVANA APARECIDA DOS SANTOS - terça, 26 janeiro 2010, 18:56
A religião e a festa são temas muito importantes na vida diária das Comunidades Tradicionais Negras e Quilombolas em nosso Estado. O dia a dia se interrompe muitas vezes ao longo do ano, pela organização e participação em diversas festas para homenagear aos “Santos de devoção da Comunidade”, ou em particular para o “Santo de devoção de alguma família”.
Para os organizadores, a festa representa além de momentos de lazer, muito trabalho, tanto no seu preparo como na sua realização. A religiosidade no Quilombo e nas Comunidades Tradicionais Negras no Paraná caracteriza-se pela presença da festa. As comemorações anuais dos Santos, as obrigações do calendário de cada festa são assinaladas com toques, danças, cânticos e oferendas de alimentos especiais. Cada um destes grupos familiares organiza anualmente algumas festas que se tornaram tradição, para eles e para a população do entorno, algumas maiores, com apoio da Igreja católica chegando há durar uma semana ou mais, outras com um, dois ou três dias de duração.
É comum que os participantes realizem festas em sua casa convidando o restante da comunidade os vizinhos para participar do evento e até mesmo colaborar com doações para o seu abrilhantamento. Assim, o ano se caracteriza, para as comunidades, por uma sucessão de festas, com calendário marcado entre o plantio e a colheita (mutirão) que é outra festa específica e tradicional. Relatamos aqui algumas destas festas e onde elas ocorrem:
QUILOMBO DE JOÃO SURÁ
A MESADA DOS ANJOS
Dona Joana conta que a Mesada dos Anjos é feita no mês de junho, no dia de Santo Antonio, na hora do almoço, época final da colheita. Quando iniciam a preparação do terreno para a roça as pessoas fazem a promessa de fazerem a mesada para os anjos protegerem o plantio e a colheita. Durante o período de cultivo e colheita engordam porcos, frangos e patos. No dia de Santo Antonio, final da colheita, em agradecimento preparam uma mesa com uma diversidade de pratos — preparados com os animais criados nos quintais, produtos da roça e da horta e oferecem para as crianças da comunidade, menores de 7 anos. Depois que as crianças estão satisfeitas e também se serviram dos doces, bolos e balas que compõem a sobremesa os adultos são autorizados a se servirem.
FESTA DE SANTO ANTONIO
Acontece em 11 - 12 e 13 de junho, são três dias de festa porque as pessoas começam a chegar no dia 11 para os preparativos, no dia 12 a novena e no dia 13 missa.
FESTA DO DIVINO
Novena no mês de junho, a bandeira do Divino visita todas as casas, passa a noite, a família serve a janta na chegada, café da manhã, e almoçam na saída para a outra casa.
Foguete em comemoração na chegada da bandeira do Divino na casa que vai hospedar o Santo e a comitiva dos que estão vindo de fora, os foliões chegam e pedem uma oferta, em dinheiro para que a festa possa continuar, e também pedem uma prenda em alimento, o que a família puder ofertar, quem tem criação, para pagar promessas pelas graças alcançadas, que a roça, as criações, a família e tudo que possuem, sejam abençoadas pelo Divino. Todas as doações são relacionadas em um caderno, as prendas, as doações em dinheiro, com o nome das pessoas que doaram.
Depois que o Santo visita as casas do quilombo de João Surá, de todos que se dispuseram á recebê-lo, atravessa o rio Pardo de barco e é levado para o quilombo da Praia Grande, no município de Iporanga São Paulo os negros deste quilombo são aparentados com os negros de João Sura, são da mesma família então lá permanece a bandeira, até o próximo ano quando visitará todas as casas de lá e voltando perfazendo o mesmo trajeto de barco vindo pelo rio Pardo e visitando todas as casas do quilombo de João Sura novamente e permanece deste lado até o próximo ano e assim sucessivamente desde o tempo dos ancestrais.A festa é organizada pela Igreja Católica no dia 13 de junho, as bandeiras do Divino tanto as do Paraná como as de São Paulo, vão para a Igreja, neste dia e a festa é realizada com, leitão, porco assado,espetinho, bingo — a renda é para a Igreja.
VENERAÇÃO A SÃO GONÇALO
São vários os nomes dados ao culto de São Gonçalo: Romaria de São Gonçalo, Voltas de São Gonçalo, Terço de São Gonçalo, Dança de São Gonçalo, Reza de São Gonçalo, Festa de São Gonçalo, Trocado para São Gonçalo, Roda de São Gonçalo.
A Festa se dá na maioria das vezes sobre o seguinte acontecimento: uma pessoa faz uma promessa e em agradecimento à graça alcançada convida amigos, vizinhos, parentes e músicos (violeiros), para realizar a Dança.
Em alguns locais a Dança é realizada em áreas abertas localizadas pertos das casas (Terreiro), dentro de casas ou em Capelas. Sempre com um altar armado para o Santo.
A Dança acontece seguindo alguns padrões de respeito obrigatórios:
- Só se pode dançar de frente para o Santo, mesmo saindo da Dança nunca ficar de costas para o Santo.
- Evitar conversas, risos e demais barulhos.
- Deve-se cumprimentar o Santo ao sair da Dança, faz-se um Sapateado, finalizando beijando o Santo, o Altar, ou as fitas que enfeitam o seu altar.
- Os violeiros ficam entre duas filas de dançarinos, uma de homens e outra de mulheres,lado a lado (a maneira desta organização pode variar).
- Pode ser em um fim de semana – um sábado, por exemplo, usam também a bandeira do Divino na hora do mestre cantar seus versos.
Há muitas Lendas sobre São Gonçalo, dizem os quilombolas que a sua dança vêm do começo do quilombo com os mais antigos. Dizem também que ele “o santinho” foi muito farrista e para pagar suas dívidas, dançava à noite toda com pregos nos sapatos, contam também que era muito alegre, gostava de tocar viola e por meio dos versos ensinava a Religião.
RECOMENDA DAS ALMAS
A “Recomenda das Almas”, ritual que tem início na quarta-feira de cinzas e acontece todas as noites de segundas, quartas e sextas durante a quaresma. Para os quilombolas, nesse período as almas ficam soltas e é para elas em especial, que é realizado o ritual. Os grupos são formados em sua maioria por pessoas idosas.
Para participar, os integrantes precisam obedecer a regras a baixo: os componentes do grupo não podem olhar para trás, pois correm o risco de verem as almas.
1. Os donos das casas que não podem olhar para fora de suas residências.
2. A ordem dos integrantes frente às casas, e também nas cruzes á beira da estrada e onde sinaliza que ali morreu alguém, deve ser de acordo com a colocação de voz de cada um. (Clemilda Santiago Neto)
fonte: http://quilombosnoparana.spaceblog.com.br/
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Gibi Quilombos
por Gilmara Ap. Guedes dos S. Dadie - sexta, 29 janeiro 2010, 20:37
Título: GIBI Quilombos
Autor: SECAD
Editora: MEC/SECAD.
Edição: 1. Edição.
Páginas: 0.
Resenha: O Gibi Quilombos: Espaço de Resistência de Crianças, jovens, mulheres e homens negros, criado pela REDEH – Rede de Desenvolvimento Humano - ,apresenta a história de todas as meninas(os), jovens, homens e mulheres quilombolas que, espalhados pelo país, lutam há muito tempo pela preservação de sua cultura, seus valores e principalmente, pelo direito de contar sua verdadeira história. É um convite à reflexão, aumentando ainda mais a auto-estima dos cerca de 49.722 alunos(as) quilombolas, segundo dados no INEP, matriculados em 364 escolas localizadas em áreas de remanescentes de quilombos.
Para baixar o gibi acesse: http://futraco.wikispaces.com/file/view/gibi_quilombos.pdf
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Grandes personagens por APARECIDA DE FATIMA SIMAO DA SILVA - domingo, 31 janeiro 2010, 09:31
Pixinguinha (1897 – 1973)
O apelido de Alfredo da Rocha Filho tem uma história, ele era chamado pela avó de Pizindim, que significa “menino bom" em um dialeto africano. Quando ainda era criança, pegou uma doença chamada varíola e começou a ser chamado de Bexiguinha. A combinação dos dois nomes gerou o apelido Pixinguinha, pelo qual o o músico é conhecido até hoje. Desde pequeno ele teve contato com a música, e em 1911 já tocava em bailes e quermesses. Ele era presença garantida em carnavais, peças de teatro e orquestras, surpreendendo as platéias com o som de sua flauta. Pixinguinha compôs sambas e chorinhos famosos, como Carinhoso, Samba de nego e Ai, Eu queria.
Era o décimo-quarto filho de uma família musical. Seu pai era músico e vários de seus irmãos também. Ainda novo começou a acompanhar seu pai, flautista, em bailes e festas, tocando cavaquinho. Aos 12 anos fez a sua primeira obra, o choro “ Lata de Leite” que foi inspirado nos chorões, músicos boêmios que depois de noitadas regadas a bebidas e música, tinham o hábito de tomar o leite alheio que ficava nas portas das casas... Aos treze, passou a estudar o bombadino e a flauta. Aos 17 grava as suas primeiras composições: “ Rosa” e “ Sofre Porque Quer”. Em 1922, vai para o exterior com o grupo “ Os Oito Batutas” e estende para seis mesues sua turnê, marcada para durar somente um mês. Conhece a fama internacional.
Até este ponto, pode-se pensar que é um caminho natural de um músico aplicado. Mas Pinxinguinha não foi somente um músico capaz. É reconhecido até hoje como um exímio flautista, talvez o maior que o país já teve, foi maestro, arranjador e intérprete. O primeiro maestro-arranjador a ser contratado em uma época que a maioria dos músicos era amadora. Misturou a sua formação erudita basicamente européia com os ritmos negros brasileiros e a música negra norte-americana. Deu uma guinada no som do Brasil!! Trouxe um tempero, um sotaque nacional, marcou com classe e com estilo a nossa música.
Sua história se mistura com a própria história do rádio e da música nacional. É o grande mestre entre todos os outros grandes mestres que o Brasil já teve. Não é possível pensar em música nacional sem se curvar diante deste músico maravilhoso que morreu em 1973.
Fontes: http://www.mpbnet.com.br
http://www.direitos.org.br
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Grileiros
por SHIRLEY DE SOUZA - sexta, 29 janeiro 2010, 12:44
Já é mais do que conhecida a origem dos substantivos grilagem e grileiro. Os termos surgiram a partir de uma prática muito antiga de colocar um papel (contendo um tipo de “comprovação" de propriedade) dentro de uma gaveta junto com alguns grilos. O papel, após algumas semanas, passa a ter uma aparência envelhecida em razão dos dejetos daqueles insetos. Com este papel envelhecido pela ação dos grilos, a pessoa visa comprovar a antiguidade de sua ocupação.
Para além da origem do termo, a Grilagem constitui-se hoje num “Sistema ou organização ou procedimento dos grileiros". Estes últimos são "indivíduo[s] que procura[m] apossar-se de terras alheias mediante falsas escrituras de propriedade"3. A definição presente no dicionário permite-nos compreender de imediato a ilegalidade, ou melhor, a ação criminosa conhecida como grilagem. Ela, porém, não nos ajuda a entender três questões a serem aqui discutidas: 1) a luta entre posseiros e fazendeiros tem uma história, cuja marca é o fenômeno da grilagem empreendida na maior parte das vezes pelos terratetentes. Neste sentido, a grilagem não é recente, constitui-se, pois num processo histórico e secular de ocupação ilegal;2) a grilagem deve ser compreendida à luz da dinâmica e transmissão de patrimônio dos grandes fazendeiros, ou melhor, grilar não é uma prática isolada, mas tem a ver com os esforços dos senhores e possuidores de terra em expandir suas propriedades ad infinitun e 3) a grilagem não é somente um crime cometido contra o verdadeiro proprietário (seja um indivíduo, no caso de terras particulares invadidas, seja em áreas pertencentes ao Estado, no caso mais freqüente de invasão de terras devolutas), mais é um crime cometido contra a nação.
Motta, Márcia Maria Menendes, A GRILAGEM COMO LEGADO disponível em http://www.historia.uff.br/artigos/motta_grilagem.pdf.
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HERANÇA CULTURAL NEGRA
por LUCIANA APARECIDA ORBETELLI DE FREITAS - domingo, 31 janeiro 2010, 14:33
A contribuição cultural de escravos-negros é enorme. Na religião, música, dança, alimentação, língua, temos a influência negra, apesar da repressão que sofreram as suas manifestações culturais mais cotidianas.
INFLUÊNCIA RELIGIOSA
No campo religioso, a contribuição negra é inestimável, principalmente porque os africanos, ao invés de se isolarem, aprenderam a conviver com outros setores da sociedade.
Favoreceu esta convivência, a mentalidade comum a ambos os grupos étnicos - brancos e negros -, de que a prática religiosa estava voltada para a satisfação de algum desejo material ou ideal. As promessas a santos, pagas com o sacrifício da missa, apresentavam semelhanças com os pedidos feitos aos deuses e espíritos africanos em troca de oferendas de diversos tipos.
Mas, nos primeiros séculos de sua existência no Brasil, os africanos não tiveram liberdade para praticar os seus cultos religiosos. No período colonial, a religião negra era vista como arte do Diabo; no Brasil-Império, como desordem pública e atentado contra a civilização.
Assim, autoridades coloniais, imperiais e provinciais, senhores, padres e policiais se dividiram entre tolerar e reprimir a prática de seus cultos religiosos.
A tolerância com os batuques religiosos, entretanto, devia-se à conveniência política: era mantida mais como um antídoto à ameaça que a sua proibição representava, do que por aceitação das diferenças culturais.
Outras manifestações culturais negras também foram alvo da repressão. Estão neste caso o samba, revira, capoeira, entrudo e lundú negros.
www.ibge.gov.br/brasil500/negros/hercultural.html -
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Identidade Negra
por Gilmara Ap. Guedes dos S. Dadie - sexta, 29 janeiro 2010, 21:28
A identidade negra é entendida, aqui, como uma construção social, histórica, cultural e plural. Implica a construção do olhar de um grupo étnico/racial ou de sujeitos que pertencem a um mesmo grupo étnico/racial, sobre si mesmos, a partir da relação com o outro.
Construir uma identidade negra positiva em uma sociedade que, historicamente, ensina aos negros, desde muito cedo, que para ser aceito é preciso negar-se a si mesmo é um desafio enfrentado pelos negros e pelas negras brasileiros(as). (...) Para entender a construção da identidade negra no Brasil é importante também considerá-la não somente na sua dimensão subjetiva e simbólica mas sobretudo no seu sentido político, como uma:
tomada de consciência de um segmento étnico-racial excluído da participação na sociedade, para a qual contribuiu economicamente, com trabalho gratuito como escravo, e também culturalmente, em todos os tempos na história do Brasil (MUNANGA,1994: 187).
Fonte: Livro Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal nº 10.639/03 - Ministério da Educação. Brasilia, 2005. pg. 42-43.
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Irmandades negras
por FRANCILENE DE SOUZA TAVARES - sábado, 6 fevereiro 2010, 11:02
As irmandades criadas em várias partes do Brasil, sobretudo a partir do século XVII, têm origem na Europa Medieval e tinham como objetivos principais a devoção católica e a caridade, fornecendo assistência técnica aos associados. Para fazer parte dessas associações, era preciso pagar um valor de entrada e as esmolas anuais, destinadas aos gastos com as festas, missas, sepulturas e cortejos fúnebres.
As irmandades eram divididas de acordo com a cor da pele e a condição social, existindo aquelas para brancos e, dentre estas, para os da elite. As associações mais ricas eram as do Santíssimo Sacramento e as das ordens terceiras do Carmo e de São Francisco. Como negros e pardos eram proibidos de participar das irmandades de brancos, criaram-se, então, associações específicas para esses grupos sociais. Dessa maneira, era-lhes incentivada a integração à doutrina católica, mas sem a ocupação do mesmo espaço físico dos brancos.
Em geral, as irmandades de negros tinham devoção por santos negros como Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, Santo Elesbão, Santa Efigênia e São Benedito. Essas associações, compostas por negros, escravos e libertos, eram importantes para amenizar as agruras da escravidão e promover relações de solidariedade. Elas ofereciam assistência em casos de doença ou de dificuldades financeiras, conseguiam sepulturas, realizavam enterros dignos e ainda podiam ajudar na compra de alforria.
As irmandades dos homens de cor, como eram conhecidas as destinadas aos negros, ainda organizavam-se com base na origem, dividindo -se entre as dos crioulos e as dos africanos. Já entre os africanos, existiam as separações por "nações" ou as que reservavam os cargos mais importantes as "nações" específicas. É o caso das irmandades de Nossa Senhora do Rosário que, em geral, escolhiam para os cargos de direção os africanos de "nação" angola.
Na cidade de São Paulo, existiam três irmandades dos homens de cor: a de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, a de Santo Elesbão e Santa Efigênia, e a de São Benedito. Uma vez por ano as irmandades realizavam uma festa em homenagem ao seu santo de devoção, compreendendo missas, sermões e procissões. Mas a festa não acabava na igreja, continuando pelas ruas da cidade com desfiles de reis e rainhas ao som de batuques.
O memorialista Antonio Egídio Martins deixou esta descrição da celebração na cidade de São Paulo, no século XIX:
"Por ocasião das solenidades que, antigamente, se efetuavam na igreja de Nossa Senhora do Rosário, em honra desta Santa, se realizavam também, em frente à mesma igreja, festejos populares, postando-se aí um numeroso bando de pretos africanos, que executavam, com capricho, a célebre música denominada Tambaque (espécie de Zé Pereira), cantando e dançando com as suas parceiras, que adornadas de rodilha de pano branco na cabeça, pulseira de prata, e de rosário de contas vermelhas e de ouro no pescoço, pegavam no vestido e faziam requebrados, sendo por isso vitoriados com uma salva de palmas pela numerosa assistência (...)".
Em 14 de novembro de 1758, foi provisionada pelo bispo D. Frei Antônio de Madre de Deus Galrão a Irmandade de Santo Elesbão e Santa Efigênia, com sede na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, na cidade de São Paulo. Somente em 1794 as imagens dos santos e a Irmandade foram transferidas para uma capela e, no início do ano seguinte, rezada a primeira missa. Mas o príncipe regente só autorizou a transferência da Irmandade em 1801, em provisão datada de 13 de fevereiro.
No início do século XIX, a região que abrangia a capela se desenvolveu e mais residências foram edificadas, compondo o que seria em 1809 a freguesia de Santa Efigênia. Em 1817, uma nova igreja, maior, começou a ser construída, obras promovidas pelo vigário colado Antonio Joaquim da Silva. Esta igreja, com estilo colonial, foi demolida em 1905 e reerguida, em estilo gótico, em 1912, em frente à ladeira do Seminário e ao Viaduto Santa Ifigênia.
A igreja Nossa Senhora do Rosário da Penha de França foi erguida em 16 de junho de 1802 com o intuito de reunir africanos e seus descendentes em torno da fé católica. Esta irmandade apoiava aqueles que não possuíam recursos financeiros, conseguindo um local digno para serem enterrados,num cemitério próximo a Igreja. Também realizava festa da cultura afro-brasileira, como a congada e o maracatu.
Em 1934, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário da Penha de França passou a abrigar a Associação de São Benedito, que igualmente auxiliava nos trabalhos de apoio à população carente. Por volta da década de 1970, as festividades da Igreja e São Benedito foram interrompidas, sendo retomadas apenas em 2002 para a comemoração dos 200 anos da Igreja. Essas festas, com músicas, grupos de congada, moçambique e maracatu e missas-afro, acontecem sempre no mês de junho, em homenagem ao aniversário da Igreja.
Referência bibliográfica:
MATTOS, Regiane Augusto, etal. Paulicéia afro: lugares,histórias e pessoas. São Paulo: Editora Parma, 2008.
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Influência Indígena na cultura brasileira
por CLARICE TEODORO DE OLIVEIRA SOARES - sexta, 29 janeiro 2010, 17:54
Indígena brasileiro, representando sua rica arte plumária e de pintura corporal
Os indígenas
A colonização do território brasileiro pelos europeus representou em grande parte a destruição física dos indígenas através de guerras e escravidão, tendo sobrevivido apenas uma pequena parte das nações indígenas originais. A cultura indígena foi também parcialmente eliminada pela ação da catequese e intensa miscigenação com outras etnias. Atualmente, apenas algumas poucas nações indígenas ainda existem e conseguem manter parte da sua cultura original.
Apesar disso, a cultura e os conhecimentos dos indígenas sobre a terra foram determinantes durante a colonização, influenciando a língua, a culinária, o folclore e o uso de objetos caseiros diversos como a rede de descanso. Um dos aspectos mais notáveis da influência indígena foi a chamada língua geral (Língua geral paulista, Nheengatu), uma língua derivada do Tupi-Guarani com termos da língua portuguesa que serviu de lingua franca no interior do Brasil até meados do século XVIII, principalmente nas regiões de influência paulista e na região amazônica. O português brasileiro guarda, de fato, inúmeros termos de origem indígena, especialmente derivados do Tupi-Guarani. De maneira geral, nomes de origem indígena são frequentes na designação de animais e plantas nativos (jaguar, capivara, ipê, jacarandá, etc), além de serem muito frequentes na toponímia por todo o território.
A influência indígena é também forte no folclore do interior brasileiro, povoado de seres fantásticos como o curupira, o saci-pererê, o boitatá e a iara, entre outros. Na culinária brasileira, a mandioca, a erva-mate, o açaí, a jabuticaba, inúmeros pescados e outros frutos da terra, além de pratos como os pirões, entraram na alimentação brasileira por influência indígena. Essa influência se faz mais forte em certas regiões do país, em que esses grupos conseguiram se manter mais distantes da ação colonizadora, principalmente em porções da Região Norte do Brasil.
Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/cultura_do_Brasil
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ITESP
por JANETE APARECIDA DA SILVA FREITAS - quinta, 28 janeiro 2010, 20:22
ITESP
Criado em 1991, o Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP), assumiu as atribuições do DAF e DRF e unificando as atividades de assentamento e regularização fundiária num mesmo órgão, entretanto com proteção da cidadania. No ITESP foram acrescidas as ações de mediação de conflitos fundiários, capacitação de trabalhadores rurais e atendimento às comunidades de quilombos.
Em 1999 a Lei 10.207, de 8 de janeiro, cria a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo "José Gomes da Silva" - ITESP, regulamentada pelo Decreto 44.294, de 4 de outubro. A criação da Fundação Itesp consolida a experiência institucional paulista na reforma agrária, iniciada no governo de Carvalho Pinto, que elevou São Paulo à condição de modelo nessa área. A Fundação Itesp é sucessora natural e legal de toda uma seqüência de órgãos estaduais ligados às questões agrárias e fundiárias.
A Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) é a entidade responsável por planejar e executar as políticas agrária e fundiária do Estado de São Paulo e pelo reconhecimento das Comunidades de Quilombos. É vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania.
Seu trabalho ocorre no âmbito estadual, realizando a reforma agrária e promovendo a democratização do acesso à terra, em benefício de posseiros, quilombolas, trabalhadores rurais sem-terra ou com pouca terra, além de implementar políticas de desenvolvimento sustentável para as comunidades com as quais atua, numa perspectiva de resgate da cidadania, com vistas ao desenvolvimento humano, social e econômico.
Principais atividades
Assentamentos Rurais
O ITESP presta assistência técnica a mais de 10,2 mil famílias em 172 assentamentos rurais, atuando tanto na implantação de projetos de assentamentos, com a abertura de estradas, perfuração de poços, como no desenvolvimento dessas comunidades, por meio do fornecimento de calcário, mudas, sementes, pequenos animais, reflorestamento, educação ambiental e construção de equipamentos para o apoio à organização das famílias. O Itesp está presente em 54 municípios que possuem assentamentos rurais. A maior parte dos assentamentos está na região do Pontal do Paranapanema: 106, somando mais de 5,7 mil famílias.
Regularização Fundiária
Regularização de áreas urbanas e rurais. As ações de regularização fundiária do ITESP encontra-se em 82 municípios. De 1995 para cá foram concedidos mais de 25 mil títulos de domínio, em parceria com prefeituras e com a Procuradoria Geral do Estado, por meio do Programa Minha Terra.
Formação e capacitação
O acesso a conhecimentos especializados é um importante instrumento para o desenvolvimento dos assentamentos rurais. A compreensão das características, fragilidades e potenciais das unidades de produção familiares, o gerenciamento adequado das unidades produtivas e de empreendimentos cooperativos, conhecimentos sobre as cadeias produtivas e os sistemas de produção e comercialização podem contribuir de forma decisiva para o desenvolvimento sustentável das comunidades rurais com quem o Itesp atua. A promoção da cidadania e o fortalecimento da agricultura familiar são panos de fundo destas ações, com vistas ao desenvolvimento e inclusão social das famílias assentadas e quilombolas.
Comunidades Quilombolas
Atuação junto a quilombos - O Itesp presta assistência técnica para mais de mil famílias quilombolas em 14 municípios. São 24 comunidades remanescentes de quilombos reconhecidas pelo Itesp, seis delas já tituladas.
Mediação de conflitos
A Fundação ITESP busca a pacificação do campo por meio da mediação de conflitos, realizando a identificação e acompanhando os conflitos fundiários no Estado de São Paulo.
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Livro (gratuito) sobre Educação quilombola no Brasil
por Gilmara Ap. Guedes dos S. Dadie - domingo, 31 janeiro 2010, 00:20
Título: Dimensões da inclusão no Ensino Médio: mercado de trabalho, religiosidade e educação quilombola
Autor: MEC /SECAD
Editora: Educacao para Todos.
Edição:
Páginas: 100.
Resenha:A Coleção Educação para Todos, lançada pelo Ministério da Educação e pela UNESCO em 2004, apresenta-se como um espaço para divulgação de textos, documentos, relatórios de pesquisas e eventos, e estudos de pesquisadores, acadêmicos e e d u c a d o re s , n a c i o n a i s e internacionais, no sentido de aprofundar o debate em torno da busca da educação para todos. Representando espaço de interlocução, de informação e de formação para gestores, educadores e pessoas interessadas no campo da educação continuada, reafirma o ideal de incluir socialmente o grande número de jovens e adultos excluídos dos processos de aprendizagem formal no Brasil e no mundo. Para a Secretaria de E d u c a ç ã o C o n t i n u a d a , Alfabetização e Diversidade (SECAD), a educação não pode separar-se, nos debates, de questões c o m o d e s e n v o l v i m e n t o ecologicamente sustentável; gênero e orientação sexual; direitos humanos; justiça e democracia; qualificação profissional e mundo do trabalho; etnia, tolerância e paz mundial A compreensão e o respeito pelo diferente e pela diversidade são dimensões fundamentais do processo educativo.
Veja alguns temas deste livro:
Parte I – Expectativas sobre a Inserção de Jovens Negros e Negras do Ensino Médio no Mercado de Trabalho
Parte II – Afro-brasileiros e Religiosidade no Ensino Médio
Parte III – Educação Formal e Informal nas Comunidades Negras Rurais
• Aprendizado nas comunidades quilombolas: currículo invisível.
• Os remanescentes de quilombolas na região do Tocantins (PA): história, cultura, educação e lutas por melhores condições de vida
• Obstáculos e perspectivas dos kalungas no campo educacional
• Trocar saberes e repensar a escola nas comunidades negras do Ausente, Baú e Quartel do Indaiá
• Educação formal e informal: o diálogo pedagógico necessário em comunidades remanescentes de quilombos
(Este livro faz parte uma grande coleção do MEC composta por mais 30 livros que abordam os temas deste curso como: Educação Indígena e os problemas do índio no Brasil, Ed. Jovens e adultos, Negro e educação Quilombola, Educação e diversidade, violência na escola, etc. Para baixá-lo, por favor, acesse meu blog nesta plataforma).
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Livros infantis com personagens negros
por Gilmara Ap. Guedes dos S. Dadie - sexta, 5 fevereiro 2010, 21:22
Livros infantis com personagens negros e contos africanos...
É fundamental que os livros infantis com personagens negros e outras etnias possam fazer parte do dia a dia das crianças desde a mais tenra idade, pois a ausência destes nas histórias faz com que as crianças acreditem que há uma hierarquia racial, ou seja, o negro não deve, não merece ou não pode estar ali. A apresentaçaõ de histórias com personagens negros incentiva em todas as crianças a valorização da diversidade, além de ser fundamental para que a criança negra construa uma auto-imagem positiva.
Os livros aqui sugeridos não abordam necessariamente o tema da etnicidade, e nem devem fazê-lo necessariamente. O mais importante é que apresentem qualidade de texto e ilustração, pois o personagem negro não deve estar presente somente em livros onde há tema referente a sua etnia/ raça. É fundamental que estas e outras obras se tornem rotina no dia a dia das escolas de educação básica!
Livros infantis com personagens negros e contos africanos
Menina bonita do laço de fita
Ana Maria Machado, (Cortez editora)
Este livro narra a história de um coelhinho apaixonado que deseja descobrir como uma linda garotinha ficou pretinha. Ótima opção para ajudar as crianças a refletirem sobre diferenças étnicas e sobre família.
O menino Nito - Sonia Rosa – Pallas
Homem não chora?!? Este é um problema que se coloca diante do menino Nito. "Prato cheio" para pensarmos a respeito dos gêneros e dos diferentes estereótipos que vivenciamos e ajudamos a fortalecer em nosso dia a dia.
Sundjata o leão do Mali – Will Eisner (Cia das letrinhas)
Lenda da região do Mali muito conhecida no continente africano. História com direito a super-herói, vilãos, guerras e muita aventura. Narrada em forma de gibi e com uma ilustração riquíssima, esta lenda vai agitar a galerinha do Ens. Fund.
Há uma versão antiga da Saraiva (narrada em prosa), ideal para o Ensino Fundamental II e E. M.; nesta versão as imagens devem ser alvo de observação e discussão, pois trazem uma representação caricatural das personagens.
Chuva de manga - James Rumford (Brinque Book)
Esta história acontece em um país africano chamado Chade. Lá há épocas de seca e outras de chuva e fertilidade. Tomás nos mostra seu dia a dia, seus brinquedos artesanais, a importância da chuva para seu povo e principalmente, sua cultura e a valorização do fruto que vem da terra. Conhece alguma realidade semelhante ?
Pura poesia... Ideal para Educação Infantil e Ensino Fundamental.
O menino marrom –Ziraldo , (ed. Melhoramentos)
Esta história como o próprio nome diz, fala de um menino marrom e de um menino cor de rosa, que são grandes amigos e juntos vão descobrindo e aprendendo sobre a vida. Aborda em alguns pontos a questão do preconceito e incentiva a valorização da diversidade humana.
Ideal para ser contado na Educação Infantil (em capítulos ou trechos) e no Ensino Fundamental, certamente irá fomentar instigantes discussões e levantamentos de hipóteses durantes as rodas de conversa.
As tranças de Bintou - Sylvanie Diouf – (Cosac Naify)
Tanto, tanto - Trish Cooke (Ática)
Que mundo maravilhoso - Joe Cepeda Julius Lester - (BRINQUE BOOK)
A menina que bordava bilhetes – Lenice Gomes, (Editora Cortez)
Quando eu digo, digo - Lenice Gomes – Paulinas
Ana e Ana – Célia Cristina & FE ed. DCL
Meus Contos Africanos- Nelson Mandela (Org.), Martins Fontes
Por que o Sol e a Lua Vivem no Céu: um Conto Popular Africano –
Andre Koogan Breiman, Ed. Nacional
A mbira da beira do rio Zambeze: canções do povo xona inspiram crianças brasileiras.
Heloisa Pires, Ed. Salamandra
O Zambeze é um rio do Zimbábue, um país africano cujo nome significa “morada das pedras”. Lá vive Chaka, um menino do povo Xona que gosta de tocar mbira, um instrumento que soa como as águas do rio e que agrada os vadzimu, espíritos protetores de seu povo. Com este livro, os leitores vão conhecer a história da mbira e ouvir seu delicado som, no CD que acompanha o livro.
Histórias da preta, Heloisa Pires, Cia das Letrinhas
Outros Contos Africanos Para Crianças Brasileiras,
Rogerio Andrade Barbosa - Ed. Paulinas
Os tesouros de Monifa - Sonia Rosa (Brinque Book)
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Maracatú
por RAQUEL RODRIGUES DO PRADO - quinta, 28 janeiro 2010, 20:15
Maracatu é uma manifestação cultural da música folclórica pernambucana afro-brasileira. É formada por uma percussão que acompanha um cortejo real. Como a maioria das manifestações populares do Brasil, é uma mistura das culturas indígena, africana e européia. Surgiu em meados do século XVIII. Foi criado para formar uma critíca as cortes portuguesas.
Os Maracatus mais antigos do Carnaval do Recife, também conhecidos como Maracatu de Baque Virado ou Maracatu Nação, nasceram da tradição do Rei do Congo, implantada no Brasil pelos portugueses. O mais remoto registro sobre Maracatu data de 1711, de Olinda, e fala de uma instituição que compreendia um setor administrativo e outra, festivo, com teatro, música e dança. A parte falada foi sendo eliminada lentamente, resultando em música e dança próprias para homenagear a coroação do rei: o Maracatu.
Parece que a palavra "maracatu" primeiro designou um instrumento de percussão e, só depois, a dança que se dançava ao som deste instrumento. Os cronistas portugueses chamavam aos "infiéis" de nação, nome que acabou sendo assumido pelo colonizado. Os próprios negros passaram a autodenominar de nações a seus agrupamentos tribais. As nações sobreviventes descendem de organizações de negros deste tipo, e nos seus estandartes escrevem CCMM (Clube Carnavalesco Misto Maracatu).
Mário de Andrade, no capítulo Maracatu de seu livro Danças Dramáticas Brasileiras II, elenca diversas possibilidades de origem da palavra maracatu, entre elas uma provável origem americana: maracá=instrumento ameríndio de percussão; catu=bom, bonito em tupi; marã=guerra, confusão; marãcàtú, e depois maràcàtú valendo como guerra bonita, isto é, reunindo o sentido festivo e o sentido guerreiro no mesmo termo. Mario de Andrade no mesmo texto deixa claro que enumerava os vários significados da palavra "sem a mínima pretensão a ter resolvido o problema. Simples divagação etimológica pros sabedores...divagarem mais." No entanto, sua origem e história não é certa, pois alguns autores ressaltam que o maracatu nasceu nos terreiros de candomblé, quando os escravos reconstituíam a coroação do reis do Congo. Com o advento da abolição, este ritual ganhou as ruas, tornando-se um folguedo carnavalesco.
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Movimento Negro
por SHIRLEY DE SOUZA - sexta, 29 janeiro 2010, 12:37
Movimento Negro (ou MN) é o nome genérico dado ao conjunto dos diversos movimentos sociais afro-brasileiros, particularmente aqueles surgidos a partir da redemocratização pós-Segunda Guerra Mundial, no Rio de Janeiro e São Paulo.
Movimentos sociais expressivos envolvendo grupos negros perpassam toda a História do Brasil. Contudo, até a Abolição da Escravatura em 1888, estes movimentos eram quase sempre clandestinos e de caráter radical, posto que seu principal objetivo era a libertação dos negros cativos. Visto que os escravos eram tratados como propriedade privada, fugas e insurreições, além de causarem prejuízos econômicos, ameaçavam a ordem vigente e tornavam-se objeto de violenta repressão não somente por parte dos classe senhorial, mas do próprio Estado e seus agentes.
A principal forma de exteriorização dos movimentos negros rebeldes contra a escravização, nos cerca de quatro séculos em que a mesma perdurou no país (1549?- 1888), foi a quilombagem.
Com o fim do Império, os grupos negros se incorporaram a diversos movimentos populares, particularmente de base messiânica, como o de Canudos e o do beato Lourenço. Tiveram ainda participação destacada na "Revolta da Chibata" em 1910, capitaneada pelo marinheiro João Cândido. Através da revolta da Armada, Cândido conseguiu fazer com que a Marinha de Guerra do Brasil deixasse de aplicar a pena de açoite aos marujos (negros, em sua maioria). Apesar da vitória e de uma promessa de anistia, a liderança do movimento havia sido praticamente exterminada um ano depois, e o próprio João Cândido, embora tenha sobrevivido ao expurgo, acabou seus dias esquecido e na miséria.
A "Revolta da Chibata" foi praticamente o último ato de rebelião negra organizada – e armada – ocorrido no Brasil. Daí para frente, os grupos negros passaram a buscar formas alternativas de resistência, "especialmente em grupos de lazer, culturais ou esportivos". Esta forma de resistência pacífica já existia durante o período de escravidão, embora não fosse, conforme descrito acima, o único instrumento de contestação existente.
O Movimento Negro no século XX
Tendo como principais centros de mobilização as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, os movimentos sociais afro-brasileiros começam a trilhar novos caminhos a partir de meados dos anos 1910, numa tentativa de lutar pela cidadania recém-adquirida e evoluir para organizações de âmbito nacional. A primeira grande manifestação neste sentido é o surgimento da imprensa negra paulista, cujo primeiro jornal, O Menelick, começa a circular em 1915. Seguem-lhe A Rua (1916), O Alfinete (1918), A Liberdade (1919), A Sentinela (1920), O Getulino e o Clarim d' Alvorada (1924). Esta onda perdura até 1963, quando foi fechado o Correio d'Ébano. Estes jornais possuíam como característica principal, o fato de não se envolverem na cobertura dos grandes acontecimentos nacionais (os quais, cautelosamente, evitavam). Conforme assinala Moura,[9] tratava-se de "uma imprensa altamente setorizada nas suas informações e dirigida a um público específico".
É também graças a esse caldo de cultura ideológico propiciado pela imprensa negra paulistana, que se desenvolve nos anos 1930 um dos mais interessantes movimentos afro-brasileiros de caráter nacional, a Frente Negra Brasileira (FNB). Fundada em 16 de Setembro de 1931, graças a uma forte organização centralizada na figura de um "Grande Conselho" de 20 membros, presidida por um "Chefe" (o que lhe valeu a acusação de movimento fascista), e contando com milhares de associados e simpatizantes, a FNB teve uma atuação destacada na luta contra a discriminação racial, tendo sido, por exemplo, responsável pela inclusão de negros na Força Pública de São Paulo. Depois dos êxitos obtidos, a FNB resolveu constituir-se como partido político, e nesse sentido, deu entrada na Justiça Eleitoral em 1936.
Todavia, a vida da FNB enquanto partido foi curta. Em 1937, com a decretação do Estado Novo por Getúlio Vargas, todos os partidos políticos – inclusive a Frente Negra – foram declarados ilegais e dissolvidos. A partir daí e praticamente até a Redemocratização, em 1945, os movimentos sociais negros tiveram de recuar para suas formas tradicionais de resistência cultural. A única possível exceção neste período (mas que se insere no contexto de resistência cultural), deve-se à ação de Abdias do Nascimento, que em 1944 no Rio de Janeiro, fundou o Teatro Experimental do Negro (TEN). Nascimento foi o responsável por expressiva produção teatral onde buscava dinamizar "a consciência da negritude brasileira" ([10] e combater a discriminação racial
Ressurgimento: 1975-1985
A partir dos anos 1960, a ditadura militar brasileira inviabilizou todas as manifestações de cunho racial. Os militares transformaram o mito da "democracia racial" em peça-chave da sua propaganda oficial, e tacharam os militantes (e mesmo artistas) que insistiam em levantar o tema da discriminação como "impatrióticos", "racistas" e "imitadores baratos" dos ativistas estadunidenses que lutavam pelos direitos civis.
O movimento negro, enquanto proposta política, só ressurgiria realmente em 7 de Julho de 1978, quando um ato público organizado em São Paulo contra a discriminação sofrida por quatro jovens negros no Clube de Regatas Tietê, deu origem ao Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial (MNU). A data, posteriormente, ficaria conhecida como o Dia Nacional de Luta Contra o Racismo.
A constituição do MNU como foro privilegiado de debates sobre a discriminação racial refletiu-se na atitude do Estado em relação ao tema, culminando com a criação em 1984 do primeiro órgão público voltado para o apoio dos movimentos sociais afro-brasileiros: o Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra, no governo Franco Montoro. Foi ainda de Montoro a iniciativa de indicar um representante dos negros para a chamada Comissão Arinos, que criminalizou a discriminação racial na Constituição brasileira de 1988.
Militância: 1988-2000
Os anos pós-Constituição de 1988 registraram avanços nas lutas institucionais dos movimentos afro-brasileiros contra o racismo e mesmo numa maior aceitação por parte da sociedade, da discussão desta temática
Embora esta nova atitude tenha significado uma maior participação da militância negra na política brasileira, nem sempre os partidos de esquerda, como se poderia imaginar, foram os responsáveis pelos avanços mais notáveis na luta antidiscriminação. Na verdade, impregnada de uma ideologia eurocêntrica reducionista, que tinha como parâmetro um determinismo economicista, a esquerda brasileira historicamente minimizou a questão das relações sociais, inserindo-as no âmbito do conflito Capital × Trabalho. O Partido dos Trabalhadores, por exemplo, apenas em 1995 criou um espaço para a discussão da luta racial, a Secretaria Nacional de Combate ao Racismo do PT.
A questão racial também entrou para a pauta de discussão das centrais sindicais a partir da década de 1990. O V Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), reconheceu a importância da temática racial para a organização dos trabalhadores. A Central Geral dos Trabalhadores (CGT), foi responsável pela organização de um Seminário Nacional de Sindicalistas Anti-Racistas em 1990, no Rio de Janeiro, o qual resultou numa Comissão Nacional Contra a Discriminação Racial, e a Força Sindical (FS) reestruturou a sua Secretaria Nacional de Desenvolvimento da Igualdade Racial. As centrais citadas uniram-se ainda para a constituição do Instituto Sindical Interamericano Pela Igualdade Social (INSPIR), que incluiu ainda as organizações internacionais AFL-CIO e ORIT.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Negro
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Negreiros ou tumbeiros
por CRISTIANE RAMOS CORDEIRO - terça, 2 fevereiro 2010, 22:14
Navio negreiro
Navio negreiro por Rugendas
Navio negreiro (português europeu) ou navio tumbeiro (português brasileiro) é o nome dado aos navios de carga para o transporte de escravos, especialmente os escravos africanos, até o século XIX.
O navio possuia pouca de higiene, os escravos habitavam o porão destes, presos a correntes. Era tão grande que levava em média, quatrocentos africanos amontoados, mal alimentados e em péssimas condições de higiene. O cheiro era quase insuportável, o espaço era mínimo embora o navio fosse muito grande, pois eram muitos escravos num mesmo navio. Os "donos" dos escravos pouco se importavam com isso.
O tráfico de escravos nos navios negreiros só foi proibido no século XIX, e mesmo depois de proibido ainda haviam navios vindo da África.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Noticia-publicada em 2006-Folha de SP
por PAULA FERREIRA DA COSTA MOURA - quinta, 28 janeiro 2010, 21:34 06/07/2006 - 18h20
Filhos de quilombos são retratados em mostra fotográfica em São Paulo Da Redação
André Cypriano
Imagem da exposição Quilombolas, em cartaz
em São Paulo
• VEJA FOTO
O fotógrafo André Cypriano registrou o dia-a-dia e as relações sociais de 10 comunidades remanescentes de quilombos em diversos estados do país, e essas imagens estão expostas na Edifício Sé da Caixa Cultural, em São Paulo.
Cypriano, ao lado de Rafael Sanzio Araújo dos Anjos, fez uma pesquisa sobre a geografia e as formações sociais nos quilombos, e transformou este trabalho no livro "Quilombolas - Tradições e cultura da resistência", que tem textos e fotografias.
Das imagens do livro, 37 estão expostas na Caixa Cultural, além de ilustrações e mapas das comunidades de Cafundó (São Paulo), Itamatatiua (Maranhão), Oriximiná (Pará), Kalunga (Goiás), Mocambo (Sergipe), Rio de Contas - Barra do Brumado (Bahia), Conceição dos Caetanos (Ceará), Tapuio (Piauí), Curiaú (Amapá) e Mumbuca (Tocantins).
Quilombolas - Tradições e Cultura da Resistência
QUANDO: de 7/7 a 13/8 (terça a domingo, das 9h às 21h)
ONDE: Caixa Cultural - Edifício Sé (Praça da Sé, 111)
INFORMAÇÕES: (11) 3107-0498
fonte:http://entretenimento.uol.com.br/arte/ultnot/2006/07/06/ult988u670.jhtm
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O significado de alguns nomes africanos
por LUCIANA MARIA DA SILVA ARAÚJO - sexta, 29 janeiro 2010, 14:19
Nome Sginificados Sexo Origem
Caxambu Espécie de tambor Menino
Africano
Dakarai Felicidade Menina
Africano
Iemanjá Mãe das águas Menina
Africano
Iori Vitalidade da luz Menino
Africano
Janaína Sinônimo de iemanjá, rainha do mar Menina
Africano
Kuat Variante de Kuarashí Menino
Africano
Malika Doce princesa Menina
Africano
Taú Bravo como um leão Menino
Africano
Urbi Princesa Menina
Africano
Xinavane O que espalha a notícia Menina
Africano
Xoloni Perdão Menino
Africano
Zaci Pai de todos Menino
Africano
Zaila A feminina Menina
Africano
Zaire Vindo da Região do Zaire Menino
Africano
Zaki Proeza do leão Menino
Africano
Zalika Bem nascido Menina
Africano
Zarina Mulher de ouro Menina
Africano
Zene Moça bonita Menina
Africano
fonte: Focaliza Isso! - Africano nomes - Dicionário de significado de nomes.mht
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Os desafios da Educação Quilombola
por PAULA FERREIRA DA COSTA MOURA - quarta, 27 janeiro 2010, 20:27
EDUCAÇÃO NOS QUILOMBOS - Desafios Multiculturais na Formação Docente
Por Nelson Pascarelli Filho e Alessandra Umbelino
“A necessidade imperiosa da formação de professores no tema Pluralidade Cultural. Provocar essa demanda específica na formação docente é exercício de cidadania. É investimento importante e precisa ser um compromisso político pedagógico de qualquer planejamento educacional / escolar para formação e/ou desenvolvimento profissional dos professores.” (PCN.Temas Transversais)
Infelizmente, as comunidades remanescentes de quilombos ainda são pouco conhecidas por grande parte dos brasileiros.
A Fundação Cultural Palmares, órgão vinculado ao Ministério da Cultura, constatou a existência de centenas de comunidades quilombolas distribuídas pelos estados brasileiros. Estima-se que no Brasil haja 1.700 comunidades quilombolas que estão distribuídas em quase todo país, com exceção de Roraima, Acre e Distrito Federal.
As terras quilombolas estão localizadas em áreas de difícil acesso, onde vive uma população com histórico de resistência à dominação, representante de uma memória viva da história afro-brasileira.
O conceito de Quilombo ainda está restrito às denominações de núcleo de escravo fugido; esconderijo de escravo no mato; habitação clandestina; comunidade negra rural; grupos sociais descendentes de escravos africanos. E, é está visão estereotipada sobre a representação do segmento negro que ignora o conhecimento científico, técnico, lingüístico, estético e a visão de mundo dos africanos e afro-brasileiros. Portanto, estas denotações são limitadas para designar a complexidade desse fenômeno.
Urge pensarmos nestas comunidades como grupos que resistiram ou manifestamente se rebelaram contra o regime escravista e formaram territórios independentes onde a liberdade e o trabalho comum passaram a constituir símbolos de liberdade, autonomia, resistência e diferenciação do regime de trabalho escravista.
Neste contexto, existem cerca de 50 mil estudantes matriculados em 364 escolas localizadas em áreas remanescentes de quilombos que estão concentradas na Região Nordeste.
O maior número de alunos descendentes de quilombolas está no estado do Maranhão: 10 mil alunos em 99 estabelecimentos localizados em terras habitadas por descendentes de africanos.
Quando o conceito de Quilombo é ensinado somente nesse restrito âmbito de “insolência negra tardia”, semeam e perpetuam-se nos alunos ideologias racistas e eugênicas; miniditaduras e equívocos históricos que ainda perduram há séculos no sistema educacional brasileiro porque são efetivados por péssimos livros didáticos e falácias de autoridades docentes.
Cabe aos educadores a árdua tarefa ética de mudar esse equivocado paradigma secular tendo agora uma visão mais ampla sobre esses grupos que ultrapasse a simples questão fundiária e considere os aspectos étnicos, históricos, antropológicos e culturais.
A bagagem cultural africana é matriz importante na formação do povo brasileiro.
Os povos africanos não foram responsáveis somente pelo povoamento do território brasileiro e pela mão de obra escrava. Podemos destacar algumas contribuições pedagógicas dos povos africanos: oralidade, alunos e alunas contadores de histórias; a circularidade, que é um valor civilizatório afro-brasileiro, pois aponta para o movimento, a renovação, o processo e a coletividade; a musicalidade, que é um dos aspectos afro-brasileiros mais emblemáticos e que está na gênese da música popular brasileira; cooperatividade - a cultura afro-brasileira é cultura do plural e do coletivo. Se a cultura afro-brasileira é a cultura do plural, do coletivo e da cooperação, grande equívoco é ensinar a História do Brasil por líderes, como se eles tivessem agido sem a coletividade.
O mesmo vale para a História Geral e para a História do Esporte - não existem vencedores e perdedores sem uma equipe que os fez.
É importante lembrar que a aculturação rouba a alma de um povo.
Caio Prado, em sua obra a Formação do Brasil Contemporâneo, ressaltou que o “trabalho escravo nunca irá além de seu ponto de partida: o esforço físico constrangido; não educará o individuo, não o preparará para um plano de vida humana mais elevado. Não lhes acrescentará elementos morais; e pelo contrário, degradá-lo-á, eliminando mesmo nele conteúdo cultural que por ventura tivesse trazido do seu estado primitivo. As relações servis são e permanecerão relações puramente materiais de trabalho e produção, e nada ou quase nada mais acrescentarão ao complexo cultural da colônia”.
O Censo 2000 mostrou que a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais varia de acordo com cor ou raça. Enquanto na população de cor branca era de 8,3%, na que se declarou de cor preta, atingiu 21,5%. A população indígena tinha a maior taxa de analfabetismo (26,1%) e a de cor amarela (asiáticos e descendentes), a menor (4,9%). Entre a população parda, a taxa era de 18,2% e para o total do País, 12,9%.
Exercer a pedagogia da eqüidade implica no desafio de formar professores com a capacidade de abordar eticamente o multiculturalismo.
É fundamental rever os currículos dos cursos de licenciaturas e pedagogia, pois os educadores brasileiros ainda são formados a partir de uma visão homogeneizadora e linear da história, conduzindo-os a uma neutralidade que ignora valores básicos da composição pluriétnica da sociedade brasileira.
É impossível ser um educador ético quando se ignora a globalização, o multiculturalismo, as questões étnicas, as novas formas de comunicação, as manifestações culturais e religiosas, as diversas manifestações de violência simbólica e a exclusão social que configuram diferenciados cenários sociais, políticos e culturais.
A prática pedagógica é dinâmica, e o tempo que rege esse dinamismo é o gerúndio: tudo está acontecendo, o aluno está aprendendo, amadurecendo, “adolescendo”.
A pluralidade cultural também é repleta de dinamismo e assume a tarefa de avançar em direção à construção de uma proposta pedagógica multicultural que nunca está acabada, pois o Brasil, que é um país continental, multiétnico onde se vive um intenso sincretismo religioso, nunca estará pronto, com uma única face que o caracterizaria; ele estará sempre “acontecendo”, se formando.
Os desafios em propor novas metodologias para o ensino de estudos étnicos implicam em reformular currículos e ambientes escolares; articular cultura e identidade; criar oportunidades de sucesso escolar para todos os alunos, independentemente de seu grupo social, étnico, religioso e político.
Em algumas comunidades remanescentes de Quilombos foram realizadas mudanças bem sucedidas na prática pedagógica, com o objetivo de compreender a importância das questões relacionadas à diversidade étnico-racial e lidar positivamente com elas, destacando-se: preservar os recursos naturais existentes na comunidade; valorizar os costumes da cultura afro-brasileira e a preocupação com a importância do resgate histórico da cultura local; re-significar a dinâmica do poder e as relações sociais de dominação.
Desta forma, aboliu-se da prática pedagógica quilombola a desarticulação entre o saber local e a cultura escolar; o espontaneísmo pseudodidático manifesto pela falta de planejamento entre os professores; a manutenção ideológica de que o negro somente contribuiu para a formação da sociedade brasileira como escravo. Buscando-se elementos simbólicos e culturais que influem no processo identitário da comunidade, obtém-se um currículo que atende à especificidade étnica e cultural dos quilombolas.
Trabalhar insistentemente a auto-estima e a conscientização da cidadania da criança negra com a criança não negra, a possibilidade de conhecer uma cultura diferente da apresentada que de maneira alguma está num patamar abaixo ou acima, é conscientizar de que estamos num universo de culturas diferentes que devem ser respeitadas nas suas individualidades.
Ao estabelecer um canal de comunicação curricular com o mundo, os quilombolas apoderam-se de outros saberes e passam a exercer a plena cidadania brasileira.
fonte:http://www.institutobrasilverdade.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=2409&Itemid=44
NELSON PASCARELLI FILHO. Escritor da FTD. Diretor da Pascarelli Sciens. Conferencistas, Consultor Científico-Educacional. Biólogo, Filósofo, Bacharel em Psicologia, Psicanalista. Palestrante do ROTARY CLUB, SIEEESP, ABITEP, ECOPLAN, SINPEEM, APROFEM, SINPROS; OAB, SABESP, Polícia Ambiental, Universidade São Judas Tadeu e diversas Secretarias Municipais e Estaduais de Educação em todo o Brasil. Prof. Titular de Ciências Naturais da SME/ SP. Biografia foi incluída na Wikipédia em educadores brasileiros. 16 livros didáticos publicados e adotados em nível nacional.
ALESSANDRA UMBELINO Pedagoga e pesquisadora na área de educação comparada. Consultora Educacional da Pascarelli Sciens. Palestrante do SIEEESP. Exerce a docência no Ensino Fundamental pela Secretaria de Educação de São Caetano do Sul / SP.
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Palmares
por ANA CAROLINA PERES - quinta, 28 janeiro 2010, 18:36
Palmares já existia antes do século XVIII
A região era habitada primitivamente pelos índios Trombetas.
Com a formação do quilombo dos Palmares no interior pernambucano e alagoano, dirigido pelo valente Zumbi, tomou impulso, fama e ganhou o nome que hoje tem, batizado que foi pelos negros, que chamavam seus habitantes de palmarinos. Não sabemos como era denominada a região dos palmares antes dos negros, num território de 260 quilômetros de extensão por 132 de largura, em faixa paralela à costa, onde se distribuíam cerca de 50 mil habitantes, cuja faixa territorial situava-se entre o Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, e a parte norte do curso inferior do Rio São Francisco, no estado de Alagoas.
De 1848 a 1873 Palmares é denominado POVOADO DOS MONTES porque as terras pertenciam à família Montes que construiu uma capela, hoje a Catedral de Nossa Senhora da Conceição dos Montes, TROMBETAS devido à lenda de que um soldado teria perdido uma trombeta durante uma passagem pelo local, POVOADO DO UNA em homenagem ao rio que banha a região e, finalmente, PALMARES, triunfando assim a denominação dos negros, por força da abundância de palmeiras que vicejavam na região, principalmente babaçu, carnaúba, pindoba, ouricuri e dendê.
Em 13 de maio de 1862 é criada a Comarca dos Palmares, por força da Lei Provincial nº 520.
Em 1868 Palmares é elevado à categoria de Distrito, por força da Lei Provincial nº 844, de 28 de setembro.
Em 1873, por força da Lei Provincial n° 1083, de 24 de maio, é criado o município autônomo, que tomou o nome de município dos Palmares.
9 de junho de 1879 – Palmares emancipa-se do município de Água Preta, por força da Lei Provincial n° 1458, adquirindo foros de cidade.
Palmares tem muita história para contar. Além de grandes poetas, o município possui o primeiro teatro a funcionar no interior de Pernambuco e o terceiro mais antigo do Estado, além de abrigar a primeira loja maçônica de Pernambuco.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Palmares
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Parque Memorial Quilombo dos Palmares
por DENISE DUARTE LEME - quarta, 27 janeiro 2010, 11:59
O PARQUE
História:
No século XVII, o Quilombo dos Palmares, que chegou a abrigar mais de vinte mil pessoas, ocupou quase duzentos quilômetros de extensão, na zona da mata da então Capitania de Pernambuco. Resistiu por mais de cem anos às investidas bélicas dos colonizadores portugueses e holandeses, e é considerado o maior e mais importante quilombo de todas as Américas. A historiografia de Palmares, pelas suas peculiaridades, tem sido tema de teses, análises e discussões e dividida basicamente em três fases, ao longo dos últimos 300 anos. A sua bibliografia, relativamente pequena, é marcada por obras quase que definitivas, em função da escassez e tipicidade das fontes primárias disponíveis.
Após décadas de militância e articulações, o Movimento Negro Brasileiro finalmente conseguiu que a Serra da Barriga, último reduto palmarino, fosse tombada como Patrimônio Histórico, Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, em 1986, imortalizando este local como símbolo de luta pela liberdade e referência de uma História de resistência, de organização social e política. Posteriormente, em 21 de março de 1997, Zumbi dos Palmares foi reconhecido pelo Governo Federal como Herói Nacional.
Conceito:
O PARQUE MEMORIAL QUILOMBO DOS PALMARES, inspirado nas referências históricas conhecidas, homenageia a epopéia palmarina, a partir de uma releitura que incorpora os consenso das interpretações e as expressões culturais afro-brasileira e indígena.
A riqueza do patrimônio imaterial afro-brasileiro tem sido preservada através da oralidade e das práticas religiosas, culturais e artesanais, encontradas nas Casas Religiosas de Matriz Africana e nas Comunidades Remanescentes de Quilombo. Estas são as fontes de criação do conteúdo cultural do Parque Memorial Quilombo dos Palmares.
O cuidado em não apresentar o falso histórico permeia todos os elementos do Parque – principalmente as construções que, inspiradas na arquitetura de matriz africana e indígena, oferecem uma infra-estrutura ambientalmente correta, segura e confortável para os visitantes.
O desenvolvimento do turismo sustentável baseia-se nas vertentes da valorização e preservação culturais e ambientais, aliadas à inserção da comunidade local, oferecendo qualidade no atendimento e geração de trabalho e renda. Assim, o Parque Memorial Quilombo dos Palmares deverá ser o equipamento âncora deste processo.
A sua implantação será também um futuro catalisador de reflexões e debates, re-inserindo a Serra da Barriga, em nível nacional, nas discussões ligadas à construção e o avivamento da identidade negra, através da sua cultura e sua História.
Localização:
Serra da Barriga – União dos Palmares – Alagoas
Fonte: www.quilombodospalmares.org.br/index.php
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Quilombo
por GILDA GUEDES DOS SANTOS - segunda, 1 fevereiro 2010, 02:15
As denominações quilombos, mocambos, terra de preto, comunidades remanescentes de quilombos, comunidades negras rurais, remanescentes de comunidades de quilombos são expressões que designam grupos sociais descendentes de escravos africanos trazidos para o Brasil durante o período colonial, que resistiram ou manifestamente se rebelaram contra o regime escravista, formando territórios independentes, onde a liberdade e o trabalho comum passaram a constituir símbolos de liberdade, autonomia, resistência e diferenciação do regime de trabalho escravista.
Para a Fundação Palmares, o mito de quilombos históricos, como o de Palmares, mesmo funcionando como referência para a luta dos negros pelo seu reconhecimento, acabam sendo os únicos lembrados. Na verdade, segundo afirmam, cada quilombo teve uma história diferente. Existiam os grandes núcleos de resistência, mas também existiam outros que se mantinham inseridos no contexto social e econômico da região. Muitos desses grupos não eram perseguidos e sobrevivem ainda hoje. A Fundação Palmares explica que mesmo hoje em dia, esses grupos são reconhecidos como descendentes de negros dos quilombos, o que tornará mais fácil tentar colocar em prática o direito garantido pela Constituição de 1988. A população que vive em torno dos núcleos de descendentes de escravos sempre se refere a esses locais, como quilombos, mocambos ou terras dos negros.
As comunidades remanescentes de quilombos caracterizam-se, em sua maioria, por serem de predominância negra, rurais, com atividades sócio-econômicas que integram a agricultura de subsistência, atividades extrativas (minerais e/ou vegetais), pesca, caça, pecuária tradicional (pequena quantidade de animais de pequeno, médio e grande portes), artesanato e agroindústria tradicional e/ou caseira voltada principalmente para a produção de farinha de mandioca, azeites vegetais e outros produtos de uso local que normalmente são comercializados também. A realidade desses grupos sociais foi levantada a partir de método diagnóstico participativo aplicado em eventos de planejamento denominados oficinas, realizadas em várias comunidades localizadas nas diversas regiões do País.
http:// zinhortindade.blogspot.com
btpp://www.bahia.com.br
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Quilombo Virtual – História de Lideranças Negras
por PAULA FERREIRA DA COSTA MOURA - quarta, 27 janeiro 2010, 20:15 MOTIVAÇÃO
Para quem conhecia o castigo da chibata e outras formas de tortura , a ideia de um quilombo poderia representar uma espécie de retorno ao paraiso, um pouco mais do que a própria liberdade.
Se os Brancos definiam o Quilombo como refúgio dos escravos que conseguiam escapar do Senhores , Para os Negros era um lugar escondido da mata , quase sempre em montes de difícil acesso , onde podiam retomar seus usos e costumes das origens Africanas.
De senzalas em senzalas , um pensamento remoía as esperanças dos negros, fazendo - os sonhar com a vida livre na mata , já conseguia por muitos . No entanto, Para Fugir , mais do que uma oportunidade, seria necessária muita coragem.
Afinal, os negros tinham mulheres e filhos que poderiam pagar por sua liberdade. Além disso , a maioria não aceitava a idéia de abandona - Los
E se a fuga fracassasse , o recapturado sofreria na pele o supremo castigo da novena , enfrentando no troco , nove noites seguidas de açoites
A revolta contra o sofrimento do seu próprio destino levava o negro preso na senzala ou foragido , à lembrança de seus deuses , encontrando na figura de Zumbi a última forma de salvação contando com ele para manter suas esperanças
CURIOSIDADES
Em regiões da África negra, Zumbi seria identificado com gênio do mal , o senhor da guerra , que os escravos acreditavam um dia viesse liberta - los .
Espectro , no Nordeste brasileiro confundido até com o saci , zumbi envolvia diferentes explicações.
Ora com feiticeiro, retraído e misterioso encontrado somente à noite , ora a alma de um preto velho transformada num pássaro cujos gemidos são ouvidos ao anoitecer.
Todas as formas e explicações , porém se uniriam na figura da esperança de liberdade que os negros transportaram e personificaram nos chefes de grupos foragidos , reunidos no quilombos
Zumbi - para muitos Zâmbi - seria , por isso , o nome conferido pela História ao comandante do maior e mais famoso de todos os Quilombos o de Palmares. Também identificado por Ganga Zumba , esse chefe principal do agrupamento seria uma espécie de rei, aglutinado em seu titulo , por extensão , as qualidades de um deus .
Chegando a reunir, 20 mil pessoas em diversas aldeias em torno de núcleo maior , O Quilombo dos Palmares cresceu junto a penhascos e em meio à mata que ainda hoje existe em parte , não muito distante da sede do Município de União dos Palmares , recebendo negros foragidos de engenhos de todo o Nordeste brasileiro e fazendas de diversos pontos do Brasil
TRÁFICO NEGREIRO
O tráfico negreiro para o Brasil iniciou-se em 1539 quando Duarte Coelho , donatário de Pernambuco , pediu a D . João III que lhe concedesse permissão para "haver alguns escravos de Guiné" E se prolongaria, assim dos século XVI até meados do século XIX.
Nesse longo período , mais de "5.500.000" escravos excluindo os mortos durante as travessias marítimas , que atingiam 40% dos embarcados , foram trazidos para o Brasil , principalmente de Angola , Guiné e Costa da Mina , sendo desembarcados , de preferência , na Bahia e Rio de Janeiro
Depois do pedido de Duarte da Costa , Pero de Góis , donatário de S. Tomé , enviou carta em 1545 a seu sócio , Martim Ferreira , pedindo que lhe fossem enviados " sessenta negros de guiné’
No entanto foi depois de 1549 que a transmigração negra foi incrementada, detonando-se os escravos aos engenhos de açúcar em número cada vez maior a às fazendas em geral.
Dispondo de um território menor do que do Brasil , Portugal não dispunha de uma população numericamente capaz de garantir sua colonização.
Daí a necessidade do braço escravo , conforme justificativa da época
VITÓRIAS DOS QUILOMBOS
O sucesso de uma simples fuga poderia ser o incentivo para muitas outras. Os homens dos engenhos sabiam disso e , logo em 1602 , Bartolomeu Bezerra comandaria uma bandeira à serra da barriga , na tentativa frustada de recaptura dos fugitivos
Sei anos depois ele e seus homens fariam nova arremetida , sem conseguir localizar os negros na mata.
Já no domínio de toda a capitania de Pernambuco, Os holandeses mandaram tropas em 1645 , sob o comando de Rodolfo Baro , para destruir Palmares.Vistos pelos vigias , os holandeses não conseguiram passar de uma barreira formada por grandes árvores caídas
Mais tarde , uma expedição mais forte e numerosa , comandada por João Blezer , fez nova investida ,descobrindo se o Quilombo muito maior do que todos pensavam , decidindo voltar a Recife , após escaramuças em que incendiou plantações dos negros.
INICIO DOS QUILOMBOS
As notícias corriam e os negros continuaram a fugir, Surgiram Quilombos no Rio de Janeiro , no Espirito Santo e em vários pontos do Nordeste
No principio , os agrupamentos era apenas masculinos , No solo fértil da serra da Barriga, nos Palmares , os Quilombos alimentavam - se de frutas , raízes e caça , erguendo choupanas para seus abrigos.
O número de homens aumentava sempre , com a chegada de novos foragidos
O sonho de liberdade era quase completo, mas faltavam as mulheres , que eles decidiram raptar, abandonando o refúgio da mata para rápidas incursões nas fazendas mais próximas.
Com a invasão holandesa de 1630 na capitania de Pernambuco, os portugueses enfraqueceram a vigilância sobre os negros , que aproveitando - se da desorganização , fizeram crescer mas rapidamente a população de Palmares, Entre eles , chegaria também a princesa Aqualtune , que seria a mãe de dois chefes dos mocambos mais importantes do agrupamento. Mais tarde uma de suas filhas lhe deu como neto , o menino que entraria para a história com Zumbi dos Palmares
COMO FUNCIONAVA
Cada aldeia tinha o seu chefe , que na África , pertencerá à nobreza , dando ao respectivo grupo uma forma de comando .
No entanto todo o Quilombo tinha uma espécie de código de justiça , que punia com morte o homicídio , o roubo e a fuga de Palmares , havendo também um sistema de defesa , baseado em postos de observação colocados em locais estratégicos.
DECADÊNCIA DO ENGENHO, TRÉGUA A PALMARES
Em 1654 os Holandeses foram expulsos do Nordeste e após 1660 uma crise econômica , motivava pela concorrência da Jamaica no mercado de açúcaranteriormente nas mãos do Brasil , levaria a decadência aos engenhos , diminuindo a necessidade de mão de obra . Esse ambiente forneceu uma espécie de trégua a Palmares , que passou a manter comércio com vilas de Penedo , Porto Calvo , Alagoas e Serinhaém , permutando com elas produtos agrícolas , caça , pesca , produtos se cerâmica e artesanato por ferramentas , instrumentos agrícolas , armas de fogo e pólvora.
Palmares era , então , uma longa faixa de terra , com 200 ikm de largura , desde o mar , até a parte Norte do curso inferior do rio São Francisco. Os fazendeiros e o próprio governo de Pernambuco , porém , não se conformavam com a idéia do Quilombo.
Em 1668 , donos de terras de Alagoas e Porto Calvo assinaram o tratado de União perpétua , tentando organizar uma tropa poderosa , capaz de enfrentar os negros , acabando por esmorecer diante da falta de recursosNa década de 1670 , Palmares vive seu apogeu , com mais de 29 mil habitantes
Zumbi , o neto de Aqualtune , e seu Irmão Andalaquituchem já homens feitos , chefiavam suas próprias aldeias , passando o quilombo a viver como espécie de federação , em que o chefe da maior das aldeias, chamada Cerca do Macaco , presidia o conselho , passando a ser considerado rei
FIM DA TRÉGUA A PALMARES DA GUERRA
Ao chegar a PerNambuco , como governador , em 1571 , Fernão Souza Coutinho lança uma expedição , comandada primeiro pelo capitão André da Rocha e depois pelo tenente Antônio Jácome Bezzera , contra Palmares , obtendo uma primeira vitória , ao conseguir prender 200 negros .
Anos depois, como Coronel , Jácome reúne 600 homens bem armados e volta ao ataque , conseguindo incendiar mocambos e lavouras , mas tendo parte da tropa cercada e dizimada. Jurando vingança diante de seus mortos , os de Palmares Formaram uma coluna e investiram contra Porto Calvo , incendiando os canaviais .
Em represália , o alcaide - mor da vila Cristovão Lins , atacou o Quilombo , conseguindo arrasar um mocambo de 700 choupanas . Um novo governador de Pernambuco , Pedro de Almeida , toma , como uma de suas primeiras iniciativas , a decisão de organizar nova expedição , reunido índios , mestiços e até negros do batalhão de Henrique Dias , herói da expulsão dos holandeses , para lutas que seriam ferrenhas e sangrentas.
O Quilombo continuava resistindo , mas Porto de Almeida insistiu , formando novas forças sob o comando do sargento - mor Manuel Lopes em 1675 . Essa expedição encontrou uma grande cidade , com mais de duas mil casas , munida de fortificações , e feitas de pau a pique , onde os negros resistiram por duas horas e meia , retirando - se quando algumas casas começaram a pegar fogo Na sucessão de forças postas em luta contra o Quilombo , o bandeirante Domingo Jorge velho nascido na vila de Parnaíba , foi chamado e contratado em 1687 pelo governador de Pernambuco , o então João da Cunha Solto Maior , para combater indígenas do Rio Grande do Norte , na chamada guerra dos Bárbaros , de 1690 a 1694 , juntamente com Pernambucano Bernardo Vieira de melo e vários bandeirantes de São Vicente , destruiu o que restava do Quilombo do Palmares .
MORTE DE ZUMBI
A figura de Zumbi entrou para a lenda , sendo sua morte narrada de diferentes maneiras . Numa versão , ele preferiu atira - se do alto de um penhasco a ter que se entregar aos inimigos.
Para Hélio Viana , a " lenda do suicídio" primeiramente divulgada por sebastião da Rocha Pita , foi sem maior exame repetida por muitos Historiadores " mas está cabalmente desmentida por documentos incluídos em " AS GUERRAS DOS PALMARES" de Ernesto Ennes " Como narra Hélio Viana , o que aconteceu foi o seguinte " acossado pelos homens de Bernardo Vieira Melo ,subordinado ao Bandeirante Domingos Jorge Velho , cerca de 200 quilômbolos caíram num precipício , não se suicidaram , nem entre eles estava Zumbi , morto um ano após em 1695 , pela tropa comandada por André Furtado de Mendonça. Assim termina o Quilombo dos Palmares Comandado pelo inesquecível negro , o rei Zumbi , que no Brasil hoje é lembrado no dia 20 de Novembro , dia da consciência negra .
RESUMO COMPLEMENTAR
Zumbi
Em 1655 zumbi nasceu em Palmares, foi capturado recém nascido e entre a um padre.
Que o batizou com o nome de Francisco , lhe ensinou noções de latim e ensinou português. Aos 15 de idade , Zumbi fugiu para Palmares onde em pouco tempo se tornou general e líder dos negros que rejeitavam a postura do seu tio Ganga-Zumba que em seguida morreu envenenado
Zumbi retomou a luta contra o poder colonial, e depois de fracassadas as missões de convencimento e sucessivas expedições contra o quilombo, Zumbi foi intimado a depor armas e como não respondeu os combates recomeçaram. Rejeitando as propostas de negociação Zumbi continuou a guerra , liberou escravos , infiltrou homens nos engenhos provocando o temor de uma rebelião generalizada dos escravos
O governo então em 1693 reunião a maior expedição bélica do período colonial com a participação de militares de Pernambuco ,Paraíba , Rio grande do Norte, Bahia e Maranhão que chegaram, a somar uns 8.300 homens. Sobe o comando do chefe das tropas de São Paulo Domingos Jorge velho, protegido por cercas de madeira e pedra e varias armadilhas que escondiam lanças e estacas , Palmares resistiu por meses , até que as forças inimigas se muniram de armamento pesado inclusive canhões
O abandono das posições por parte do exército negro se traduziu em debandada pelo abismo e massacre total Zumbi ferido consegui fugir
Preso e torturado , o lugar - tenente de Zumbi , Antônio Soares e troca de sua liberdade concordou em delatar seu líder máximo , que poucos conheciam e se aproximavam. Localizado na Serra dos Irmãos , Zumbi foi apunhalado a traição por Soares, como sinal de ataque ferido mortalmente manteve - se em combate até que foi degolado pelo militar que comandava a operação
Sua cabeça foi levada para Recife , onde ficou exposta , e pendurada em um poste , em plena praça publica.
Isso ocorreu no dia 20 de novembro de 1695
África na América: Gritos de liberdade
Trazidos á força de sua África Natal , os negros chegaram ás terras da América Submetidos ás piores humilhações impostas pelo regime escravista .
O desejo de liberdade impulsionou estes descendentes da África a desenvolverem múltiplas formas de resistência . Nesta linha nasceram os palenques , os quilombos , os mocambos e outras formas de refúgios levantadas em territórios de difícil acesso por aqueles que conseguiam escapar dos redutos escravistas. Estes primeiros territórios livres da América , onde constituíram governos autônomos e lhes foi possível resgatar e desenvolver seus costumes , valores culturais e religiosos , passarem a ser o germe das rebeliões pela liberdade e pela independência .
Como conseqüência destas lutas , a escravidão acabou sendo abolida , mas não ocorreu o mesmo com a condição de servidão das comunidades negras.
E o racismo manteve intacto nos projetos de sociedade das elites dominantes que substituíram os colonizadores.
Com a abolição os grilhões e correntes , mas foram forjadas novas amarras ideológicas para manter de maneira menos visível a discriminação racial e a submissão econômica, social e cultural do negro e de todos aqueles que foram submetidos pela ordem colonial.
Entre esses recursos ideológicos de dominação destaca-se a lógica do "branqueamento" com qual , supostamente se pretendia cicatrizar as feridas produzidas pelo choque de civilizações , mas que no fundo colocava a imagem do branco europeu como referente a civilizatório e , portanto , como paradigma de redenção a e mobilidade social .
Velhos e novos Racismo
Apesar de transcorrido mais de um século da chamada libertAção dos escravos , as estatísticas mostram que os povos negros , assim como os indígenas , ainda continuam engrossando as cifras dos empobrecidos e miseráveis , dos desempregados , dos desnutridos , dos analfabetos , dos sem - terra e sem teto , dos encarcerados , dos massacrados ou das vítimas dos sinistros grupos de extermínio .
As estatísticas também mostram que afro-americanos representam uma população aproximadamente 116.750.000 em todo continente , uns 20% da população total , mas sua presença passa praticamente despercebida , invisível nas esferas públicas e institucionais e suas contribuições são matematicamente ignoradas.
Na convivência diária é fácil constatar que a igualdade reconhecida em todas nossas constituições se dilui diante de uma realidade em que uns são mais iguais que outros , onde a justiça funciona de acordo com a cor da pele e do poder do dinheiro.
Fazendo dos direitos do cidadão um privilégio de poucos.
Sob a ordem neoliberal não só tem se intensificado a concentração do poder e da riqueza , enquanto paralelamente se desmontam os programas de bem estar social.
Condenando camadas cada vez maiores da população à marginalidade.
E além disto são realizados os movimentos e políticas racistas como os grupos de extermino por exemplo .
A expressão deste fenômeno , que têm se atribuído a terrorífica tarefa da "limpeza social e étnica" pois como a modernização neoliberal os excluídos vem podem ser "descartáveis" como também o são as tentativas para reviver o racismo biológico com argumentos pseudocientífico para defender a existência de uma suposta "raça superior" Nadando contra a corrente de um sistema social que lhes exclui , do seio dos povos afro - americanos tem nascido organizações e movimentos de resistência para reivindicar e fazer valer seus direitos
Trafico Negreiro Ignora-se a quantidade de negros que o tráfico arrancou do continente Africano.
Mas sabendo-se que o tráfico escravista foi abolido em 1873 e considerando que as licenças concedidas no começo autorizavam um total de 4000 ‘peças" ao ano e que foram aumentando gradualmente até chegar no século 18 , com a participação de navios negreiros de todas as nações interessadas projetando-se uma média de 100.000 ao ano , chegou-se a calcular de 15 e até 20 milhões o total de negros introduzido durante esses quase quatro séculos.
Porém nestas contas não incluí o comércio clandestino , que se prolongou até os últimos anos do século 19.
E se formos pensar a quantidade bruta do processo , que começa com o incêndio das aldeias africanas , continuava com o cordão de cativos marchando para as feitorias costeiras , seguia com a "travessia intermediária’ - que diminuía consideravelmente o "estoque" - e , finalmente , dos portos de Cartagena de Indias , Veracruz , Havana , Portobelo , Bahia , Buenos Aires para seu mercado interior , haveria então que duplicar e até triplicar este total estimado
América : população negra
AMÉRICA ; POPULAÇÃO NEGRA
Antigua BRASIL BELIZE BAHAMA CUBA TRINIDAD E TOBAGO EUA JAMAICA DOMINICANA HAITI
POP.NEGRA = 75.200 94% POP.NEGRA = 64.672.00 43% POP.NEGRA = 109.800 61% POP.NEGRA = 212,500 85% POP.NEGRA = 29.904.000 12% POP.NEGRA = 529.200 42% POP.NEGRA = 29.904.000 12% POP.NEGRA = 1.872.300 79% POP.NEGRA = 55.200 69% POP.NEGRA = 6.178.800 95%
POP.TOTAL = 80.000 POP.TOTAL = 150.400.000 POP.TOTAL = 180.000 POP.TOTAL = 250.000 POP.TOTAL = 10.582.000 POP.TOTAL = 1.260.000 POP.TOTAL = 249.200.000 POP.TOTAL = 2.370.000 POP.TOTAL = 80.000 POP.TOTAL = 6.504.000
ESTES SÃO ALGUNS PAÍS DA AMÉRICA COM POPULAÇÃO NEGRA NO TOTAL SÃO 116.747.626 NEGROS ESPALHADOS POR 35 PAÍS DA DO CONTINETE AMÉRICANO , ISTO EQUIVALE AH 20 DA POPULAÇÃO TOTAL DE 3.1000.000 PESSOAS , O BRASIL É A MAIOR COMUNIDADE NEGRA NUMÉRICAMENTE , E O PAÍS COM A MAIOR PORCENTAGEM DE NEGRO É MONSERRAT COM 96% DE SUA POPULAÇÃO FORMADA POR NEGROS
FONTE: GUIA DO MUNDO , INSTITUTO DO TERCEIRO MUNDO , URUGUAI , 1992 E PUBLICAÇÕES AFRO AMERICANAS.
João Cândido Em 1910 , a marinha brasileira com sua "esquadra branca" possuía os melhores navios do mundo no Entanto , quem olhasse para aqueles modernos e potentes navios , jamais imaginaria que em seus porões tramava-se a maior revolta de marinheiros ocorrida no Brasil .
Os marinheiros sofriam maus tratos e castigos corporais , sem sequer terem uma boa alimentação.
Como punição aos seus "erros" recebiam 25 chibatadas.
Não se conformando com a situação , organizaram - se sob a liderança de um marinheiro negro chamado João Cândido.
Os comandantes não aceitavam as reivindicações dos marinheiros .
em novembro de 1910 , João Cândido assumiu o comando do navio "Minas Gerais" , recebendo apoio imediato dos navios "São Paulo" e "Bahia" que também integravam a "Esquadra Branca" , Manobrando os navios com perfeição , os marinheiros ameaçaram bombardear o Rio de Janeiro , caso o Governo não retirasse o humilhante castigo da chibata e não melhorasse a alimentação.
Exigiram também uma imediata anistia aos rebeldes , sendo aprovada em Congresso, juntamente com o fim do uso da chibata . Assim , se deu o triunfo da revolta de João Cândido , o Almirante Negro.
fonte:http://nivaldotrindade.vilabol.uol.com.br/
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Raça e etnia
por LUCIANA MARIA DA SILVA ARAÚJO - quinta, 28 janeiro 2010, 18:54
Pesquisa, traduções e organização
por Juarez C. da Silva Jr. - 2005
Ao se falar de raça e etnia muitas pessoas demonstram total falta de base teórica ou então idéias distorcidas sobre a questão, hoje é sabido que do ponto de vista biológico todas as idéias de racialização humana cairam por terra, não existem raças humanas, mas apenas a espécie (raça humana), porém a construção social feita a partir destas idéias permanece no imaginário popular e principalmente os efeitos nefastos de todas estas hoje sabidamente equivocadas idéias na vida de milhões e milhões de pessoas ao redor do mundo, em especial nos reportamos ao Brasil. Para eliminar os efeitos destas idéias equivocadas é preciso porém antes, conhecer como foi realmente montada a idéia de raça e seus conceitos. Hoje nos remetemos as questões étnicas ( povos), a discussão de raça não faz mais sentido a não ser do ponto de vista dos seus efeitos na construção social.
RAÇA
A primeira classificação dos homens em raças foi a “Nouvelle division de la terre par les différents espèces ou races qui l'habitent” ("Nova divisão da terra pelas diferentes espécies ou raças que a habitam") de François Bernier, publicada em 1684.
Carolus Linnaeus (1758) inventor da taxinomia e criador da classificação Homo Sapiens, reconheceu quatro variedades do homem - Americano (Homo sapiens americanus: vermelho, mau temperamento, subjugável), Europeu (europaeus : branco, sério, forte), Asiatico (Homo sapiens asiaticus: Amarelo, melancólico, ganancioso), e Africano (Homo sapiens afer : preto, impassivel, preguiçoso). Linnaeus reconheceu também uma quinta raça não-geográficamente definida , a Monstruosa (Homo sapiens monstrosus), compreendida por uma diversidade de tipos reais (por exemplo, Patagônios da America do Sul, Flatheads canadenses) e outros imaginados que não caberiam em nenhuma das quatro categorias "normais" (segundo a visão racista de Linnaeus que não apenas criou a classificação como atribuiu a cada uma características físicas e morais, o individuos mestiçados poderiam talvez ser então classificados nesta última categoria) .
O sucessor de Linnaeus', J. F. Blumenbach, primeiramente em 1775 reconheceu "quatro variedades da humanidade:" 1) Europa, Ásia ocidental, e parte de America do Norte; 2) Ásia do leste e Austrália; 3) África; e 4) o resto do novo mundo. A visão de Blumenbach continuo a evoluir, em 1795 dando origem a cinco variedades, Caucasiano, Mongol, Etíope, Americano, e Malaio, diferindo do agrupamento anterior onde os esquimós passaram a ser classificados com os Asiaticos do leste.
Neste sentido, as coisas ficaram estáticas até 1962, o ano em Carleton Coon publicou "A origem das raças". Lá Coon, um antropólogo físico, dividiu a humanidade em cinco raças (ou subspecies): Caucasoide, Mongoloide, Australoide, Congoide (Negroide), e Capoide(Africa Meridional até filipinas).
Segundo Dobzhansky (1970), esta visão conduziu à absurdos como quando os siblings (pessoas com síndrome de Down) foram categorizados em tipo racial (mongolóide) diferentes de ambos seus pais . De uma perspectiva social, este problema (indivíduos surgidos da mistura de raças) foi resolvido tipicamente empregando o conceito de Marvin Harris a hipodescendencia, isto é, a criança de tal união pertence a raça biológica ou socialmente inferior: "o cruzamento entre um branco e um indio é um indio; o cruzamento entre um branco e um negro é um negro; o cruzamento entre um branco e um hindu é um hindu; e o cruzamento entre alguém de raça européia e um judeu é um judeu." (Grant, The Passing of the Great Race, 1916). Em algumas países, uma regra de 1/8 ou 1/16 foi estabelecida a fim determinar a identidade racial apropriada de indivíduos oriundos de mistura de raças. Sob estas regras, se o indivíduo for, pelas linhas da descendência, 1/8 ou somente 1/16 de negro (preto uniforme) , o indivíduo é também negro.
ETNIA
Uma etnia ou grupo étnico é em um sentido amplo uma comunidade humana definida por afinidades linguísticas, culturais e genéticas. Estas comunidades comumente reclamam para sí uma estrutura social, política e um território. Etnia se usa a vêzes erroneamente como un eufemismo para raça, ou como um sinônimo para grupo minoritário.
Raça é um conceito que tem sido associado ao de etnia. Porém etnia compreende os fatores culturais (nacionalidade, afiliacão tribal, religiosa,língua ou tradições) e biológicos de um grupo humano, raça específicamente alude aos fatores morfológicos distintivos desses grupos humanos (cor de pele, compleição física, estatura, traço faciais, etc.) desenvolvidos em seu processo de adaptacão a determinado espaço geográfico e ecossistema (clima, altitude, flora, fauna, etc.) ao largo de várias gerações.
Históricamente, a palavra "etnia" significa "gentio", proveniente do adjetivo grego "ethnikos." O adjetivo se deriva do substantivo ethnos, que significa gente ou nacão estrangeira. O sustantivo deixou de estar relacionado com “Pagão” em princípios do sec. XVIII. O uso do moderno sentido da palavra começou na metade do sec. XX.
A Língua
A língua tem sido utilizada como primero fator classificador dos grupos étnicos, sem dúvida esta ferramenta não tem estado estado isenta de manipulacão política ou erro. Se deve assinalar que existe grande número de línguas multi-étnicas e determinadas etnias são multi-língues
A Cultura
A delimitacão cultural de um grupo étnico com respeito aos grupos culturais de fronteira, se faz dificultosa para o etnólogo em especial no tocante a grupos humanos altamente comunicados com grupos vizinhos. Elie Kedourie é talvez o autor que mais tenha aprofundado a análise das diferenças entre etnias e culturas . Geralmente se percebe que os grupos étnicos compartilham uma origem comum , e exibem uma continuidade no tempo, apresentam uma nocão de história em comum e projetam um futuro como povo. Isto se alcança através da transmissão de geração em geração de uma linguagem comum, intituições, valores e algumas tradicões. Se bem que em determinadas culturas se mesclam os fatores étnicos e os políticos, não é imprescindível que um grupo étnico conte com instituições próprias de governo para ser considerada como tal. A soberania portanto não é definidora da etnia, mas se admite a necessidade de uma certa projeção social comum.
A Genética
É importante considerar a genética dos grupos étnicos se devemos distingui-los de um grupo de individuos que compartilham únicamente características culturais. As etnias geralmente se remetem a mitos de fundacão que revelam uma nocão de parentesco mais ou menos remoto entre seus membros. A genética atual tende a verificar a existencia dessa relacão genética, porém as provas estão sujeitas a discussão, refrência é Lucca Cavalli-Sforza.
Grupos étnicos
Os membros de grupos étnicos costumam conceber a sua identidade como algo que está fora da história do estado-nação – quer como alternativa histórica, quer em termos não-históricos, quer em termos de uma ligação a outro estado-nação. Esta identidade expressa-se muitas vezes através de "tradições" variadas que, embora sejam frequentemente invenções recentes, apelam a uma certa noção de passado.
Fontes: wikipédia, domínio público e fontes diversas na web.
www.movimentoafro.amazonida.com/raça_e_etniahtm.
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Racismo
por Gilmara Ap. Guedes dos S. Dadie - sexta, 29 janeiro 2010, 21:53
O racismo é, por um lado, um comportamento, uma ação resultante da aversão, por vezes, do ódio, em relação a pessoas que possuem um pertencimento racial observável por meio de sinais, tais como: cor da pele, tipo de cabelo,etc. Ele é por outro lado um conjunto de idéias e imagens referente aos grupos humanos que acreditam na existência de raças superiores e inferiores. O racismo também resulta da vontade de se impor uma verdade ou uma crença particular como única e verdadeira. Pg. 52
Fonte: Livro Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal nº 10.639/03 - Ministério da Educação. Brasilia, 2005. pg. 54
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Solano Trindade
por Maria da Pena Oliveira Santos - sábado, 6 fevereiro 2010, 11:06
Solano Trindade nasceu em Recife a 24 de julho de 1908. Segundo Carlos Drumond de Andrade foi o maior poeta negro que o Brasil já conheceu; o criador da poesia "assumidamente negra". Além disso foi ator, pintor, cineasta e um dos criadores do Teatro Experimental do Negro.
Premiado no exterior, elogiado por celebridades como Darcy Ribeiro, Sérgio Milliet e outros o poeta recifense é muito pouco conhecido pelas novas gerações brasileiras embora tenha contribuído de forma significativa para a cultura e na arte brasileira.
Filho de um humilde sapateiro do bairro de São José, Solano Trindade criou em 1932 no Recife a Frente Negra Pernabucana porém o movimento não vingou. Depois que deixou Recife e fixou residência no Rio de Janeiro e em São Paulo sua obra ganho fama entre a crítica nacional e repercutiu no cenário internacional (essa situação nunca o impossibilitou de realizar oficinas com operários, estudantes e desempregados). Durante esse período idealizou o 1° Congresso Afro-brasileiro e criou em 1945, com Abdias do Nascimento, o Teatro Experimental do Negro.
Em 1944, durante a ditadura do Estado Novo, por conta do poema "Tem gente com fome" foi preso e teve o livro "Poemas de uma vida simples" apreendido.
A partir de 1950, concretizou um dos seus grandes sonhos, fundando com o apoio do sociólogo Edison Carneiro o Teatro Popular Brasileiro (TPB).
Em 1955, criou o Brasiliana, grupo de dança brasileira que bateu o recorde de apresentações no exterior.
No teatro foi Solano Trindade quem primeiro encenou (1956) a peça Orfeu, de Vinicius de Moraes, depois transformada em file pelo francês Marcel Cammus.
Em 1964, um dos seus quatro filhos, Francisco morreu assassiando num presídio carioca durante a ditadura militar.
Em 20 de fevereiro de 1974, Solano Trindade morreu como indigente, numa clínica em Santa Teresa, no Rio de Janeiro.
Todo trabalho de Solano Trindade, quer no teatro, dança, cinema ou literatura, tinha como características marcantes o resgate da arte popular e, sobretudo, a luta em prol da independência cultural do negro no Brasil
Uma das poucas tentativas de trazer de volta o nome de Solano Trindade para o grande público ocorreu em 1975, quando o poema "Tem gente com fome" iria integrar o disco do extinto conjuto Secos e Molhados. Mas como explicou João Ricardo que musicou o poema, problemas com a censura impediram a gravação (a canção só foi gravada na década de 80 por Ney Matogrosso). Em 1976, a escola-de-samba Vai-Vai de São Paulo desfilou com um samba-enredo em sua homenagem. Alé disso uma pequena editora, a Canta e Prantos, reuniu e publicou a obra do poeta no volume: "Solano Trindade - o poeta do povo".
http://portalcomunista.blogspot.com/2009/02/grandes-personalidades-2.html
Referência:
MUNAGA, Kabengele; GOMES, Nilma Lino. Para entender o negro no Brasil de hoje: História, realidades, problemas e caminhos. São Paulo: Global; Ação Educativa, 2006.
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Sugestão de Atividades Pedagógicas
por PAULA FERREIRA DA COSTA MOURA - quinta, 28 janeiro 2010, 21:20 Neab_Sugestao_Atividades.pdf
o link mostra sugestões de projetos multidisciplinares, vídeos e atividades do Núcleo de estudos e pesquisas afro-brasileiros do Cefet-MG.
fonte: http://www.cefetmg.br/galerias/arquivos_download/alunos/Neab_Sugestao_Atividades.pdf
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Turbante
por VIRGINIA TURINI DE CARVALHO IMAI - terça, 2 fevereiro 2010, 13:34
Panos amarrados no corpo e na cabeça
São os tecidos enrolados no corpo fazem parte da indumentaria africana e são amplamente utilizados por todo o continente, principalmente na África Negra. São empregados de maneiras formais, em casamentos e festas, e informalmente no cotidiano, variando de uma simples peça de tecido a conjuntos completos.
Nessas amarras utilizam-se metros de tecido de boa qualidade. E são frequentemente combinadas com turbantes enrolados de maneira artística sobre a cabeça cobrindo completamente o cabelo. Essa tradição de usar tecidos enrolados no corpo ganhou popularidade nos anos 60 com o movimento de orgulho negro.
Os turbantes complementam o conjunto das vestimentas africanas e alguns deles são bem exóticos. Na África Negra essas peças tem funções sociais e religiosas além de criarem diferentes estilos de moda.
Diz-se que uma vestimenta não está completa sem um turbante. Ha diferentes estilos e as técnicas de amarrá-los constituem uma verdadeira arte.
O procedimento básico é que não se altera, todos começam a ser amarrados do mesmo modo, mesmo os mais intrincados.
Fonte: www.flogao.com.br
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Uma questão de raça e classe
por HELENA SARAIVA DOS SANTOS - terça, 2 fevereiro 2010, 23:19
O dia a dia do escravo
Nas fazendas de cana ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados da pior forma possível. Trabalhavam muito, de quatorze a dezesseis horas, o que se tornou o principal motivo dos escravos fugirem; outro motivo eram os castigos e o outro era porque recebiam apenas trapos de roupa e uma alimentação de péssima qualidade (recebiam pouca comida e no máximo duas vezes por dia). Passavam as noites nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca higiene) acorrentados para evitar fugas.
Eram constantemente castigados fisicamente (quando um escravo se distraía no trabalho ou por outros motivos, eram amarrados em um tronco de árvore e açoitados, as vezes, até perderem os sentidos); torturando-os fisicamente e psicologicamente, os senhores e seus algozes buscavam destruir os valores do negro e forçá-lo a aceitar a idéia da superioridade da raça branca sendo que o açoite era a punição mais comum no Brasil Colônia. Além de todos esses castigos havia uma máscara que impedia os escravos de beberem e fumarem deixando os vícios; essa máscara era chamada de "máscara de folha de flandres".
A pena de açoite para o escravo só foi abolida por lei imperial de 1885, pouco antes da Lei Áurea.
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Umbanda
por CRISTIANE RAMOS CORDEIRO - terça, 2 fevereiro 2010, 21:08
Definição da Umbanda
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Umbanda é uma religião inserida na religiosidade cultural brasileira.
A Umbanda é estruturada, moralmente, em 3 princípios: fraternidade, caridade e respeito ao próximo.
Admite um deus gerador chamado (Zambi), que é o criador de tudo e todos. Seus adeptos (chamados também de "umbandistas" ou "filhos de fé") cultuam divindades denominadas Orixás e reverenciam espíritos chamados Guias.
Sua orientação espiritual ou doutrinária é feita pelos Guias - espíritos que atuam na Umbanda sob uma determinada linha de trabalho que, por sua vez, está ligada diretamente a um determidado Orixá. Os guias têm sapiência e consciência da natureza humana e os atributos para que essa humanidade possa evoluir e seguir por um caminho melhor.
Os guias se manifestam através da mediunidade dos médiuns, sendo a prática da incorporação a matriz do trabalho deles - ato pelo qual uma pessoa médium, inconsciente, consciente ou semi-consciente, permite que espíritos falem através de seu corpo físico e mental.
Os guias possuem diversos arquétipos pelos quais se apresentam através da incorporação. Cada arquétipo está ligado a uma determinada Linha Espiritual. Como exemplos desses arquétipos podemos citar:
• Pretos-velhos;
• Caboclos;
• Baianos;
• Boiadeiros;
• Crianças;
• Exus e Pomba-giras, entre outros.
Os arquétipos são roupagens utilizadas pelos guias para se apresentarem nos terreiros e não espíritos que, necessariamente, tenham sido escravos, índios ou crianças, embora existam aqueles que realmente o foram.
Cada terreiro ou conglomerado de terreiros têm a sua forma de interpretar e manifestar a Religião de Umbanda. São diversos ritos que diferem de casa para casa. Alguns utilizam atabaques, já outros, não utilizam tais instrumentos, preferindo somente o ritmo das palmas e o cântico dos pontos cantados.
De maneira geral, toda gira de Umbanda inicia-se como o processo de defumação - elemento característico de quase todas as giras - que consiste na queima de ervas e essências, com a finalidade de limpeza da matéria e do espírito, e do ambiente do terreiro antes do início da sessão e do trabalho das entidades que ali estarão. Normalmente as giras se iniciam com os pontos cantados, defumação e a incorporação.
As giras variam de casa para casa e podem ser de atendimento e/ou de desenvolvimento, específicas para cada grupamento de entidades, ou seja, gira de pretos-velhos, de caboclos, de crianças etc.
Nas giras de atendimento os médiuns incorporados pelos seus guias (pretos-velhos, caboclos, crianças etc), procedem ao atendimento espiritual ao público, em que todos são convidados a se consultarem com um guia e/ou a tomar um "passe".
Nas giras desenvolvimento, os médiuns da casa são desenvolvidos pelos guia chefe da casa ou por outros guias mais experientes, para o trabalho espiritual. O desenvolvimento (que também varia de casa para casa) consiste em "chamar" o guia do médium e "firmá-lo" nesse médium até que ele, o guia, possa incorporar sem a necessidade da ajuda de um guia mais experiente. Durante o processo de desenvolvimento, os médiuns passam por diversos rituais, como: amacis, boris, deitadas etc. Os quais são fundamentados e variantes para cada forma de Umbanda existente.
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ZUMBI DOS PALMARES
por ELIDA FERRARI PENHALVER - terça, 26 janeiro 2010, 19:58
Zumbi nasceu em Palmares, Alagoas, livre, no ano de 1655, mas foi capturado e entregue a um missionário português quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado 'Francisco', Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar destas tentativas de aculturá-lo, Zumbi escapou em 1670 e, com quinze anos, retornou ao seu local de origem. Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos vinte e poucos anos.
Por volta de 1678, o governador da Capitania de Pernambuco cansado do longo conflito com o Quilombo de Palmares, se aproximou do líder de Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de paz. Foi oferecida a liberdade para todos os escravos fugidos se o quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa; a proposta foi aceita, mas Zumbi rejeitou a proposta do governador e desafiou a liderança de Ganga Zumba. Prometendo continuar a resistência contra a opressão portuguesa, Zumbi tornou-se o novo líder do quilombo de Palmares.
Quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi chamado para organizar a invasão do quilombo. Em 6 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares foi destruída e Zumbi ferido. Apesar de ter sobrevivido, foi traído por Antonio Soares, e surpreendido pelo capitão Furtado de Mendonça em seu reduto (talvez a Serra Dois Irmãos). Apunhalado, resiste, mas é morto com 20 guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695. Teve a cabeça cortada, salgada e levada ao governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Zumbi_dos_Palmares
Foto:http://carva1.files.wordpress.com/2008/10/zumbi.jpg
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